A relação professoara/aluno
João dos Santos Leite – Psicólogo - CRP 04-2674
A Relação Professora / Aluno
A relação aluno professora é transferencial. Significa que o aluno relaciona com a professora como se ela fosse uma pessoa significativa de sua vida, geralmente a mãe.
Quando a relação professora aluno é contratransferencial, quer dizer que a professora está revivendo a sua história passada com aquela criança do presente.
A relação transferencial (aluno/professora) vai ser positiva na medida em que a criança encontre na professora a mãe e isto serve como estímulo para seu desenvolvimento saudável, a despeito de possível carência familiar. Uma relação transferencial positiva facilita o manejo e o aluno, provavelmente, desenvolverá seu potencial de maneira serena e crescente.
Do mesmo modo, caso a representação da professora seja de mãe má, a transferência negativiza e a criança corre o risco de se rebelar tal qual faz em seu lar. Neste caso, o convívio se deteriora e a professora precisa de um esforço pessoal extra, um tanto a mais de conhecimento e dedicação técnica, quiçá um apoio especializado ( a supervisora, a orientadora, o psicólogo, ...) para mostrar para a criança que é possível encontrar aconchego emocional com outras pessoas, além de sua mãe.
É preciso que ela entenda que a falha na relação mãe filho, quase nunca é deliberada, para não culpabilizar a mãe, dificultando mais ainda, a recuperação da criança.
A contratransferência só é positiva quando a professora vê nela um sinal de alerta e dá conta de manter sob controle a sua própria carência maternal, abdicando do desejo de repetir o passado no presente, resolvendo a sua “pendenga” pessoal, ainda que com recalque, preferencialmente, com superação.
Se a professora não consegue isto, o manejo da criança fica prejudicado e a sala de aula se transforma naquele purgatório tão conhecido dos profissionais da educação.
Uma alternativa que pode dar certo em ambas as situações passa pela qualificação técnica da professora, que a auxilie a lidar com seus alunos de maneira lúcida e consciente.
Não se pode esquecer do esforço da professora em construir relações interpessoais positivas, que satisfaçam um tanto de suas próprias carências emocionais!