A SALVAÇÃO

Os seres humanos somos dotados do livre arbítrio, ou seja, podemos fazer escolhas. É um sinal do amor de Deus e do respeito do Criador às pessoas nesta terra.

Quando o homem foi criado à imagem e semelhança do Pai, foi dotado de livre arbítrio, pois não satisfaria a Ele que o ser humano fosse uma marionete em Suas mãos. Portanto, podia seguir livremente seu caminho, escolhendo onde pisar.

Assim, fazendo uso de sua capacidade de escolher, tem-se dado bem ou se chafurdado na lama do mal, no uso de seu direito pessoal.

No livro de Gênesis essa afirmação é muito clara, quando a primeira mulher, Eva, se deixa levar pela conversa envolvente da serpente, transgredindo, assim, as ordenanças de Deus. Além de se contaminar a si, levou o companheiro ao pecado. Ela poderia instar com o animal falante e se negado a fazer o que pedia, mas escolheu o pior.

Adão, por sua vez, também poderia ter repreendido a companheira e se negado a provar do fruto proibido, mas igualmente escolheu transgredir. Era livre para isso.

Provada a fruta, tomaram consciência do erro e se viram nus e desamparados. Quando Deus sentiu pela falta deles, e os chamou, procuraram esconder a sua nudez. A partir do erro, passaram a conhecer suas consequências e foi instalado no mundo o sofrimento humano.

O pecado é, antes de tudo, transgressão à lei divina, às ordenanças que foram criadas, não para impingir uma autoridade, mas para proteger o homem do mal e do consequente sofrimento. A exemplo do casal no paraíso, nós também, quando pilhados em algum erro, sentimo-nos nus e perdidos, desamparados pela graça, daí a necessidade do arrependimento para obtermos o perdão que alivia e conforta.

O que motivou Eva, inicialmente, foi a satisfação de uma curiosidade, a seguir, a querer saber mais do que o próprio Deus, tomando posse do conhecimento da ciência do bem e do mal. O que talvez motivou o homem, foi o medo de perder a companheira e da consequente solidão. Mostrou a falta de confiança no seu criador, vez que Deus providenciaria uma nova companheira para habitar com ele no paraíso e apenas Eva se arruinaria.

Uma outra questão pode ser levantada: a terra e tudo que passou a existir foi criado bem depois da queda dos anjos rebelados, quando um terço de toda a legião, sob o comando de Lúcifer, foi arremessada para este planeta. Isso nos leva à seguinte reflexão: O maligno desviou Eva da obediência, desencaminhando em seguida o parceiro. E Lúcifer, se não existiam demônios antes da batalha nos céus, quem o teria desvirtuado?

Tudo de ruim que acontece neste mundo é atribuído ao demônio. Realmente, há uma conexão entre a obra maligna com o iníquo; bem como as obras boas são frutos do espírito reto, pois os frutos revelam a qualidade da árvore.

Temos em nosso interior uma luta constante entre forças antagônicas do bem contra o mal e vice-versa. Paulo evidenciou esse aspecto, quando afirmou numa de suas cartas aos Romanos, ou seja, “o bem que eu quero eu não faço; o mal que não quero este eu faço...”. E prossegue: “desventurado homem que sou!. Quem me livrará do corpo desta morte?" Paulo se refere ao pendor para o pecado que o ser humano traz dentro de si e deve lutar contra ele.

Apesar de muitas pessoas se vangloriarem de sua espiritualidade, até mesmo em voz alta, bem como de suas conquistas no campo espiritual, a exemplo de Paulo, dizemos que todo crente tem necessidade urgente de orar, suplicando perdão por seus pecados diários (Lc 11.4), pois “todos tropeçamos em muitas coisas” (Tg 3.2).

Ocorre que, quando praticamos boas obras, servimos a Deus por meio delas; quando, o mal, servimos aos desejos do maligno, que, desde o começo, intenciona tirar o homem dos caminhos corretos, pois, ele veio para matar, roubar e destruir.

Voltando ao assunto anterior, quem tentou Lúcifer para que se rebelasse contra o criador foi o próprio orgulho, a soberba, os ciúmes e suas vaidades. Como era um anjo que ocupava uma posição de destaque sobre os demais e uma beleza estonteante, ambicionou ser muito mais, maior até que o próprio Deus. Por isso, foi tentado pelas suas próprias fraquezas, o que pode acontecer e acontece inúmeras vezes com todos nós.

Portanto, existem esses “demônios” interiores (desejos escusos, desenfreados, intemperança, ambições desmedidas, porfias, invejas...) que podem ser provocados e o são pelos anjos do mal exteriores, levando-nos a práticas perversas que tanto ferem a Deus. Sorte nossa que Satanás não tem o poder de ler nossos pensamentos, apenas Deus.

Vingar a queda é prioridade do inimigo contra Deus, razão por que tenta arrebanhar o maior número possível de pessoas para a perdição eterna e ele sabe que muito pouco tempo lhe resta até que seja destruído no lago de fogo juntamente com a besta e seus seguidores, os falsos profetas e os que não guardaram os mandamentos de Deus e nem preseveraram na fé em Jesus.

Negar a existência de satanás é uma prática que muito agrada ao maligno, porque o fortalece, e o encoraja a agir à sombra dos fatos já que, o que não existe não tem como ser combatido ou vencido.

Importante é saber que o salário do pecado é a morte, a pior das mortes, a morte eterna. A opção para a vida em abundância, que Cristo oferece, é opção de cada um, no aqui e no agora. Apesar de estar a salvação à disposição de todos, nem todos a desejam, infelizmente. "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor." [Romanos 6:23].

Deus não se compraz com o sofrimento humano, Ele deseja que sejamos salvos, por isso, nos convida ao arrependimento e mudança de vida, haja vista que há festa nos céus para cada pecador que se arrepende e volta para os Seus amados braços.

Temos de estar atentos a uma falsa afirmação de que uma vez salvos, salvos para sempre. Isso não procede. Depois de nos comprometermos com Cristo e nos convertermos, temos de mudar de vida, pois, as coisas velhas já passaram e tudo se fez novo e temos de andar em novidade de vida, diariamente. Assim como Jesus foi ressuscitado pelo poder glorioso do Pai, assim também vivamos uma vida renovada.

Deus nos convida à salvação, nos chama ao arrependimento. Quaisquer que sejam nossas fraquezas, nossos vícios, paixões, o nosso crime, e as nossas transgressões, Ele nos quer resgatar e fazer de nós novas criaturas em Cristo Jesus:

“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. Rm.3:23. Somos pecadores e passaremos pelo julgamento de Deus, assim preconiza o livro sagrado em várias passagens. Por isso Paulo afirma: “Não há um justo sequer, portanto, dependemos da graça de Deus para evitar todo tipo de mal, obedecendo-O e resistindo ao diabo para que ele fuja de nós, permitindo que o espírito e não a carne, dirija nossa vida e estaremos vencendo nesta vida, garantindo a paz eterna junto do Pai.

O que estamos esperando?