MENINO DE RUA FICOU EM 1º LUGAR NA 4ª RECITATA - 2009

Com a poesia MENINO DE RUA, publicada no Recanto das Letras, no dia 06 de março de 2009, na minha página, graças a Deus, eu tirei o 1º LUGAR NO JURI POPULAR da 4ª RECITATA (Concurso de Poesia Declamada), realizado de 12 a 14 de agosto de 2009 e organizado pela Secretaria de Cultura da Prefeitura do Recife, com nota 10 (dez). Fui unanimidade entre os componentes desse Juri.

Participaram deste concurso 92 (noventa e dois poetas), tanto de poesias marginais quanto de poesias populares.

Para mim foi uma surpresa tremenda, principalmente porque foi minha estréia como declamador e com uma poesia que escrevi há 16 anos atrás.

A cerimônia de entrega dos prêmios foi no Teatro Santa Isabel, no Recife, no domingo, dia 16 de agosto de 2009, às 17:00 horas com entrada franca e os poetas finalistas obtiveram as notas a seguir:

7º FESTIVAL RECIFENSE DE LITERATURA - A LETRA E A VOZ

4ª RECITATA - PERFORMANCES DOS POETAS FINALISTAS

- 14 agosto de 2009

NOTAS DOS FINALISTAS – JÚRI POPULAR

1) Ismael Gaião da Costa - 10.00

2) Raisa Almeida Feitosa - 9.89

3) Diogo Marcos Testa (Testa) - 9.84

4) Francisco Pedrosa Galvão - 9.70

5) Biagio Pecorelli Filho - 9.67

6) Aline de Andrade Ramos Cavalcanti - 9.63

7) João Flavio Cordeiro da Silva (Miró) - 9.53

8) Renata Santana - 9.39

9) Edivaldo Fernando dos Santos - 9.32

10) Valmir Silva Jordão - 9.32

11) Wellington Jose de Melo - 9.09

12) Jose Luis Miranda Vieira (Lara) - 8.84

13) Ana Maria Santos Duarte - 8.68

14) Érica Batista de Oliveira - 7.97

15) Pedro Américo de Farias - 7.67

16) Arthur Rogério Coelho de Carvalho - 7.45

17) Junior José Vieira - 7.15

NOTAS DOS FINALISTAS – JÚRI ESPECIALIZADO

1) João Flavio Cordeiro da Silva (Miró) - 9.50

2) Diogo Marcos Testa (Testa) - 9.40

3) Pedro Américo de Farias - 8.94

4) Ismael Gaião da Costa - 8.93

5) Valmir Silva Jordão - 8.87

6) Francisco Pedrosa Galvão - 8.79

7) Renata Santana - 8.50

8) Aline de Andrade Ramos Cavalcanti - 8.33

9) Érica Batista de Oliveira - 8.32

10) Raisa Almeida Feitosa - 8.28

11) Jose Luis Miranda Vieira - 8.25

12) Biagio Pecorelli Filho - 7.95

13) Edivaldo Fernando dos Santos - 7.27

14) Wellington Jose de Melo - 7.17

15) Junior Jose Vieira - 6.78

16) Ana Maria Santos Duarte - 6.27

17) Arthur Rogério Coelho de Carvalho - 6.07

Vamos à poesia.

MENINO DE RUA

Eu vi sua indiferença

Quando você me olhou

Mas por favor, pare um pouco

E pense no que eu sou

Se eu sou pequeno assim

É que a vida não deu a mim

O direito de crescer

Eu vivo ao Deus nos acuda

E preciso de uma ajuda

Pra poder sobreviver

Seu filho nasceu feliz

Pois pra dormir teve berço

Eu também seria assim

Se ao menos tivesse um terço

Porém o que me sobrou

Foi a rua onde estou

E não as bancas da escola

Sem estudo e sem comer

Ao invés de aprender ler

Aprendi a cheirar cola

Não me trate por bandido

Porque bandido eu não sou

Se eu aprendi a pedir

A vida é que me obrigou

Se eu pudesse escolher

Juro que eu queria ser

Um menino educado

Filho de gente grã-fina

Com casa boa e piscina

Com saúde e alimentado

Você passa no seu carro

Da vida toda contente

Me olha de cara feia

Como se eu não fosse gente

Mas saiba que como os seus

Também sou filho de Deus

Apenas não tive sorte

De ser filho da senhora

Por isso eu lhe peço agora

Não deseje a minha morte

Se não quer me fazer bem

O mal também não me faça

Porque eu não sou culpado

De viver nessa desgraça

Passando necessidade

Vejo que a sociedade

Esta sim é a culpada

Porque na sua ganância

Só quer tudo em abundância

Deixando o pobre sem nada

Eu não sei o que é carinho

Porque mamãe não me deu

Pois em toda sua vida

Sofreu tanto quanto eu

Vivendo pra trabalhar

Apenas pra sustentar

Os seus filhinhos com vida

Vive na infelicidade

E ainda na flor da idade

Já é uma velha sofrida

Eu sei que na sua casa

Tem uma linda cadela

E eu já seria feliz

Se vivesse igual a ela

Pois ela tem boa vida

Carinho, banho e comida

Cada qual no seu horário

E também quando adoece

Eu sei que logo aparece

Um Médico Veterinário

Enquanto o seu filho tem

Dentista, médico e hospital

E uma boa enfermeira

Se acaso passar mal

Eu nunca fui ao doutor

E quando sinto uma dor

Aumenta mais o meu tédio

Pensando que vou morrer

Pois não tendo o que comer

Como vou comprar remédio

Skates, patins, videogame

Seu filho tem desde cedo

Eu em toda minha vida

Nunca ganhei um brinquedo

Sou pequeno e magricela

Sem nenhuma chinela

Para proteger meus pés

Vejo o seu filho lindo

Ganhando e sempre pedindo

O que já tem mais de dez

Sem poder me alimentar

Mamãe me mandou pro mundo

Mesmo guardando em seu peito

Um sofrimento profundo

Eu hoje vivo a pedir

Sem ter para onde ir

Pois meu teto é sol e lua

Num mundo sem esperança

Sem direito a ser criança

Eu sou menino de rua