QUEBRAS DE BANCOS NOS “EUA”
QUEBRAS DE BANCOS NOS “EUA”
Welinton dos Santos é economista
Na história americana, com exceção da década de 20 e 30, nunca houve tantos bancos quebrando nos EUA. Em 1933 foi criado a FDIC – Federal Deposit Insurance Corporation que é uma agência governamental americana que têm como missão promover e preservar a confiança do sistema financeiro, através de seguros, garantindo os depósitos bancários de até US$ 250,000.00 (Duzentos e cinquenta mil dólares).
O governo americano está no caminho certo, regulamentando o mercado financeiro que foi muito prejudicado com títulos hipotecários sem lastro, chamados de popularmente de títulos podres.
No período de janeiro até 19 de agosto de 2009, foram fechados 77 bancos naquele país, no ano passado encerraram atividades 25 bancos, com projeções de ser até 4 vezes maior em 2009 o volume de falência em comparação com 2008. No momento além dos bancos que faliram existem outros 179 na lista vermelha do FDIC, que são chamados de “bancos-problema”, que estão sendo monitorados pelo órgão.
Vamos fazer um levantamento cronológico, no ano de 2000, houve quebra de 2 bancos naquele país; em 2001, 4 bancos; em 2002, 11 bancos; em 2003, 3 bancos; em 2004, 4 bancos; em 2005 e 2006 não houve quebra de bancos e em 2007 faliram 3 bancos, num total entre 2000 a 2007 de 27 bancos com falências decretadas, em comparação aos 25 de 2008 e de uma enxurrada de falências para 2009. Dados disponíveis no site do FDIC: http://www.fdic.gov/
O setor bancário americano sob a supervisão do FDIC agora em julho é composto de 5.186 bancos e instituições de poupança, mais da metade do sistema bancário americano.
Pelo menos 20% destes bancos tenderão a desaparecer nos próximos 5 anos, provocado por fusões, aquisições e falências.
A postura do governo Barack Obama quanto a bancos insolventes é correta num momento de recuperação das condições de crédito e principalmente da credibilidade de um sistema que foi comprometido pela administração anterior.
Existem esforços na busca de soluções para o sistema financeiro americano, mas uma dúvida paira sobre as futuras coberturas de crédito, pois, as reservas do FDIC, diminuíram consideravelmente. O dinheiro disponível no Deposit Insurance Fund (Fundo de Depósito para Seguro) é que suporta os depósitos dos bancos membros do FDIC.
Com certeza muitos bancos já estavam quebrados antes mesmo das eleições, mas agora é necessário arrumar a casa e o governo dos EUA está cumprindo com seu papel, o que provocará em médio prazo a retomada esperada da economia, ao contrário do que ocorre hoje na Europa, quem sabe um Proer brasileiro auxilie na criação de novas oportunidades, mas um fato é claro, a maioria dos bancos em dificuldade excederam os limites sugeridos pelo BIS (Banco de Compensações Internacionais – Banco Central dos Bancos Centrais), em acordos assinados na Basiléia, em que uma instituição financeira não pode emprestar mais que 12 vezes o seu capital, a maioria dos bancos que faliram emprestavam entre 29 a 35 vezes a sua capitalização.
O socorro ao sistema financeiro continuará, porém, acautelar-se será a melhor receita afinal, os dirigentes são responsáveis, mas garantir a eficácia sobre o controle do sistema de fiscalização será o mais prudente para a economia americana.
welinton.economista@gmail.com