“MUDANÇAS ECONÔMICAS DO BRASIL PÓS-CRISE”

“MUDANÇAS ECONÔMICAS DO BRASIL PÓS-CRISE”

Welinton dos Santos é economista e psicopedagogo

O Brasil, tanto como a China e Índia, terão aspirações para a prosperidade e aumento do poder econômico e político nos próximos anos, acompanhados da Austrália e Canadá.

A recuperação econômica na Europa e EUA serão de forma gradual e lenta, com aumento gradativo do desemprego até 2010. O motivo do aumento é a diminuição do nível de investimentos produtivos que afetam a questão do emprego diretamente. Algumas economias européias e a americana estão frágeis e faz com que o investidor internacional faça a opção por outros mercados, como no caso dos países emergentes.

Outro fator que contribuirá para o Brasil crescer é que além de ser um país com uma população predominantemente jovem, têm um sistema financeiro bem regulamentado, nível de inflação sob controle, grandes reservas cambiais (hoje US$ 220 bilhões), seguimento industrial dinâmico, grande fornecedor de commodities, riquezas ambientais fantásticas, grande volume de área agriculturável e outros, além do descobrimento de petróleo nas camadas de Pré-Sal, que pode gerar bilhões de recursos em investimentos diretos, que auxiliam no nível de emprego no mercado nacional.

O aumento da intervenção do estado na economia preocupa porque no futuro perderemos em eficiência tecnológica, as empresas estatais na grande maioria são lentas na tomada de decisões estratégicas o que pode inviabilizar e até comprometer investimentos públicos no setor. O dinheiro dos impostos devem ser gastos de forma consciente em políticas de auxílio à infra-estrutura para garantir empregos no futuro da população brasileira e não para criar cabides empregatícios.

A crise deu vários ensinamentos dentre eles à mudança da mentalidade de boa parte da população brasileira, como o gasto mais consciente, a mudança do hábito de consumo, com aumento do cartão de débito versus crédito, quitação de dívidas e aumento da poupança das famílias brasileiras.

Foi uma das primeiras vezes em que o país sentiu menos os efeitos da crise, mas isto não é uma realidade de todos os brasileiros, muitos sentiram na pele o desemprego, provocados pela quedas das exportações e o empresariado brasileiro mais uma vez foi preciso ser mais ousado, buscando novos mercados em detrimento dos pedidos dos países desenvolvidos para mercados até pouco explorados, como Oriente Médio e outros.

Muitos países pelo mundo aumentaram o comprometimento de suas economias, com endividamentos de curto, médio e longo prazo, além do aumento do déficit fiscal, queda dos investimentos e elevação da inflação, que no Brasil, está sob controle e tudo o que várias economias irão sentir nos próximos meses e anos, o país já passou.

Cada crise traz aprendizados, não estamos isolados do resto do mundo, a comemoração do governo brasileiro é exagerada, apenas havia uma especulação e análise de valor equivocada sobre a nossa economia que está agora no patamar que já lhe pertencia, provocada por vários processos democráticos e de políticas construtivas de vários governos nos 20 anos da política nacional, o crédito não é da última administração, mas da construção do esforço de todas as equipes de desenvolvimento econômico e tecnológico das duas últimas décadas e deixemos de demagogia, ninguém é pai do sucesso econômico brasileiro, que é o trabalho de milhares de técnicos, num esforço de equipe em prol do tão sonhado desenvolvimento do Brasil, este é no mínimo o papel daqueles que honram o seu trabalho nos órgãos de regulação pública nacional.

Cuidado no gasto público é essencial, difícil de ser contida em vésperas eleitorais, mas estamos gastando mais do que está sendo investido nos setores produtivos da economia, que estão diretamente ligadas ao emprego, é como que gastar mais do que recebe, é necessário atribuir responsabilidades.

O Brasil vai crescer pela vontade deste povo, por empresários de garra e de várias autoridades públicas eficientes, mas precisamos fiscalizar e cobrar transparência democrática para transformar o gigante adormecido em uma potência econômica real.