É tão sublime o meu amor

Podem ler este texto ouvindo a música através deste link:
http://www.recantodasletras.com.br/audios/cancoes/25108

É tão sublime o amor... Mas não é que é mesmo?... O amor nos traz coisas boas. Quem ama sempre está bem, seja o amor por quem for: amigo, irmão, filho, um(a) parceiro(a). Amor só traz o bem - digo, o verdadeiro amor, não aquelas coisas que confundimos com amor.

Amor é, antes de tudo, preocupar-se com o outro, mais do que consigo mesmo. Amor é dádiva (por isso, sublime) e dedicação (por isso, aprendizado). Amor é não querer a morte, só a vida.

Uma das músicas que eu acho ser o exemplo fiel deste sentimento é Love is a Many-Splendored Thing, com melodia de Sammy Fain e letra de Paul Francis Webster, que também escreveu Secret Love, outra música linda, que fez parte da trilha sonora de Calamity Jane (Ardida como pimenta), que também adoro, um far west engraçadinho e meloso, protagonizado por Doris Day.

Love Is a Many-Splendored Thing ganhou o prêmio da melhor canção original de 1955, quando foi fundo musical do filme com o mesmo título, que aqui no Brasil foi traduzido como Suplício de uma Saudade, um dos melhores e mais românticos trabalhos cinematográficos de todos os tempos, no que diz respeito a roteiro, interpretação e música.



O filme, um merecido Oscar, foi ambientado em Hong Kong, durante a guerra da Coréia. Conta a história de um jornalista americano (ator Willian Holden) que teve um romance com uma médica eurasiana (atriz Jennifer Jones). O correspondente é casado. Por causa disso ambos tiveram o maior contra de suas famílias.

Eu não sei fazer resenha, mas, também, este texto aqui não é resenha... Quero falar da música e o que ela representa para mim. Comecei o artigo pelas beirolas, para só dar sentido a ele no final.



A música foi tocada por muitas orquestras, como a de Ray Conniff e a de Fausto Pappetti; cantada por grandes intérpretes, como Frank Sinatra e Andy Williams, mas eu gosto mesmo é na voz de Francisco José, cantor português, um tenor, muito famoso no Brasil entre as décadas de 50 a 80, quando morreu.

Talvez ele tenha sido o cantor português mais brasileiro do pedaço até hoje. Ele interpretou centenas de canções brasileiras, entre modinha, samba canção etc; passou por Caymmi (“João Valentão”), Braguinha e Alberto Ribeiro (“Copacabana”), Evaldo Gouveia e Jair Amorim (“Que queres tu de mim”), Chico Anízio e João Roberto Kelly (“Rancho da Praça Onze”) e muito mais... Ou seja, ele não foi só apenas cantor de músicas portuguesas e clássicos populares norte-americanos.



Sua voz ecoou através de minha infância e adolescência, pois minha mãe era sua fã incondicional. Aprendi a ouvi-lo e conhecer a alma portuguesa, e muito apreciei e conheci de MPB por causa dele. Quando ele abria o vozeirão para cantar “É tão sublime o amor”, tradução da música em questão, acompanhado por um coral dos anjos, eu, jovem e sonhadora, sentava e viajava.

Eu não sabia que ia viajar ao meu futuro, mas viajei sem saber... Se eu hoje tivesse que simbolizar o amor que eu sinto através de uma música, eu diria: Love is a many-splendored thing” – e cantada por Francisco José...

É tão sublime o amor

É tão sublime o amor
O amor que tem da meiga flor o perfume, a cor
Uma estrada tão florida
Razões da própria vida
O sonho mais feliz de um sonhador

Foi só depois que te encontrei
Que aprendi a ver no nosso amor
A suprema lei
E não pode haver ninguém no mundo,
Seja lá quem for,
Sorrindo sem ter um grande amor

Foi só depois que te encontrei
Que aprendi a ver no nosso amor
A suprema lei
E não pode haver ninguém no mundo,
Seja lá quem for,
Sorrindo sem ter um grande amor

Love is a many-splendored thing

Love is a many-splendored thing,
It's the April rose that only grows in the early spring,
Love is nature's way of giving a reason to be living,
The golden crown that makes a man a king.
Once on a high and windy hill,
In the morning mist two lovers kissed and the world stood still,
Then our fingers touched my silent heart and taught it how to sing,
Yes, true love's a many-splendored thing.