Com 3 mil metros quadrados de área construída e uma arquitetura arrojada, a Biblioteca Municipal de Sorocaba ...

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Biblioteca Municipal: 30 anos de muito saber e cultura

Biblioteca Municipal completa 30 anos

Cida Haddad - http://www.jornalipanema.com.br/noticiasBusca.php?id=1058&ee_id=277

A Biblioteca comemora 30 anos de funcionalidade. Em três décadas, o lugar é referência de cultura aos soro-cabanos e até a pessoas que mo-ram em cidades da região.

Como parte das comemorações, segue até o próximo dia 21, a Exposição “Biblioteca Municipal – 30 anos de dedicação à cultura soroca-bana”, na Biblioteca Municipal “Jorge Guilherme Senger”, ao lado do Paço Municipal. Estão sendo exibidas mais de 80 fotos do acervo da Prefeitura de Sorocaba e do Projeto Memória do Jornal Cruzeiro do Sul, além de objetos antigos que retratam a história da Biblioteca na cidade.

Segundo informações da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Sorocaba (Secom), a abertura oficial da exposição ocorreu na última terça-feira (14), com apresentação do Quinteto de Cordas da Fundec, contação de histórias e homenagem aos ex-prefeitos Theodoro Mendes e Antonio Carlos Pannunzio, às bibliotecárias Marisa Pellegrini e Marilda Baunguertner e ao ex-diretor da Biblioteca Braille, Loniel Leal das Neves Junior.

A importância da Biblioteca para a cultura da cidade é enorme, de acordo com o secretário da Cultura Anderson Santos. “Lá são promovidas exposições periódicas, palestras, cursos, teatro e apresentações musicais, além da Expo Literária”, comenta.

Dedicação dos profissionais

Os profissionais da Biblioteca Municipal demonstram dedicação ao trabalho. A responsável pelo local Margarete Moreno Comitre trabalha na Biblioteca há nove anos e nesse tempo acompanhou as mudanças de endereço, das proximidades do Terminal Santo Antônio até a localização atual, no Alto da Boa Vista.

Para Margarete, o público que hoje frequenta a Biblioteca também mudou. Ela conta que há alguns anos, os estudantes, muitos adolescentes, eram os principais usuários, mas com a diferenciação do espaço, ela vê pessoas que vão prestar concursos e até mesmo universitários optarem por estudar com tranquilidade na Biblioteca, além do acesso à internet. Mas, os apaixonados pelos livros também têm na Biblioteca uma maneira de colocarem a leitura em dia.

De acordo com Margarete, há 64 mil associados e cadastros desde o início das atividades da Biblioteca Municipal, no final dos anos 70. “O acervo hoje conta com 55 mil volumes, dos quais fazem parte também jornais e revistas, e os materiais são atualizados”, afirma Margarete.

Na Biblioteca, vale destacar também está o sistema braile e o trabalho desenvolvido pelos deficientes visuais Loniel Leal e Carlos Alberto. Margarete cita ainda que as ações de todos os funcionários quanto a cuidados com o material é essencial e comenta que para mostrar às crianças que a conservação é importante há uma sala conhecida como “Pronto Socorro”, com livros danificados e materiais para arrumá-los.

Um pouco da história da Biblioteca Municipal

A primeira Biblioteca Municipal de que se tem notícia foi criada em 27 de maio de 1941 pelo prefeito Capitão Augusto César do Nascimento Filho. Em 1942, a Biblioteca se encontrava aberta ao público na rua Brigadeiro Tobias, ao lado do Paço Municipal. E, em 7 de janeiro de 1949, o jornal Cruzeiro do Sul noticia que a Biblioteca Pública Municipal estava localizada na rua da Penha, 420.

Em 10 de fevereiro de 1978, através da Lei n° 1942, a nova Biblioteca Municipal iniciou atividades na rua Comendador Oeterer, 737, antiga sede das Bibliotecas Operária e Espírita. Em 18 de abril de 1979, a Biblioteca Municipal transfere-se para a rua da Penha, 681, antigo prédio do Banco Comercial do Estado de São Paulo, instalado em 1927, e depois transformado em Museu Histórico e Pedagógico Brigadeiro Tobias de Aguiar e hoje Biblioteca Infantil Renato Sêneca de Sá Fleury.

No ano de 1984, é organizada e aberta ao público a Biblioteca Braille em uma das salas laterais do piso térreo da Casa da Cultura (antigo Fórum, hoje Oficina Cultural Grande Otelo) junto à praça Frei Baraúna.

No dia 10 de agosto de 1985, são inauguradas oficialmente as Bibliotecas Braille e Infantil na Casa da Cultura. Em 1991, a Biblioteca Municipal passa a funcionar no Largo de São Bento, 45. Em 6 de janeiro de 1992, as Bibliotecas Braille e Infantil foram transferidas da Casa da Cultura na rua Silvio Romero n° 209 e, em junho do mesmo ano, para a Rua da Penha, 681.

No mês de outubro de 1994, a Biblioteca Municipal é desmembrada, transferindo o acervo circulante ao Edifício Antares, na rua Arthur Martins n° 63. Os livros de consulta continu-aram no Largo de São Bento. Em 14 de maio de 1996 dá-se o agrupamento das três Bibliotecas: Municipal, Circulante e Braille na avenida Afonso Vergueiro, 925, antiga fábrica de tecidos Santo Antônio, construída em 1913 pelo grupo empresarial da Cianê (Companhia Nacional de Estamparia).

O prédio atual da Biblioteca Municipal “Jorge Guilherme Senger” foi inaugurado em 2004, na Rua Ministro Coqueijo Costa, 180.

Arquitetura arrojada é um dos diferenciais

Com 3 mil metros quadrados de área construída e uma arquitetura arrojada, a Biblioteca Municipal de Sorocaba “Jorge Guilherme Senger”, foi inaugurada em 2004, durante administração do ex-prefeito Renato Amary.

Localizada na região definida como centro administrativo da cidade, no Alto da Boa Vista, logo na entrada do local, existe um saguão de 250 metros quadrados destinado à realização de eventos culturais. No centro desse espaço estão localizados o balcão de atendimento ao público e os acervos da Biblioteca Circulante.

Há a Biblioteca Braille, o Acervo de Pesquisa (livros que podem ser lidos e pesquisados apenas no recinto), a Hemeroteca (recorte de jornais e revistas com temas atualizados e história de Sorocaba) e a Reserva Técnica (livros para substituição e reposição do acervo). Segundo a Secretaria de Comunicação da Prefeitura (Secom), o acervo conta com mais de 1.663 volumes em livros impressos no sistema Braille e 1.200 títulos de livros falados e gravados em fita cassete.

Ao redor do espaço, estão localizados um auditório com acomodação para 100 pessoas, a Biblioteca Infantil, sete salas para estudos e pesquisas (uma delas com 40 lugares e equipamento audiovisual), salas da secretaria e de reuniões do pes-soal adminis-trativo, copa, despensa e sanitários para o público.

Projetado pelo arquiteto Geraldo de Moura Caiuby, o prédio tem sua cobertura no formato de um livro aberto. São telhas metálicas com forro em lã de rocha e PVC, que garantem o isolamento térmico e acústico. As paredes internas e externas do prédio, com trechos intercalados em vidro, receberam revestimento em tons diversos.

Na entrada do local, foi criado um jardim com um espelho d’água que lembra um riacho que, por sua vez, é rodeado de plantas ornamentais.

Na parte externa, o projeto paisagístico incluiu o plantio de grama esmeralda e várias mudas de árvores, com destaque para as espécies nativas.

Na parte externa, a Biblioteca Municipal tem um sistema especial de iluminação cênica, que permite a valorização da fachada e da arquitetura arrojada do prédio como um todo.

Profissionais acompanham a organização da Biblioteca

Marisa Pellegrini acompanhou várias mudanças da Biblioteca Municipal, pois trabalhou no local entre os anos de 1978 e 2006, com cargos como o de bibliotecária e diretora. Ela conta que a experiência exigiu muita dedicação, mas foi muito gratificante.

Ela e colegas como Marilda Baunguertner trabalharam na organização da Biblioteca Municipal, após doação de materiais vinda da chamada Biblioteca Operária. Ela destaca o trabalho voltado à comunidade, com o objetivo de levar o público a frequentar uma biblioteca municipal, através de ações culturais. “A Biblioteca era um lugar onde as pessoas tinham uma convivência agradável e trocavam ideias sobre artes”, ela comenta.

Marisa afirma ainda que toda a cultura que o espaço da Biblioteca proporcionava era algo inovador para Sorocaba em épocas como o final dos anos 70. Eram atrativos diferen-ciados para o público, como Mural de Poesias, atividades desenvolvidas por artistas voluntários e professores. “Tínhamos um acervo de obras caras e de autores sorocabanos, mos-trando o valor de cada um deles para a nossa cultura, além dos materiais em sistema braile, inclusive com livros didáticos”, lembra.

Para Marisa, que sempre gostou da leitura, o acesso aos acervos de livros também poderia e pode ser levado aos bairros de So-rocaba, como forma de difundir a cultura.

Valter Luís Silva também acompanhou o início dos trabalhos da Biblioteca Municipal. Ele trabalhou no local por sete anos, desde o prédio localizado na rua Comendador Oeterer, até meados de 1985.

Ele conta que na Biblioteca Municipal exerceu várias funções desde atendimento ao público, datilografava fichas de cadastro e auxiliava nas pesquisas. Mas, nas horas vagas ele se dedicava à restauração dos livros, com métodos bem simples, utilizando materiais como folhas de sulfite, papel contact e até uma prensa manual com madeira. “Muitas vezes, datilografava os títulos dos livros que tinham muita circulação e manter os materiais conservados era muito gratificante para mim”, diz Silva.

Formado em História, Silva conta que sempre gostou de ler. Hoje, ele se dedica aos trabalhos como escritor e pesquisas da história de Sorocaba. Assim como Marisa, ele acredita que a cultura possa ser levada a diferentes regiões da cidade.

http://www.jornalipanema.com.br/noticiasBusca.php?id=1058&ee_id=277

Douglas Lara
Enviado por Douglas Lara em 09/08/2009
Código do texto: T1745248