A GERAÇÃO Y: A JUVENTUDE MULTI-TASKER, OS SEUS VALORES E COMPORTAMENTOS
GilsonMatos
Na segunda metade dos anos 50, Abrahan Maslow, tendo como pressuposto a sua famosa hierarquia das necessidades humanas, propôs que se perguntasse às pessoas sobre como seria a vida ideal para elas. A partir das respostas obtidas, segundo o psicólogo, podemos constatar quais necessidades elas teriam ou não suprido, dentro de cinco níveis hierárquicos de importância e influenciação, representados graficamente no formato de uma pirâmide, onde algumas necessidades superiores são contempladas quando as mais básicas são satisfeitas.
Os apontamentos da teoria de Maslow foram coerentes à época, porém, hoje, temos uma sociedade consumista e inserida num mundo high-tech, onde a popularização do acesso simultâneo às mais diversificadas mídias e tecnologias cria cidadãos multi-interativos; e a capacidade de consumir se consolida como ideal de afirmação no meio social. Nestes termos, seguindo o que ele propôs, se perguntarmos aos jovens sobre o mundo ideal para eles, constataremos novos paradigmas numa realidade histórica de oportunidades e ameaças.
Deste ponto em diante, passo a analisar os valores e os comportamentos dessa juventude Multi-tasker, que se caracteriza pelo rompimento dos laços com as gerações anteriores, que é capaz de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, sem prestar atenção total em nada, nem concluir tudo o que inicia, que interage facilmente com as modernices tecnológicos, e se relaciona virtual e superficialmente com as pessoas.
Assim, para esta análise, necessárias se fazem, portanto, a concisão e a brevidade do texto, requisitos imprescindíveis para a compreensão dos multi-interativos, cuja atenção está sempre dispersa entre muitas tarefas, isso num direcionamento formal da língua escrita, já que entre os jovens é muito comum a expressão do miguxês e do internetês, reduzindo as palavras à duas ou mais letras ou, ainda, frases em uma única expressão, algo que não convêm à estrutura deste texto.
É comum para um multi-tasker, pelo computador, esperar o download de um gigabyte de arquivos no formato MP3, enquanto ouve música, conversa com amigos reais e virtuais do país inteiro pelos programas de mensagens instantâneas e, ainda, corresponder os recados que recebeu por e-mail, tudo isso sem descuidar de um moderníssimo telefone celular, que também possibilita essas mesmas atividades.
Exatamente por serem indivíduos tecnológicos, imediatistas, versáteis e sempre conectados ao ambiente digital, a internet é obviamente uma das principais necessidades dessa “geração ipsilone”, que interage com o mundo digital/virtual e a realidade propriamente dita, constantemente, chegando ao ponto de confundí-los. Eis o que justifica um estilo de vida que preconiza acontecimentos rápidos (na velocidade da tecnologia), multi-interativo e com a praticidade de um simples clique. Quem tanto depende dos computadores, identifica-se com a tecnologia e se condiciona, acaba, pois, agindo e pensando automática e previsivelmente como uma máquina.
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O QUE DIRIA UM PESSIMISTA...
E o que mais me decepciona é o fato da cultura, para esta geração, ser sinônimo de diversão, entretenimento, tão somente, não há mais interesse pelo caráter revolucionário da arte, criador de novas linguagens e contestador da mentalidade secular. Consomem-se os filmes hollywoodianos, uma diversão rápida e barata. Não há mais a materialidade da música, agora descartável, digitalizada e veiculada pela internet. Maior descaso ainda com a literatura, pois, a mente sempre dispersa não consegue se concentrar mais nos livros, não passam de uma lauda com proveito, seriam outras as funções da linguagem?
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O QUE DIRIA UM PSICÓLOGO...
A procrastinação constante é uma conseqüência do condicionamento ao baixo nível de concentração que a juventude desenvolve, haja vista fazer muitas coisas ao mesmo tempo, acostumando o próprio cérebro à um baixo nível de imersão em cada uma delas, o que acaba trazendo transtornos como ansiedade, impulsividade, stress, perda de produtividade, entre outros, caso os hábitos de adiar algumas atividades e não concluir tantas outras atrapalhem os compromissos da vida cotidiana.
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EN PASSANT!