LER FAZ DIFERENÇA?
Faleceu o Escritor Antônio Olinto. Teólogo, filósofo, ensaísta, tradutor, professor de latim, português, história, jornalista e crítico de arte. Sua obra principal é composta de mais de 20 livros de poesia e romances e está traduzida em mais de 35 idiomas. A ele deixo a minha sincera homenagem e agradecimento. Conheci muito pouco de sua obra, mas esse pouco fui de muita valia e prazer, claro.
Ele, durante muitos anos foi adido cultural em várias embaixadas do Brasil na África e Europa. Um dia, caminhando em uma praia em um país europeu ele conversava com um rapaz desconhecido e este lhe falava que o nome de sua rua era Leblon. Perguntou ao rapaz se conhecia o Brasil, ao que ele respondeu ter conhecido o nome através de uma obra de um escritor chamado Antônio Olindo, muito lido naquele país. Era uma homenagem que os habitantes fizeram ao tão admirado escritor por aquelas paragens.
Esse depoimento eu li numa entrevista com o escritor há muito tempo, onde ele afirmava também que o brasileiro lia muito pouco. Nessa mesma entrevista ele afirmou que, de acordo com seus estudos linguísticos, Shakspeare, possuia um “estoque” vocabular de cerca de 16.000 palavras. Machado de Assis, em torno de 12.000. Ele, Antônio Olinto, mais ou menos 8.000. O cidadão americano médio, (que muitos consideram que são leitores, cerca de 1.000). Já os brasileiros era em torno de 200 palavras que habitavam o cotidiano de seu vocabulário. O ano da entrevista foi 1997, ano em que ele foi eleito para a ABL.