Povo, Poder e Política - CPI da Petrobras

É cada vez mais ultrajante a maneira como trabalham os congressistas deste país. Salários imensos, escolhidos pelos próprios parlamentares, recessos e abonadas que ''emendam'' semanas a fio e corrupção, são algumas das revoltantes atitudes das Casas legislativas de Brasília. Mas como se não bastasse, ainda há a troca de favores, uma mão lava a outra.

O que acontece em Brasília nestes dias é que a realização da CPI da Petrobras, que investiga irregularidades de responsabilidade do Governo na estatal, está sendo atrasada por senadores da situação. A procrastinação da bancada governista se deve, obviamente, a temores advindos de prováveis resultados das investigações da Comissão, liderada pela oposição, que por sua vez, aposta nas acusações como forma aguda de desastabilizar o Governo. A pouco mais de um ano das Eleições para Deputados Estaduais e Federais, Senadores, Governadores e Presidente da República, essa movimentação política está longe de parecer casual. Podemos nos certificar de que trata-se de uma disputa eleitoreira, a partir das declarações da Senadora petista Ideli Salvatti sobre a CPI das ONG's, outra disputa com o Senador tucano Arthur Virgílio. Não é nenhuma novidade, mas às portas de uma sucessão presidencial, é mais uma vez inaceitável esquecer os crônicos problemas nacionais e pensar no poder.

Mortes, cárceres injustos, quantos sacrifícios foram feitos para que tivéssemos plenos direitos políticos em nossas mãos. Entretanto, ainda nos negamos a utilizá-los, permitindo que pessoas incapazes moral, intelectual e socialmente decidam por nós.

Sei que é redundante, contudo, trago a já conhecida reflexão sobre nossos direitos e deveres; quais deles estamos exercendo? Será que merecemos nossos direitos, mesmo descumprindo nossos deveres?

* NOTA: Artigo por mim escrito e apresentado na aula de Sociologia, curso de Pedagogia na USC-Bauru, em 02 de junho de 2009.

Rafael Otávio Modolo
Enviado por Rafael Otávio Modolo em 08/08/2009
Código do texto: T1744123