Mercado da Fé.

Como cresce o número de igrejas em nome de Deus. Todas dizendo obterem os oráculos de Deus, possuir a graça de Deus, ser representantes de Deus na terra... E assim vai uma lista de divindades em nome Dele.

A fé tem parecido artigo que se compra em lojas de eletrodomésticos tais como: Casas Bahia, Lojas Americanas, essas mega lojas, que se engalfinham para conquistar o filão dos eletros domésticos. Buscam conquistar a chamada classe menos favorecida, que caiba no bolso do cliente, com prestações leves, não importando que os juros sejam os maiores e imagináveis. Importante é que, se der no orçamento as empresas citadas fecham o negócio.

Todos os dias ao ligar o televisor notamos que os mega mercadores da fé concorrem em outro mercado: O religioso. Todos caçam fieis que sustentem, em ordem de prioridade, os empreendimentos expansionistas, as ilusões messiânicas e o estilo de vida nababesco dos líderes.

A cada programa oferece milagre e todos calçam suas promessas com testemunhos de gente que jura ter sido brindada pelo divino. Deus lhe teria abençoado com uma vida sem sufoco. Infelizmente, o preço do produto religioso nunca é explicitado. Alardeia-se apenas a espetacular maravilha.

Em toda a mídia é alardeados milagres a granel, como o cliente possa optar, de acordo com suas posses; tem para todos os níveis. Pode escolher o nível da igreja e do pastor. Do missionário, ou evangelista. Quando se tem um caso mais grave não se pode errar, precisa buscar a igreja da oração forte, onde a graça de Deus deixou de ser prioridade, vindo a ser prioridade e de maior importância o sacrifício, se você for a uma igreja de pouco poder perde a filha.

Nesse momento de turbulência da vida dos que já vivenciaram isso acabam querendo ir a todas para não errar, não perder a filha, Mas como? Em nenhuma dessas igrejas televisivas, o milagre é gratuito, ou instantâneo. Todas e por mais ungido que seja o pastor, missionário, ou apóstolo, sempre vêem condicionados a uma série de exigências para que o milagre seja realizado.

É preciso ser constantes nos cultos, não intentar contra a ignorância do pastor, contribuir, com dízimos, ofertas, pagar altos salários ao homem de Deus, passagem aeras, pois não podem ir de ônibus é símbolo de maldição andar de ônibus, quem não for a Israel pelo menos uma vez é um fracassado espiritualmente, pois se precisa ir ao solo onde Jesus pisou para voltar com um poder diferenciado, uma unção poderosa, para conduzir suas ovelhas. Tudo isso para que a obra segundo eles não pare, Um deslize qualquer impedirá o Todo Poderoso de operar; qualquer dúvida é considerada falta de fé e que matará a possibilidade de seu milagre.

Lojas de eletrodomésticos vendem eletrodomésticos, isso é óbvio... Igrejas evangélicas comercializam a idéia de que agenciam o favor “divino” com exclusividade. E por esses trabalhos cobram caro, muito caro. Afinal de contas um produto como esse celestial, é o melhor, é o maná, vale ouro em nossos dias, este não é um produto de quarta categoria. Tudo que se oferece é do céu, em nome do divino. Qualquer pessoa se dá o direito de ser o representante. O filme Lutero, nos sugere que se precisa de uma nova reforma, fala-se tanto dos ídolos dos católicos, das mais diversas práticas de outras instituições, mas tenho tristeza de que um dia fui usado, por bandidos em nome de Deus que mercadejaram a fé que me usaram e usam a muitos até hoje, pessoas simples que não tem capacidade de críticas, de uma exegese, de decidirem por si, com medo das maldições impostas pelos “iluminados da fé”. Ficam e são explorados; falo e não generalizo, e nunca deixarei a fé pura, o evangelho da simplicidade, porque também conheço pessoas sérias falando da graça de Deus, mas esses não são mídias no cenário, e suas igrejas não lotam, não vendem o sagrado, não vendem indulgências, não vendem o paraíso, não são ícones, estão fora da moda. Eles não dão receita da felicidade, não lêem as mãos, não revela a placa de seu carro, não coloca magicamente dentes de ouro na sua boca, não tem unção do riso, unção da adoração. Hoje para esses mercadores da palavra da fé, o milagre ficou escasso, pois mercadejam o mesmo produto com muitos outros. Lembrando que uma loja de eletrodoméstico, mesmo mostrando que a prestação cabe no bolso do cliente, mostra-se o valor da prestação que é baixa, mas os valores que terá pagado no término ficam com letras bem menores, elas precisam seduzir em nome do desejo, para garantir a venda, mesmo com tudo isso, eles têm a lei do consumidor que exige normas e procedimento para garantir o mínimo de respeito ao cliente.

Hoje a sedução de muitas dessas instituições que dizem representar o sagrado, não dão garantia alguma aos seus fiéis, ainda não tem um manual de normas, ou seja; defesa do consumidor... Eles compram, pagam, fazem sacrifícios, em muitos casos somente ficam na humilhação, na frustração de não serem capazes de receber por culpa de algo que faltou, pois não tiveram fé, que estavam em pecado. Se der certo é milagre do homem, do ungido de Deus, se der errado é deficiência do fiel que não possuía os oráculos da graça do divino para receber.

É momento de repudiar tais procedências, de homens gananciosos, que são: invejosos, que fazem da instituição chamada igreja os seus covis de salteadores, matam pessoas talentosas, expulsam os que têm mente brilhante, os que não compactuam com essas práticas. Vaidosos, mercenários, ignorantes, retrógrados; eles sabem muito bem do que estou escrevendo, nesse momento,

As lojas, Casas Bahia, Americanas, estão bem á frente das igrejas...

Melhor assim; geladeira nova é bem mais útil do que a ilusão do “milagre”.

Dr.J.F.Alvarez 8/2009

jafjaf
Enviado por jafjaf em 11/08/2009
Reeditado em 08/09/2009
Código do texto: T1747834