DESABAFO DE UM PAI

Estou estarrecido.Vislumbro um mundo frio e matemático.Onde somos apenas números em uma fileira infindável

Sou adulto, tenho minha armadura formada. Posso me defender,mas meu filho, criança ainda, sem armas prontas,sem nada, apenas a fantasia.Meu filho não é um numero.Não é mais um desajustado, hiper-ativo ou sei lá.

No que querem transforma-lo?Eu vejo seus olhos pedindo ajuda,sua alma clamando ao vento.Eu peço ajuda,mas os doutores, ah! Esses o enumeram,classificam,formatam.Como posso ouvi-los?Eles não acreditam em alma, espírito.Eles não acreditam em fadas, magia, ilusão

Eles não acreditam em amor...em Deus. Acho que não acreditam até na vida.Como posso ouvi-los? Como podem me ajudar?

Eu suplico, ouçam as crianças, suas vozes cantam melodias encantadas.

Mas o mundo é surdo a tais cânticos. Os doutores dizem: eles tem que se encaixar, adaptar-se ao futuro que virá. Que futuro insano é esse? De que forma devem eles se adaptarem? Devem abdicar da infância, da fantasia, da criatividade, da alegria, da vida?

Talvez esteja velho, ultrapassado. Meu tempo se foi.

Hoje as necessidades são outras mais urgentes.Devemos forjar os profissionais do amanhã.

Por isso eu temo.Por mim,Por meu filho,Pelo amanhã

Temo pelo mundo e pelo homem que virá.

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 08/09/2009
Código do texto: T1799897
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