CAPACITAÇÃO
CAPACITAÇÃO
Sem dúvidas, essa é a palavra do momento e porque não dizer ser ela o reflexo das tendências da evolução das gerações futuras em todo o mundo. E, em uma era globalizada, com mudanças tecnológicas dinâmicas e constantes como vem ocorrendo, é necessário que nós brasileiros nos situemos dentro deste contexto, para começar a avaliar nossa “curva” de nível de desenvolvimento e crescimento intelectuais, em um meio onde a competitividade ditará normas e mudará conceitos, mas premiará somente os que consigam qualificação profissional. E nesse contexto, capacitação e educação se misturam, principalmente em nossa cidade onde, com o evento da Copa, teremos uma curva de desenvolvimento sem precedentes nos próximos anos, mas que precisa ser amparada no final do ciclo desse evento, para fortalecimento e manutenção das atividades econômicas decorrentes.
A partir dessa premissa, fico assustado e muito preocupado com o que nos espera, a partir do momento em que sinto na carne a realidade nua de estarmos em um país com um cenário caótico, na forma do sucateamento da educação e da saúde, além da inoperância de nossas leis, com a justiça de mãos atadas e a impunidade e a corrupção campeando solta, desvirtuando nossos jovens, marginalizando-os.
E a ordem vem de cima: É terminantemente proibido reprovar um aluno hoje em nossas escolas!
– Sabiam disso?
É um verdadeiro absurdo! A omissão em forma de proteção acadêmica, para evitar depois os indicadores negativos que o governo tanto teme e que pode abalar sua popularidade. É a forma mais deprimente da indução do pedagogo à prática de ações contrárias à aplicação da pedagogia, formatada através de indução político-demagógica socioeducativa que hoje ocorre em todo o país.
A grande maioria e de nossos jovens das classes “C, D e E” advém de pais com formação escolar a nível de “grupo escolar e ginásio” como comumente chamávamos o ensino fundamental – mas curiosamente, com aproveitamento muito maior do que nos dias de hoje, onde nossos “formandos” agora, e mesmo já em nível acadêmico, em sua grande maioria tem como se diz “pouca ou nenhuma intimidade” com a ortografia e a concordância verbal, e porque não dizer com a língua portuguesa, de maneira generalizada.
Afinal o que é esse estudo fundamental de hoje? Fundamental de quê... se só o podemos chamar de “superficialíssima fundamentalidade” e de indutor da mediocridade e da decadência?
Não há mais discernimento, coerência e já não se respeitam os direitos de cada um, com base no reconhecimento de nossos próprios limites.
É assim que nos encontramos. Em pleno século XXI, às voltas com toda a sorte de escândalos, com nossas crianças tendo como referência políticos corruptos, impunidade e toda a sorte de descalabros.
Mas educação e cultura não são tratativas apenas para o grau de conhecimento intelectual do indivíduo... Vai muito mais além, transcendendo às técnicas do ensino cotidiano, em busca de bases consolidadas de direitos humanos, do respeito mútuo e da reserva de conhecimentos sobre ética, moral e civismo, banidos de nossos estudos e de nossas casas, como se nada representassem, ou por se envergonharem do que fazem cotidianamente, contrários a esses princípios. E a roda da vida gira sobre si mesma: A contravenção alimentando o tráfego de drogas, o contrabando e a prostituição – que denigre a mente dos jovens - que fomenta a injustiça social e alimenta o ódio e induz os excluídos à marginalidade – que enfraquece a base social das famílias menos favorecidas e se fortalece na impunidade e nos exemplos e atitude corrupta de nossos políticos. E o que vemos... É a criminalidade aumentando de forma absurda em nossa cidade, como no caso do crime hediondo do Pe. Ruggero Ruvoletto, brutalmente assassinado em seu quarto; a pedofilia estimulada pelas menores presentes nas esquinas das ruas nos finais de tarde a espera de seus habituais parceiros e os travestis semi-nús se oferecendo na madrugada, emoldurando o quadro deprimente da falta de vergonha e irracionalidade de nossos semelhantes, sem que nossas autoridades sequer se preocupem com a possibilidade de encontrar seus próprios filhos, nessas mesmas condições, em um ponto qualquer da cidade... E a qualquer momento!
Estamos edificando nosso futuro sobre um mar de lama, sem qualquer sustentabilidade!
Urias Sérgio de Freitas