DOIS GRANDES HOMENS

DOIS GRANDES HOMENS

Existem muitas maneiras de se conhecer um grande homem. Por favor, não confundir um grande homem com um homem grande, pois a qualidade não se insere no tamanho, mas nas atitudes. Infelizmente os grandes homens, os grandes mitos, os grandes vultos da humanidade viveram num passado remoto e pelo que fizeram no orbe terrestre deveriam ser lembrados todos os dias. Hoje, essa safra de homens anda meio capenga, pois o homem trocou os valores morais e espirituais, pela materialidade. A materialidade do homem atual está imantada na locupletação, no nepotismo, no orgulho próprio, na ambição e na admiração doentia pelo vil metal. O orgulho, a riqueza são fatores importantes para determinadas pessoas que jamais souberam fazer distinção entre caridade e amor próprio.

A ambição leva o homem a praticar atos escusos, matar a ética, ao esquecimento dos irmãos mais necessitados, a prática de ações deletérias com influências negativas para a sociedade da qual faz parte. Em épocas passadas um grupo de pensadores montado por jornalistas reavaliou os grandes vultos do passado do Brasil. Um grupo seleto formado por intelectuais escolheu a figura impoluta de Ruy Barbosa. Ruy Barbosa um inovador na política, na economia e no direito, ele construiu as bases do Brasil contemporâneo. Infelizmente estas bases estão sendo destruídas pelos políticos atuais. Ressalte-se que esse concurso ou escola foi patrocinado pela Revista Época, e o resultado foi publicado na edição de nº 434 de 11/09/2006.

O concurso tinha a seguinte sigla: “O Maior Brasileiro da História”. “No entanto, na visão dos leitores o mais votado foi o grande espírita Francisco de Paula Cândido Xavier”, conhecido carinhosamente como Chico Xavier. Se esse mesmo concurso acontecesse hoje quais brasileiros vocês escolheriam? Seriam capazes? Concorreram nomes famosos e conhecidos por todos os brasileiros. Machado de Assis, Juscelino Kubitscheck, José Bonifácio, Dom Pedro II, Joaquim Nabuco, Tiradentes, Getúlio Vargas entre outros. Por que é importante aprender com aqueles que como Ruy Barbosa e Chico Xavier fizeram a diferença no passado? O dramaturgo alemão Bertolt Brecht em sua peça A Vida de Galileu, Galilei afirmou que: ”infeliz do país que precisa de heróis. Este pensamento reflete concepções importantes e centrais do marxismo, segundo a qual a luta de classes é mais importante para a história que a trajetória dos indivíduos que protagonizam os fatos.

Cada louco com suas manias. Os indivíduos, os grandes homens têm peso importante no destino da humanidade. Se assim fosse às grandes personalidades do passado seriam meros coadjuvantes. Onde ficaria Jesus Cristo nessa conotação infeliz de Bertolt Brecht? Os heróis brasileiros onde ficariam? Achamos até que o pensamento de Bertolt está inserido em 98% da classe política brasileira. Colocamos aqui algumas frases desse marxista: “Não conseguireis desgostar-me da guerra. “Diz-se que ela destrói os fracos, mas a paz faz o mesmo”. “Para quem tem uma boa posição social, / falar de comida é coisa baixa. / “É compreensível: eles já comeram”. “Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento”. “Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem”. “A vida é curta e o dinheiro também”. “Temam menos a morte e mais a vida insuficiente”. “Apenas a violência pode servir onde reina a violência, e / apenas os homens podem servir onde existem homens”. “De todas as coisas seguras, / a mais segura é a dúvida”. “O que não sabe é um ignorante, mas o que sabe e não diz nada é um criminoso”. “Quem não conhece a verdade não passa de um tolo; mas quem a conhece e a chama de mentira é um criminoso”! “Um homem tem sempre medo de uma mulher que o ame muito”. “Primeiro vem o estômago, depois a moral”. Bertolt Brecht.

Convém que no referido concurso entre os intelectuais um empate técnico entre Ruy Barbosa e Machado de Assis, o voto de minerva foi da redação que optou por Ruy Barbosa. Ruy Barbosa teve grandes méritos. Rui Barbosa foi, sem dúvida, um dos mais importantes personagens da História do Brasil. Rui era dotado não apenas de inteligência privilegiada, mas também de grande capacidade de trabalho. Essas duas características permitiram-lhe deixar marcas profundas em várias áreas de atividade profissional: no campo do direito - seja como advogado seja como jurista -, do jornalismo, da diplomacia e da política. Foi deputado, senador, ministro e candidato à Presidência de República em duas ocasiões, tendo realizado campanhas memoráveis. Seu comportamento sempre revelou sólidos princípios éticos e grande independência política. Participou de todas as grandes questões de sua época, entre as quais a Campanha Abolicionista, a defesa da Federação, a própria fundação da República, e a Campanha Civilista.

Mesmo admirando a cultura francesa, como todos os intelectuais de sua época, Rui conhecia também a fundo o pensamento político constitucional anglo-americano, que, por seu intermédio, tanto influenciou a nossa primeira Constituição republicana. Era um liberal, e foi sempre um defensor incansável de todas as liberdades. Orador imbatível e estudioso da língua portuguesa foi presidente da Academia Brasileira de Letras em substituição ao grande Machado de Assis. Sua produção intelectual é vastíssima. Basta dizer que a Fundação já publicou mais de 137 tomos de suas obras completas, e ainda temos material para novas edições. Rui representou o Brasil com brilhantismo na Segunda Conferência Internacional da Paz, em Haia e, já no final de sua vida, foi eleito Juiz da Corte Internacional de Haia, um cargo de enorme prestígio. Em suma, Rui foi um cidadão exemplar, e ainda hoje sua memória é fonte de inspiração para um grande número de brasileiros.

Francisco Cândido Xavier nasceu em Pedro Leopoldo (MG), no dia 2 de abril de 1910. Filho de operário inculto e de humilde lavadeira ficou órfão de mãe aos cinco anos de idade. Seu pai se viu obrigado a entregar alguns dos seus nove filhos aos cuidados de pessoas amigas e Chico Xavier ficou com sua madrinha, mulher nervosa que o maltratava cruelmente. Nos seus momentos de angústia, um anjo de Deus, que fora sua mãe na Terra, o assistia, quando desarvorado, orava nos fundos do quintal: "Tenha paciência, meu filho! Você precisa crescer mais forte para o trabalho. E quem não sofre não aprende a lutar". O menino aprendeu a apanhar calado, sem chorar.

Diariamente, à tarde, com vergões na pele e o sangue a correr-lhe em delgados filetes pelo ventre, ele, de olhos enxutos e brilhantes, se dirigia para o quintal, a fim de reencontrar a mãezinha querida, vendo-a e ouvindo-a, depois da oração.

Algum tempo depois, terminou seu martírio. Seu pai casou-se novamente e sua madrasta, alma boa e caridosa, o recolheu carinhosamente, a ele e a todos os irmãos que estavam espalhados. A situação era difícil. A guerra acabara e graçava a gripe espanhola. O salário do chefe da família dava escassamente para o necessário e os meninos precisavam estudar. Foi então que a boa madrasta teve uma idéia: plantar uma horta e vender os legumes.

Em algumas semanas, o menino já estava na rua com o cesto de verduras. Desta forma, conseguiram encher o cofre e voltar a frequentar as aulas. Em janeiro de 1919 Chico Xavier começou o ABC. Com a saída do chefe da casa para o trabalho e das crianças para a escola, a madrasta era obrigada, algumas vezes, a deixar a casa a sós, pois precisava buscar lenha à distância. Foi então que surgiu um problema: a vizinha, se aproveitando da ausência de todos, passou a colher a verduras e, sem verduras, não haveria dinheiro para as despesas da escola.

Preocupada, a madrasta, não querendo ofender a amiga, pediu a Chico Xavier que, pedisse um conselho ao espírito de sua mãe. À tardinha, o menino foi ao quintal e rezou como fazia sempre que queria conversar com sua mãe e lhe contou o problema. Sua mãe lhe disse que realmente não deviam brigar com os vizinhos e lhe deu uma sugestão: toda vez que sua madrasta se ausentasse, que desse a chave de casa à vizinha, para que ela tomasse conta da casa. Dessa forma, a vizinha, responsável pela casa, não tocou mais nas hortaliças. Passados todos esses problemas, o menino não viu sua genitora com tanta frequência. Mas passou a ter sonhos. À noite, levantava-se agitado e conversava com locutores invisíveis.

Em 1923 terminou o curso primário, no Grupo. Levantava-se às seis da manhã para começar, as sete, as tarefas escolares e entrando para o serviço da fábrica às três da tarde, para sair às onze da noite. Em 1925 deixou a fábrica, empregando-se na venda do Sr. José Felizardo Sobrinho, aonde o trabalho ia das seis e meia da manhã às oito da noite. As perturbações noturnas continuaram. Depois de dormir, caía em transe profundo. Em 1927 - uma de suas irmãs caiu doente. Um casal de espíritas, reunido com familiares da doente, realizou a primeira sessão espírita que teve lugar na casa. Na mesa, dois livros: "O Evangelho Segundo o Espiritismo" e o "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec. Pela mediunidade de D. Carmem, sua mãe manifestou-se: "Meu filho, eis que nos achamos juntos novamente. Os livros à nossa frente são dois tesouros de luz. Estude-os, cumpra com seus deveres e, em breve, a bondade divina nos permitirá mostrar a você seus novos caminhos. "A primeira e única professora de Chico que descobriu sua mediunidade psicográfica foi D. Rosália.

Fazia passeios campestres com os alunos que deveriam, no dia seguinte, levar-lhe uma composição, descrevendo o passeio. A de Chico tirava sempre o primeiro lugar. Desconfiada, D. Rosália, um dia, fez o passeio mais cedo e, na volta, pediu que os alunos fizessem a composição em sua presença. Chico, novamente, tira o primeiro lugar, escrevendo uma verdadeira página literária sobre o amanhecer e daí tirando conclusões evangélicas. Rosália mostrou aos amigos íntimos a composição e todos foram unânimes em reconhecer que aquilo, se não fora copiado, era então dos espíritos. Ao entrar para o funcionalismo público, como datilógrafo, na Fazenda Modelo do Ministério da Agricultura, começa a demonstrar sua admiração pela natureza. Vê em tudo poesia e vida, verdade e luz, beleza e amor e, acima de tudo, a presença de Deus! Em maio de 1927 foi realizada a primeira sessão espírita no lar dos Xavier, em Pedro Leopoldo. Em junho do mesmo ano foi cogitada a fundação de um núcleo doutrinário. Em fins de 1927 o Centro Espírita Luiz Gonzaga, sediado na residência de José Cândido Xavier, que se fez presidente da instituição, estava bem frequentado.

Em 1931, Chico passou a receber as primeiras poesias de "Parnaso de Além-Túmulo", que foi lançado em julho de 1932. Em 1950, Chico Xavier havia recebido, pela sua psicografia, mais de 50 ótimos livros. Vivia no apogeu de triunfos mediúnicos. Estava conhecidíssimo no Brasil e no mundo inteiro. O Parnaso de Além Túmulo, por si só, valia pelo mais legítimo dos documentos, validando-lhe o instrumental mediúnico, o mais completo e seguro que o Espiritismo tem tido para lhe revelar as verdades, inclusive o intercâmbio das idéias entre os dois Mundos. Além disso, recebera romances, livros e mais livros, versando assuntos filosóficos, científicos e, sobretudo, realçando o espírito da letra dos Evangelhos, escrevendo e traduzindo, de forma clara e precisa, as Lições consoladoras e imortais do Livro da Vida. Se grande mérito foi à caridade, nasceu pobre e se foi pobre, pois dos mais de 400 livros psicografados tudo foi destinado a instituições de caridade. Dois seres humanos que atuaram em finalidades diferentes, mas com a inteligência e o dom espiritual aliados conseguiram se sobressair por seus serviços prestados à coletividade em suas áreas específicas. Temos muito que aprender com esses dois grandes homens e muitos outros que fizeram a história no passado. Pensem nisso!

FONTE DAS BIOGRAFIAS: SITES DA INTERNET

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI – ALOMERCE - AOUVIRCE

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 02/09/2009
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