Traumas na infância.
Traumas da infância.
Muitas coisas que vivi e esqueci preciso aprender, incorporar as coisas da vida.
Escrever é fazer-me viver, relembrar os detalhes adquiridos, esquecidos que fizeram parte de minha história, E à medida que vou escrevendo, pensando vou resgatando-os, por essa razão o conhecimento alarga nossas fronteiras torna-nos maiores em riquezas de detalhes vividos.
O mundo moderno está enlouquecendo muitos dos seus habitantes com muitas informações desnecessárias, poeiras sonoras, com isso deixa-se a arte da percepção, da contemplação, do admirar. Esse conhecimento é também uma forma de reinventar a vida. Tenho me esforçado por viver conhecendo, tomando conhecimento das novidades de cada dia, buscando aquelas que ficam mais despercebidas, que estão menos em evidência, Gosto de um verso sagrado que diz assim: “Aquele que despreza o dia dos humildes começos, esse alegrar-se á” (Zac 4.10).
Diante dessa informação meu coração se inquietou. Conhecimento de coisas pequenas Estamos inflamados em busca dos grandes projetos, grandes aventuras, grandes eventos, grande fama, grande poder, grandes negócios. Desprezamos o dia dos humildes começos.
Não são poucas às vezes em que me esforço para lembrar o que um dia aprendi detalhes de acontecimentos lindos que ficaram armazenados na memória em um local pouco visitado, cansada a memória de esperar a minha visita foi descansar. Conhecimento é assim, fisiologicamente falando tudo que não exercitamos, usamos em nosso corpo perdemos, e quantas maravilhas obras geniais perderam-se por falta de visitas, por falta de exercitar, de desprezar achando que eram insignificantes.
É comum quando se vive a infância em um determinado local, depois se muda para um outro distante, passados muitos anos depois o reencontro de alguns do grupo é sempre lembrado pelos detalhes que vão se lembrando um dos outros, você se lembra do Pedro, lembra do apelido que o chamávamos, lembra de tal pessoa? E por ai vai, o duro é quando a pessoa com que convivemos, seu arquivo foi por falta de visitas no arquivo da memória está esquecido, e a pessoa fica: Mas você não se lembra mesmo de mim? Pense um pouco, não acredito, até que alguém vai ajudando em alguns detalhes que a mente adormecida por falta de visita acorda sonolenta e diz agora me lembrei: Você é o... Isso é “Re - conhecer” é conhecer de novo e de um jeito novo. É reencontrar depois de muito tempo, e identificar alguns detalhes que o tempo não pode modificar. Reconheci aquilo que já conhecia e só pude fazer porque as pessoas me ajudaram nos detalhes que marcaram minha experiência. Ah eu tinha um apelido que me deixava muito bravo na infância, e sabe que apelido só pega porque damos ênfase a ele, tudo que valorizamos demais pega, ou seja, se quando chamado pelo apelido não houvesse reforço positivo não pegaria, seria extinto, mas devido nossa valorização, não aceitando ficando zangado ai pega, O meu apelido era “belas pernas, perna de moça” Apelido esse gerador de muitos conflitos em mim, quase não usava shorts, sempre que me viam de shorts meus amigos falavam e ai belas pernas, Era motivo de brigar com os que eu podia e ficar com muita raiva daqueles que eu não podia brigar, e nessas conversas de lembranças vividas, esses dias encontrei-me com um desses antigos amigos, que a memória por falta de visita não trouxe de maneira rápida a ficha dele, mas com a sua ajuda de detalhes foi lembrado pela memória e o primeiro detalhe que ele falou foi: eu te coloquei um apelido lembra? Nessa hora aquelas cenas vieram como ataque de enxames de abelhas enfurecidas,
Lembrando-me de algo que na infância tinha sido situação de muito desconforto, e que hoje, estava superado, resolvido de maneira a não mais sentir desconforto por ter: “belas pernas”, aliás, leitor um dos rótulos da minha infância foi esse. Você também já sofreu por alguns apelidos? Lembra das pessoas que colocaram apelidos em você? Você ainda sofre por causa deles? Você consegue lembrar de seus apelidos sem ter muita raiva? Lembre-se não somos bons em tudo e se esse assunto é algo que o faz sofrer procure ajuda de um profissional. Porque a vida é muito linda para vivermos emperrados em picuinhas, e são elas que mata a vida e tira o prazer de vivê-la
Pense nisso... E viva a vida.
Dr. J.F.Alvarez Agosto de 2009.