AMAR A DEUS E AMAR AO PRÓXIMO

No livro de Marcos, cap. 12, vers. 33 consta que devemos amar a Deus de todo o coração, de todo o entendimento e de todas as forças, e amar o próximo como a nós mesmos, e que isso vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios. O verso 31 já anuncia que não existe maior mandamento do que esses. A Bíblia contém toda a verdade, porque a Palavra de Deus é verdadeira e tem de ser assimilada como tal.

Meditando sobre esses ensinamentos, podemos concluir que esses preceitos estão sendo relegados a segundo, terceiro ou a nenhum plano, por muitas pessoas, até pelos que conhecem ou já tiveram em algum momento uma experiência com Deus. A própria noção de Deus e de seu amor estão sendo confundidos e negligenciados.

Deus, na sua sabedoria, escreveu os mandamentos ou Decálogo, com seu próprio dedo, registrando-os em duas tábuas de pedra (Ex 34,28). Estas palavras resumem a Lei, dada por Deus ao povo de Israel, no contexto da Aliança, por meio de Moisés. Este, ao apresentar os mandamentos do amor a Deus (os quatro primeiros) e ao próximo (os outros seis), traça, para o povo eleito e para cada um em particular, o caminho duma vida liberta da escravidão do pecado.

Desde então, o homem, para ser feliz deve observar os mandamentos, que foi uma forma usada por Deus, para que ele, estando livre do pecado, não se torne infeliz, pois, toda transgressão gera infelicidade e danos morais à pessoa e a afasta de Deus.

A desobediência foi uma marca do homem desde o princípio. Podemos constatar isso em Gênesis, quando o pecado original veio ao mundo através da transgressão de Eva e de Adão e até os nossos dias, o homem teima em descumprir o que Deus designou para ele e tem se dado mal.

A medida de amor do grande mandamento, relativo ao nosso próximo, foi alterada, potencializada e dinamizada por Jesus quando afirmou: “Como o Pai me amou, assim também eu vos amei. (João 15:9) e, mais adiante, “amai-vos uns aos outros como eu vos amei.” João 15:12). Jesus apresentou uma nova gradação do sentimento para os que não querem ser apenas servos, mas discípulos, ou seja, quem ama dá a vida pelos outros.: "para que, como eu vos fiz, também vós façais". Isso implica numa vida de comunhão, ou seja, sermos bênçãos vivas uns para com os outros, esquecendo de si mesmo pelo próximo.

A fé tem esfriado em muitos, isso é previsto pela Bíblia, mas é muito triste perceber como isso vem acontecendo rapidamente até mesmo no seio de nossas famílias, quando o exemplo positivo de uns já não influenciam outros nesse mister. Mas a missão de levar a Palavra para fazer incitar a fé em outros é tarefa de todos, já que "Logo a fé é (ou vem) pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus" (Romanos 10:17) e, "Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam". Hb 11:6.

Muitas vezes a falha é mesmo nossa e temos de nos penitenciar, quando nos omitimos e não cumprimos a missão cristã de evangelizar, de levar a Palavra a todos, sem distinção e o erro de julgar o próximo, meditando sobre ser ou não conveniente falar de Deus para essa ou aquela pessoa. Talvez aquela que foi negligenciada é a que mais necessita e pela aparência, ou pelo comportamento, foi deixada de lado. Sabemos que é muito mais fácil falar de Deus entre os irmãos de fé, ou de igreja, mas a palavra foi dirigida a todos os povos, de todas as nações, línguas e credos e Deus não faz acepção de pessoas, por que então o faríamos, se todos somos alvos do amor de Deus e poderemos ser alcançados pela Sua graça?

Por que hoje parece tão difícil amar a Deus sobre todas as coisas e, na mínima medida, ao próximo como a nós mesmos? O mundo consumista, imediatista, a acomodação daqueles que não querem saber que o fim está próximo e que os ceifeiros são poucos em relação ao tamanho da missão, e que a obrigação é dos outros e nunca pessoal.

Qualquer um de nós pode ser um mensageiro da Boa-Nova, as oportunidades surgem a todo o momento, mas preferimos falar de coisas superficiais, banais, muitas vezes para fugir dos problemas da vida e das dificuldades que nos parecem difíceis serem enfrentadas.

O Caminho é Jesus, a Vida é Jesus, a Verdade é Ele, com toda a bagagem que nos legou nos Evangelhos e que escolhemos olvidar, porque é mais fácil.

Há dias, impressionou-me o fato de um programa de televisão, mostrando a vida do crime, exibiu os criminosos se juntando para orar a Deus para que o seu "dia de trabalho" fosse bem sucedido. Senti uma tristeza enorme de saber que sabem que existe um Deus e que precisa ser lembrado, mas ainda não O conhecem, por isso não O podem amar e ao seu próximo.

Não podemos nos calar diante de tamanha ignorância, não podemos cruzar os braços, quando o mundo clama por um Deus que ainda é uma incógnita e que, na verdade, está de coração aberto, para receber de volta todos os seus filhos pródigos, entre os quais me incluo.

Que Deus nos abençoe a todos e nos dê coragem para levar a Palavra onde ela não tem conseguido chegar que é o coração de muitas criaturas e essa tarefa deve ser nossa!