Que pai fui eu?

Ao fazer referência ao Dia dos Pais, me reporto ao das mães, do aniversário, da avó. Considero todos os dias como aniversário. Na realidade é o que deveria ser realmente considerado quando da nossa obrigação da renovação diária. Deveríamos estar sempre em clima de aniversário.

Por falar em pais, venho de uma família numerosa, de treze filhos da qual sou o primogênito. Família em que os pais tinham todo o amor pelos filhos. Os sentimentos desse amor era super evidentes, porém não era de ficar como muita lenga lenga, muita aproximação, muito abraço. Os sentimentos eram demonstrados de outras maneiras, muitas vezes por algumas palavras e pequenos gestos. Às vezes chamar carinhosamente pelo apelido. Essa era uma maneira mais astuta, que vinha de geração para geração.

Eu também tenho família numerosa com sete filhos e às vezes fico me perguntando: na visão dos filhos, qual meu pai, como sou considerado pelos mesmos?

Na minha visão fui um pai bastante amoroso, muito protetor e numa ótica inicial de um ponto de vista até prejudicial, quando as crianças eram pequenas eu tinha por hábito de satisfazê-los em quase tudo que queriam. Contas abertas em quase todos os lugares de contato. Tempos depois vi o erro e cortei estas contas o que, acho, provocou alguma revolta neles. Porém salutar para o futuro dos mesmos no sentido de educação e planejamento de vida.

O trabalho exigia muito nossa presença e perseverança, por isso acho que talvez fui um pouco falho como pai. Algumas vezes considerado "pãe". Talvez também herança da maneira que fui criado onde o amor era evidente, porém não igual àquelas crias que ficam lambendo os filhotes, mas usando outros subterfúgios correlatos demonstrados em palavras, na maneira mais rude no momento de ministrar as ordens.

Gostaria de selar este comentário contando um relato importante sobre o amor dos pais. Considero evidente que o amor dos pais interfere positivamente na vida futura dos filhos. Principalmente aquele amor impregnado, dedicado nos primeiros dias, meses e anos de vida. Provavelmente a formação do nosso alicerce. Esse amor vem balizar, dar sustentação e suporte aos primeiros passos da vida em adulto. Eu fui criado assim com bom suporte de amor dos pais nos primeiros anos de vida, porém o ninho foi desmanchado, como fazem as águias com seus filhos. Quando já tem condições de voar, é desmanchado o ninho e jogados com amparos posteriores, até se fixarem sozinhos nos primeiros vôos da vida.

José Pedroso

Em 09/08/2009

Josepedroso
Enviado por Josepedroso em 09/08/2009
Reeditado em 09/07/2023
Código do texto: T1744968
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