Pai, quando o tempo re-escreve a nossa história.

Esta semana faço 45 anos. Tem hora que parece muito, tem hora que parece pouco.
No dia que meu pai morreu, gritei aos céus que não queria nem mais um dia de felicidade ou novidade, só por não tê-lo mais ao meu lado para ouvir as minhas façanhas. Ainda bem que Deus não me levou a sério, pois já se passou 9 anos, e pelo jeito ainda vou durar um bocado, o suficiente para que se nada de melhor acontecesse, seria praticamente insuportável essa vida.
A minha intempestuosidade daquele momento, só revelava a ignorância que tenho, sobre a vida e seus esquemas.
Estes dias o tempo me veio provar, que ainda tenho muito a aprender. A minha relação com o meu pai não acabou com a sua morte, quando erro, tento consertar, só pela lembrança que tenho do que ele iria achar. Quando acerto, ofereço a ele as minhas alegrias.
Eu julgava que esta relação tão forte existia por conta dele ter sido um ótimo pai: presente, carinhoso, cuidadoso, amigo, educador - nunca se esquivou de suas responsabilidades perante a mim. Porém, não deve ser isso que nos leva, eu e meu pai, a uma relação tão próxima. Esta verdade foi suplantada por outro episódio que me bateu à cara recentemente.
Minha filha foi abandonada por um longo tempo pelo seu pai, ela e seus dois irmãos, os meus três filhos mais velhos. Fato que me magoou profundamente e pelo qual vira e mexe escrevo um conto em desagravo, mas ainda não achei o que faria acalmar meu coração e perdoá-lo de ato tão vil: abandonar os próprios filhos.
Na minha pouca sabedoria, presa ao egoismo do meu rancor, não via como esta relação entre meus filhos, principalmente a Anna, minha filha que está na foto acima, em pequena chamada a "Princesinha do papai", pudesse ser consertada depois de todo o abandono. Errei, errei de novo, existe nessa vida um elemento chamado tempo, que conserta todas as coisas, quando se há ou um dia houve a palavrinha mágica que cria o bem: amor.

O relato da Anna, de como ela vivenciou isto, e o comentário de seu pai sobre as leviandades do mundo que o fizeram esquecer de seu dever paterno estão publicados, mostrando que entre pai e filho, não há maldades, erros, acasos ou infortúnios que possam destruir esta relação. Convido-os a ler o texto Pai, publicado no blog:
www.meninafreitas.blogspot.com
Eliana de Freitas
Enviado por Eliana de Freitas em 23/08/2009
Código do texto: T1769789
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