Manifestação grátis
Manifestação grátis de pensamento
O futuro lúcido do terceiro mundo verá como piada a presença dos amadores na internet enquanto trabalho fornecido sem remuneração. Assim, o fato de mostrar algo simbolizando distinção cultural, se constituirá em profunda necessidade para a terceira-idade do homem moderno. Ele envelhecerá sobre o computador sem estabelecer uma identidade a partir dos traços próprios dessa experiência de comunicação. Mesmo com a sensação de que ficou mais fácil. Ele sentirá que encenou uma atitude de redescoberta original de importância como voz ativa no mundo em que se espelha sem meta real. Metido numa instância do imaginário filtrado para sugá-lo como confissão da sua identidade.
Costumava dizer que no jogo de xadrez tinhamos uma chance rara de reeducação da velha sentença conhecida na infância: olhar com os olhos e nunca com as mãos. Essa nova oportunidade tinha para mim uma relação direta com o amadurecimento do autocontrole. Assim o cálculo mental seria proporcionalmente crescente ao amdurecimento do tipo de observação. Compreendi que certas visitações no micro poderiam ser utilizadas para deter o sujeito no campo do fascínio fetichista. (Risos) Combinando a utopia de se ver inserido pelo menos numa onda de deslumbramento das massas, correspondente ao próprio êxito da técnica em bits. Daí a onda avassaladora do amadorismo no campo da experimentação. O pulo de toda a gente para dentro da internet no computador que era máquina de cientistas. É o olhar com as mãos ocupadas pelo mouse em busca da consubstanciação por impulso.
Sempre espantoso verificar o quanto no futuro imprevisível do dinheiro, tudo isto ausenta a política de remuneração dentro da ação homem máquina, diante dos sinais liberalizantes da tecnololgia cultural. A internet em seu segundo ciclo web, com sites de relacionamento, vem tomar a forma de participação a título de mero passatempo, num universo de pobreza franciscana, para ser delicado e redundante. O usuário (animador virtual barato e fácil) expõe toda a sua vida. Segue rompendo subjetivamente esse apreciável desnível com indiferença de milionário em férias no paraíso. Todos aceitam participar apenas para pertencer graficamente ao conteúdo. Como se pintasse algo na parede da caverna úmida, além da contagem de pontos imaginários na carteirinha de ilusões. (Puro cinismo!) Quanta vanidade de integração é capaz de omitir o desejo de ser recompensado como trabalho devido á ingerência da espontaneidade? O usuário é o colaborador alienado do seu trabalho virtual enquanto importância financeira. Principalmente agora que a moda do jornalismo é em bits.
O que devemos salientar é o quanto bastaria o direito a alguns desenhos numa página para que alguém declinasse uma decisão importante: gosto desta garatuja aborrecida, portanto deposito-lhe uma moeda. Ou não gosto deste desenho original, portanto jamais depositaria uma casca de alho por ele. Duas opções tão bestas quanto aquelas que conferem aos idiotas uma oportunidade flagrante: se você é maior siga em frente. Menor, caia fora! Muito certo que a conta lembraria esmola num terreno de êxito devido a caridade tecnizada pelo direito ao recolhimento de algum caraminguá. Na verdade a mais saudável brincadeira de arrecadação igualitária já vista pelo homem, desde a última grande exploração global dos costumes. Se é que tivemos uma última.
Ora, qualquer cidadão poderia receber um bom dinheiro de grão em grão, pelo menos dentro da nossa geografia. Os grandotes criam as páginas que rabiscamos e ficam ricos, pois seria esta a hora de dizer “sim” ao direito de arrecadação cultural assistida por uma política cultural governamental. É que perspectiva burguesa não admite a cultura como pedinte de recursos. Ela pressiona apenas os mecanismos para controlar os rendimentos. O fato é que alguém poderia desejar lançar uma moeda e haveria sempre alguém disposto a ela, caso fosse convidado a modificar os perfis de renda individual, partindo desses vestígios culturais apresentados. Ó trabalhador!
Claro que existem mecanismos de linguagem quente funcionando mais ou menos assim. Porém sem colocar nenhuma alternativa fácil e segura no caminho do desenvolvimento participativo cultural. É espantoso como algo “grátis” pode adquirir um consenso tão exrtravagante na linha dos interesses gerais a ponto de ocultar totalmente a pobreza*. É como se os pobres não estivessem lutando pela vida com tais ferramentas. E ninguém se preocupasse com isso, além dos reduzidíssimos círculos de exploração. O que vemos é a indicação para ação econômica individual dos grandes passos, aqueles pobres com convites graduais do tipo: faça uma faculdade à distância e seja Presidente da República, enfie-se nas máquinas de currículos, gaste mais, invista, jogue seu corpo na webcan, coloque uma rede financeira para trabalhar para você, tenha certificado digital (o certificado digital do pobre deveria lhe dar direito a uma moeda a cada acesso como donativo livre), enfim. Não haverá moedas já! Ou pelo menos até o ano em que Marte der o fora da galáxia. Tudo enquanto desejamos algumas pratinhas por algum texto no tempo em que somos explorados. E ainda mais sem sindicato para animadores virtuais viciados em redes de relacionamento.
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O relacionamento economico virtual em tais condições da pessoa física deveria ser patrocinado por automação decente.
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*Ela mora no Orkut!” O verso ilusrtra o sentido das ilusões impostas além da capacidade financeira dos usuários