"Navegar é preciso...viver também é preciso."

Na frase dos antigos navegadores ,“Navegar é preciso,...” encontramos, conforme pesquisa por mim realizada em diversos sites da Internet, uma certa ambiguidade, ou seja, o sentido da palavra “preciso”, seria de necessidade ou de precisão? As opiniões divergem mas, em sua maioria convergem para a interpretação da precisão, dada a descoberta, na época, de aparelhos que “garantiriam” o ato de navegar.

Passados os tempos, chegamos no século 21, quando usamos as mesmas palavras, já com outros significados agregados, como, por exemplo, “Navegar na Internet é preciso” e, novamente podemos nos deparar com a mesma ambigüidade, se quisermos divagar e filosofar. Esse preâmbulo poderia se arrastar quase infinitamente, convém, então, colocar objetividade na questão.

Se para a frase acima podem ser aplicadas duas interpretações, tomei a liberdade de fazer uma alteração para aplicá-la nos dias atuais: “Trabalhar é preciso,...” Nesse caso dificilmente poderemos aplicar duas interpretações, tomando por base a falta de oportunidades de trabalho e a insegurança que o trabalhador sente quando, finalmente, encontra uma colocação. Tudo é difícil. O caminho é árduo, as dificuldades são quase insuperáveis e, uma vez conseguido o intento, é preciso “jogo de cintura” para se equilibrar nessa corda bamba do mercado de trabalho.

Dadas todas essas dificuldades, incentivamos o jovem a mergulhar, desde muito cedo, nessa maratona desgastante e até humilhante, para que o mesmo possa ir “garimpando” sua pepita e nela se agarrar com unhas e dentes.

E é aí que pode se formar um grande problema.....ou não.

A melhor oportunidade de trabalho, de ganho monetário, que um jovem que pensa no futuro, pode encontrar, é o estágio remunerado. Nesse momento o jovem “estagiário” se dá ao luxo de fazer planos, tais como, estar aprendendo dentro da sua área, ser visto dentro do ambiente de sua área, ter uma garantia pelo menos até a conclusão de seu curso e a certeza de ser um futuro.....desempregado, logo depois que se endividou com a formatura.

De todos esses quesitos, deixei de lado o mais importante: seu chefe, seu patrão, seu superior, seu mentor, enfim, seu EXEMPLO.

É nesse ponto que encontramos a dúvida sobre, que tipo de profissional será nosso atual estagiário.

Dificilmente alguém esquece o “que foi o primeiro” em sua vida. O primeiro beijo, o primeiro namorado, o primeiro carro, o primeiro amor e, indubitavelmente, o primeiro chefe.

A primeira pessoa, fora de nossa casa, que tem o direito de nos dar ordens, de nos cobrar, de nos mandar, mas que, na maioria dos casos, infelizmente, esquece de nos ensinar, de nos dar bons exemplos e, conseqüentemente de nos respeitar como futuros profissionais.

É por demais comum encontrarmos jovens engenheiros, advogados, administradores, economistas, trabalhando em empregos bem inferiores a sua capacitação, desiludidos, desestimulados e, pior, até traumatizados.

Para muitos desses casos eu diria: foi culpa do primeiro chefe.

Para ele, o chefe, é preciso dizer que, ao assumir um estagiário, se inicia um comprometimento de mão dupla, ou, se preferir, se por um lado ele recebe um “colaborador”, por outro, ele toma para si a obrigação de ensinar esse colaborador, passar-lhe bons exemplos, sua própria experiência.

Vê-se hoje uma exploração e um desvirtuamento da condição do estagiário.

É preciso “reciclar os poderosos chefes” que, não se sabe o por quê, devem ter memória curta, ou, talvez, sofram de uma “confortável amnésia”.

Olho neles!!! Eles não são onipotentes!!!

inken
Enviado por inken em 08/09/2009
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