Sociedade refém...
Assisti pela TV ao debate “A justiça que queremos”, organizado pela frente dos advogados parlamentares e com participação de autoridades do Judiciário em programa recente. Pudemos, nas entrelinhas, compreender o porquê do emperramento da máquina administrativa pública e da não progressividade de grande parte da mesma, embora residindo na terra prometida, possuidores de capacidades infinitas, em terra onde tudo que se planta, se colhe e também conscientes de filhos de Deus, o Criador.
Lamentavelmente grande parte desta mesma sociedade se ressente ainda destas riquezas, tanto material como espiritual. Quando se refere ao lado material, logo se pressupõe que nossa pátria poderia estar servida de maiores recursos e prosseguindo com políticas mais prósperas. Mais idealistas e juros mais accessíveis, como apregoam Antonio Ermírio de Morais e José Alencar e com a corrupção menos ativa.
O que se vê então é esta sociedade a ver navios, carentes da soma dos erários públicos que seriam endereçados em melhorias públicas como um todo serem endereçados a minorias mais espertas, conforme atesta a revista Veja na edição de 28 de Abril de 2004, na matéria de capa com o título “Uma praga nacional”, que na sua sequência destaca em subtítulo “Corrupção e inércia nas prefeituras desviam mais de 20 bilhões de reais por ano”. Entende-se que grande parte desta mesma sociedade não assimila o tamanho do buraco, o grande significado que estas práticas provocam nas mesmas, em termos de melhoria na educação, na saúde, no bem estar social, onde provavelmente somente 0,3% da sociedade têm este conhecimento da real aplicação das verbas públicas na sua totalidade.
Nas entrelinhas em que acima referia o debate “A justiça que queremos”, podemos captar o interesse dos magistrados e também alguns parlamentares em por fim a estas práticas, onde emerge a pergunta “O que queremos para o nosso município, o nosso estado e o nosso país?”. Numa visão de sonho nos vislumbra ver a população mais jovem engajada nestes ideais, nestes movimentos, dando um basta e não deixando o Executivo, o Judiciário e o Legislativo legislarem em causa própria. Despertando o interesse desta pelas causas nacionais, principalmente a aplicação correta das verbas públicas, para que se cumpra a Justiça a que todos têm direito, que perduram e são usados os lados da obscuridade das entranhas das administrações públicas, onde urge a prevalência da Luz por 24 horas seguidas, para que o brilho atinja a todos.
José Pedroso
2004