A LINGUAGEM NA IDADE CONTEMPORÂNEA
A modernidade da Linguagem
Observa-se que, desde sua origem até os dias presentes, a linguagem é usada para satisfazer a necessidade imediata do ser humano sociável: comunicar-se. Esta faculdade inata a ele organiza seus pensamentos, dá vida às suas ações e o permite interagir com as pessoas que o rodeiam.
Assim como a língua, pode-se caracterizar a linguagem como um mecanismo possuidor de uma certa dinamicidade; ela evolui para se adaptar às exigências dos falantes da língua que delam se valem sem seus atos comunicativos.
Com o desenvolvimento da tecnologia no campo das comunicações, verifica-se o surgimento de uma revolução, em termos de linguagem. É o que se pode chamar de "linguagem da era digital". No mundo virtual, as pessoas buscam rapidez na informação de conhecimentos, além de facilidade e comodismo as estabelecerem uma comunicação com o outro. Emerge daí um exemplo expressivo desta praticidade de que goza a linguagem contemporânea: a linguagem da internet ou "internetês".
O "internetês": a linguagem dos internautas.
A linguagem utilizada atualmente por internautas e usuários de internet comprova, não raro, a rápida transmissão de mensagem entre falantes de uma língua. Com todo este bombardeamento diário de informações em que estamos submetidos, é necessário um instrumento que facilite a maior absorção de conhecimento. E a linguagem da internet vem justamente auxiliar nesta tarefa.
A "linguagem internética" é desprovida de regras gramaticias. É uma linguagem mais solta e simples, facilitando a compreensão rápida do interlocutor. É espontânea e de caráter informal, que caracteriza a situação comunicativa na qual emissor e receptor estão inseridos. Por ser rápida, ela é empregada em mensagens curtas. Assim afirma o Diácono Francisco de Assis Gonçalvez:
"Como existe uma limitação no tamanho das mensagens, a linguagem empregada pelos usuários de Chates é extremamente abreviada (exemplo o k ou o q em vem de que, ou :) significando alegria). A tônica é transmitir o maior número de informação no menor espaço de tempo, simulando uma linguagem oral e impessoal, daí ser bem coloquial."
Exemplos mais comuns dessas construções na linguagem "internetês" são:
"e aí vamu tc?": "tc" significa "teclar" e "vamu" significa "vamos";
"kkkkkkkkkkkkk"; "hauhauhauhau"; "hahahahahaha": onomatopeias que exrpimem sensações alegres e ruídos como gargalhadas;
"rsrsrsrsrsrsrsrs":onomatopeia que exprime ruído de riso:
"naum": significa "não";
"eh":significa "é";
"tah":singifica "está";
"vc":significa "você".
Internetês x Português: o conflito de "idiomas".
É fato notório que a nova linguagem digital está tomando espaço e importância dentro da sociedade, em especial, no círculo de vivências da juventude. A ideia de simplificação e agilidade da linguagem, ou até mesmo de estilo é compreensível, mas não justifica a atual decadência do uso da língua portuguesa e em hipótese mais drástica, o português pode até chegar a se tornar uma língua morta entre jovens internautas. A influência que ela ("língua da internet") exerce sobre seus usuários é tão grande que acabam deixando a sua "língua materna" de lado, o que contribui para a eminência de que a língua portuguesa caia no esquecimento ou se torne banal.
Como toda regra possui exceção, ainda existem pessoas preocupadas com a existência e futuro de nossa língua. Ciente disso está Osmar Willker Freires Soares, aluno do 3º ano do ensino médio da escola César Cals, em Quixadá - CE. Ele afirma que:
"A linguagem usada na rede mundial de computadores, no bate-papo e nos sites de relacionamentos é suficiente para deixar qualquer pessoa espantada. A linguagem dos internautas tem como objetivo simplificar e agilizar a comunicação, assim como em conversas informais, onde se usa a linguagem coloquial. A inteção desta linguagem não é ruim, mas consequentemente está prejudicando as regras de regência da nossa língua portuguesa."
O uso do "internetês" é completamente aceitável, visto que se trata de uma das mais variadas manifestações linguísticas em que a língua se desdobra. O que não podemos aceitar é sua utilização única e exclusiva, a ponto de eliminar ou rechaçar uma ou outra variedade existente da língua portuguesa. Devemos adequar nossa linguagem conforme a situação no meio social e a partir do que nos exige o contexto comunicativo.