REGIÕES INFERIORES - Texto III -TÁRTARO
PALAVRAS DE VIDA
Pr. Serafim Isidoro.
REGIÕES INFERIORES - Texto III
TÁRTARO - Prisão de Anjos Caídos e Rebeldes
Eis mais um termo grego usado uma única vez nos escritos da Nova Aliança. É também pinçado, assim como Katôtêra - Ef. 4.9 - referido em nosso artigo Regiões Inferiores, texto II. Tártaro é extraído da Mitologia Grega da era de seis ou sete séculos antes de Cristo. A citação desse termo é feita pelo apóstolo Pedro em sua segunda epístola, no capítulo dois e no versículo quatro, aludindo à prisão de anjos que pecaram: "Porque Deus não poupou aos anjos que pecaram, mas havendo-os lançado no Tártaro os entregou a cadeias de escuridão - seirais zoófon - ficando reservados para o juízo".
Há uma identificação na maneira deste apóstolo expressar-se acerca de tal acontecimento bíblico de interpretação histórica que remonta a um longínquo passado, acrescido da declaração do escritor, também canônico, Judas, que no capítulo único de sua epístola, no versículo seis, escreveu: "E aos anjos que não guardaram o seu principado - archein - mas deixaram a sua própria habitação - tô idion oikterion - reservou na escuridão e em prisões do Hadês - desmois aidiois - até ao juízo daquele grande dia".
Embora Judas não faça alusão específica ao Tártaro, a figura expressa no texto é a mesma usada por Pedro, focalizando um lugar de aprisionamento espiritual daqueles anjos transgressores. Judas acrescenta que tais anjos cometeram o pecado da mesma qualidade do que foi praticado nas antigas cidades de Sodoma e de Gomorra - sodomismo - e que havendo-se corrompido estes anjos como aquelas cidades, indo após outra carne - foram postos para exemplo, sofrendo a pena do fogo.
Aludindo ao Tártaro, o Dicionário de Conceitos Fundamentais de Teologia, Peter Licher, Editora Paulos - 1993, página 401 - diz: "Tártaro era a prisão de Titãs, que fica sob o comum reino dos mortos, sendo também o lugar de castigo para os homens maus; para tiranos, para os que roubam templos e para assassinos. O destino justo lança estes no Tártaro, de onde eles não mais sairão".
A expressão, como colocada no texto, Tartaroô, é um verbo nom. sing. masc. part. aor. 1 de Tartarôsas, significando o ato de prender no Tártaro. A narração pormenorizada dessa condenação é feita no livro apócrifo "Livro dos Segredos de Enoch" escrito no primeiro século aC.
Escreve Junito de Souza Brandão, Editora Vozes, no livro "Mitologia Grega", Edição 1993, página 106: "Tártaros, de etimologia desconhecida, é o local mais profundo das entranhas da terra, localizado muito abaixo do Hadês. A distância que separa o Hadês do Tártaro é a mesma que existe entre Géia, a Terra, e Urano, o Céu. Mais tarde, o Hadês foi dividido em três compartimentos: [Campos Elíseos, Érebo e Tártaro]".
São, estas, citações oriundas da Mitologia. Porém, não há dúvida de que tal termo - Tártaro - assim como outros mais, influenciou os escritores sagrados. A Mitologia acaba desembocando na Nova Aliança que é reveladora da verdade de Deus. Atrás do mito há sempre um cunho de verdade. Como cristãos, séculos após tais revelações, esquadrinhamo-las com a finalidade de entendermos um pouco mais sobre o tão misterioso universo espiritual. Em parte conhecemos e em parte profetizamos, escrevera o apóstolo Paulo. Entretanto, só uma Pessoa pode conhecer perfeita e verossívelmente a verdade:
Só Jesus.
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