Em Alagoas, a rede estadual de ensino mantém greve
De vez em quando Deus me tira a poesia.
Olho pedra, vejo pedra mesmo.
Adélia Prado
Educação: rede estadual mantém greve!
31/8/2009-
Em assembléia geral realizada na tarde desta segunda-feira 31 de agosto, no Clube Fênix Alagoana, os trabalhadores em educação da rede publica estadual de ensino decidiram, por ampla maioria de votos, manter a greve por seus direitos, incluídos na pauta de reivindicações entregue ao governo estadual em abril passado, dentre elas um reajuste salarial de 15% e o reordenamento da rede.
http://www.sinteal.org.br/noticias
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Justiça decreta ilegal greve da educação em Alagoas
Agencia Estado 25/08/2009 às 19h26min
A juíza Ester Manso, da Vara da Fazenda Estadual, decretou hoje a ilegalidade da greve dos professores e demais trabalhadores da educação em Alagoas. Ester Manso determinou ainda o imediato retorno dos servidores às atividades na rede pública estadual de ensino, caso contrário o sindicato da categoria estará sujeito a multa de R$ 20 mil por dia. A magistrada também considerou legal o desconto dos dias parados nos salários dos grevistas, assim como a abertura de processo administrativo disciplinar por abandono de cargo.
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Diante dos fatos, nós, os trabalhadores em Educação, torcemos para que o judiciário decrete ilegalidade também para o descaso, para o abandono, para a falta de zelo com que é tratada a educação na rede pública estadual de Alagoas. Não cumprir acordo, desrespeitar a população na garantia de seu direito constitucional também deveria ser considerado ilegal.
Educação é mesmo um serviço essencial. A juíza tem razão em afirmar isso. Ainda mais se tratando de um estado tratado como feudo, curral eleitoral de políticos que estão diariamente nas manchetes de jornais em tantos escândalos. Ainda mais em um estado que amarga os piores índices, tanto de IDH quanto de analfabetismo e é por isso que torcemos para que decrete também que é ilegal escola fechada por falta de professores, de pessoal de apoio, por falta de água, por falta de condições mínimas de trabalho, por insegurança.
Ilegal é ano após ano os alunos da rede publica concluírem o ano letivo sem ter visto Química, Biologia, Física, Matemática e tantas outras. Quando escolas concluem o ano letivo corretamente, em sua maioria, se utilizou de monitores, mão de obra recorrente, precarizada, o que prova o descaso como é tratada a educação ofertada a população. Responsabilidade fiscal não pode ser desculpa para negar direitos.
Sonhamos com isso. Que se decrete que trabalhador da educação não é cidadão de segunda classe, que deve ter respeitado seus direitos, como qualquer magistrado, como qualquer trabalhador desse país.