MITSUBISHI, O MAIOR CONGLOMERADO   
                 EMPRESARIAL DO PLANETA 

                                    
da série 
                                MITOS SOBRE O JAPÃO



     No mundo globalizado de hoje vemos as gigantescas corporações empresariais, ainda insatisfeitas com seus faturamentos astronômicos (às vezes, até superiores ao PIB de muitos países), se engalfinharem numa guerra mercadológica feroz, buscando expandir ainda mais os seus mercados. Ora investindo em novas tecnologias, lançando assim produtos mais modernos e competitivos, ora comprando os seus concorrentes diretos em ações hostis nas bolsa de valores. Visam, com isso, manter ou até aumentar sua condição de "grande player" no cenário internacional. Quando o "poder de fogo" é equilibrado, duas empresas podem optar pela fusão, sem descarte, numa primeira fase, de nenhuma das marcas. Nessa modalidade, acompanhamos recentemente, no Brasil, a união da BRAHMA com a ANTÁRCTICA para formar a AMBEV, a fusão da PERDIGÃO e da SADIA para compor a BRASIL FOODS (hoje, a maior processadora de derivados de frango do mundo), a fusão dos bancos ITAÚ e UNIBANCO para constituir o maior banco privado do país, a fusão da ARACRUZ CELULOSE com a VOTORANTIM CELULOSE E PAPEL para formar a FIBRIA (hoje, a maior produtora de celulose de fibra curta do mundo), entre outros casos.

     É prática comum, também, uma empresa participar, como minoritária, no capital de uma outra, sem visar, porém, o seu controle gerencial e jurídico. Nesse caso, visam apenas a participação nos lucros da outra e/ou a promoção de um intercâmbio tecnológico. Como exemplos, temos a RENAULT francesa, que participa do capital da japonesa NISSAN, e da FORD americana, que participa do capital da também japonesa MAZDA. No Brasil, o BRADESCO possui 18% do capital votante da VALE, uma das maiores mineradoras do mundo.

     Outra modalidade é a participação cruzada, onde uma empresa adquire parte do capital de outra (não necessariamente uma concorrente) que, por sua vez, também adquire parte do capital da primeira, objetivando criar uma parceria estratégica e até mesmo compartilhar de uma mesma marca. É o caso do conglomerado empresarial MITSUBISHI, que pode ser considerado o MAIOR DO MUNDO, tanto em número de países onde opera, como em faturamento consolidado. Esse conglomerado possui um formato jurídico "sui generis" que, às vezes, confunde os analistas e os investidores mais desavisados.   Vejamos sua história, seus números e sua filosofia empresarial:


1.    Foi fundada em 1870 por Yataro Iwasaki que, com três barcos à vapor, explorava as rotas comerciais para a China e Rússia, ainda com o nome de MITSUKAWA. Foi rebatizada em 1873 como MITSUBISHI, que na língua japonesa significa TRÊS DIAMANTES (mitsu = três e bishi = diamante ou água caltrop)

2.
    O GRUPO MITSUBISHI é composto por 2.783 empresas, se considerarmos as participações minoritárias (sem controle acionário) em outras empresas no mundo todo, e emprega 1 milhão e duzentas mil pessoas só no Japão. Seu faturamento anual, consolidando o faturamento nos mais de 100 países onde opera, é de US$ 1,7 trilhão (um trilhão e setecentos bilhões de dólares americanos); aproximadamente o PIB da Grã-Bretanha ou 2 vezes o PIB do Brasil. Para efeito de comparação, a GM norte-americana faturou US$ 193 bilhões em 2005, segundo o Banco Mundial...

3. 
   Controla o maior banco do mundo, o MITSUBISHI UFJ FINANCIAL GROUP, além da renomada indústria de máquinas fotográficas NIKON, da seguradora TOKYO MARINE, da indústria de bebidas KIRIN, do time de futebol URAWA REDS (da primeira divisão do futebol japonês) e da fábrica de caminhões ISUZU, entre milhares de outras.








4.    Na área aeroespacial a MITSUBISHI domina o ciclo completo, fabricando helicópteros, aviões comerciais, foguetes lançadores de satélites, mísseis, aviões militares, sistemas aviônicos (fornece componentes para a BOEING americana e para a AIRBUS européia) , turbinas à jato, entre outros produtos. Em 1975 desenvolveu o caça supersônico F1, ainda utilizado pela Fôrça Aérea Japonesa, e em 2000 desenvolveu, conjuntamente com a americana LOCKHEED, o caça F2, mais avançado que o F-16 norte-americano, no qual foi baseado. Em 2008, transformou-se em concorrente direto da EMBRAER brasileira, ao lançar o jato comercial MRJ (Mitsubishi Regional Jet), para 86 passageiros, com a primeira entrega prevista para 2013. Hoje a MITSUBISHI está desenvolvendo, juntamente com a Nissan e a Kawassaki, o projeto do NEXST-1, um supersônico de uso comercial com capacidade para 300 passageiros, que fará, a partir de 2020, o percurso Tokyo-Los Angeles em apenas 4 horas, duas vezes mais rápido que o antigo CONCORDE. 

Foguete lançador de satélites H2A


Caça supersônico F1, da Mitsubishi, incorporado à Força Aérea Japonesa


Maquete do jato MRJ, da Mitsubishi



Caça stealth ATD-X, em desenvolvimento pela Mitsubishi




5.   Na área naval a Mitsubishi Heavy Industries, empresa do conglomerado, fabrica submarinos convencionais de última geração.

Lançamento de submarino da Classe Soryu em 05/12/2007, no Porto de Kobe



     Vale ressaltar que, logo após iniciar a ocupação do Japão em 1945, os norte-americanos obrigaram o GRUPO MITSUBISHI a se desmembrar em centenas de empresas autônomas (sem vínculos uma com as outras), como prevenção contra um possível ressurgimento do poderio industrial japonês. Anos depois, os diretores dessas empresas filhotes passaram a comprar, silenciosamente, ações ou quotas uma das outras, criando uma "cumplicidade empresarial" que contemplava, inclusive, o compartilhamento da marca MITSUBISHI; formato que perdura até os dias de hoje na maioria das empresas do conglomerado.






Nils Zen
Enviado por Nils Zen em 14/09/2009
Reeditado em 02/10/2009
Código do texto: T1809943
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