Às vezes quando eu posto algum tipo de comentário mais ácido a respeito deste ou daquele déspota que se diz líder de alguma nação infeliz, começa o festival de protestos das respectivas embaixadas e dos insanos que se dizem seguidores destes mesmos tiranos; isso já aconteceu com várias nações que são dignas de pena, inclusive com a República Bolivariana da Venezuela e seu dono, o Chapeuzinho Vermelho Hugo Chávez.
 
Alguém já teve a oportunidade de conhecer Caracas nestes 10 últimos anos? Eu tive! Antes de falar qualquer coisa, como na maioria dos países sul-americanos, o povo venezuelano é extremamente agradável, carinhoso, prestativo, afável, amigo, enfim, é um povo composto de sua maioria de gente de bem que sempre viveu mal, portanto, meu comentário a respeito do ditador Chávez, em nada tem a ver com o meu carinho pelo povo da Venezuela.
 
Falar mais de Hugo Chávez é perda de tempo, este é minha opinião e não reflete nenhum e-mail ou comentário que eu já tenha recebido; o comandante que deseja virar Imperador “ad eterno”, transformando a Venezuela num império absolutista capaz de fazer a história esquecer os tempos áureos de seu grande herói Simon Bolívar.
 
Reavivar a história também é vivê-la de certa forma; não podemos esquecer que Hugo Rafael Chávez Frías se proclamou dono da Venezuela após se auto promover a política e doutrina democrática partidária; isso mesmo, DEMOCRÁTICA PARTIDÁRIA. Tentou tomar o poder por meio de UM GOLPE DE ESTADO, uma vez que é sabido a sua condição MILITAR; em 1998 ele foi eleito AFIRMANDO QUE AJUDARIA A POBREZA maioral de seu país; foi reeleito em 2000 afirmando precisar de mais tempo para tirar o povo da miséria; em 2006, depois de mais um golpe envolvendo os outros Poderes, agiu em causa própria e manteve-se no Palácio Miraflores pelo tempo que somente Deus sabe por mais quanto tempo.
 
O cara de pau foi ficando, mandando prender um aqui e outro ali; comprou um juiz aqui, um deputado acolá, um senador ali e dando pão com água ao povo; depois que a TIME o elegeu umas das 100 pessoas mais influentes do mundo este insano, Chávez parecia um furacão de euforia. Se antes ele pensava que era Deus, depois de sua capa na Time ele teve certeza.
 
Passou a saquear todas as empresas internacionais sediadas na Venezuela, inclusive a Petrobrás; toda empresa ligada diretamente ao petróleo venezuelano passou por uma cirurgia dramática; vendo que a imprensa do país passou a contestar seus atos insanos e criminosos, ele então se voltou contra os jornalistas; quem falasse bem do Rei Chávez, tinha emprego e regalia, mas quem se ousasse discordar, ou era preso ou tinha cassada a sua licença de funcionamento.
 
Pois bem, esta é a Venezuela DEMOCRÁTICA DE CHÁVEZ, um político militar linha dura que afirma ao mundo que seu país lhe pertence de papel passado, desta vez pirou de vez o cabeção; o sujeito surtou mesmo e pelo visto é crônico. Não satisfeito com todas as atrocidades já desferidas contra o povo que ele doma e agindo como Fidel Castro, Chávez agora quer que a imprensa venezuelana seja somente sua; que só haja veículos oficiais e que estes só divulguem aquilo que ele acha importante para a sua sobrevivência no Poder.
 
Bastante popular entre os mais miseráveis (até me faz compará-lo com outros presidentes da América do Sul) e com muito dinheiro no bolso de seu petróleo, Chávez vem investindo pesado em sua imagem de guerrilheiro, ou como ele mesmo deixa parecer, a reencarnação do próprio Simon Bolívar; primeiro ele tratou de comprar a justiça, depois investiu na compra do legislativo e na esfera executiva, dominando através de compras pessoais de policiais e soldados do exército, o presidente mão de ferro cercou-se de prerrogativas infinitas e agora ele está participando de um jogo onde só há um jogador, ele mesmo!
 
Um canal popular de televisão foi fechado sem nenhuma explicação plausível, em nome da segurança e soberania nacional (já vimos por aqui coisas do gênero a exemplo do AI 5), três rádios também já foram fechadas e agora outras 34 rádios e um canal de televisão estão no mesmo processo. A estratégia é simples e eu já vi isso numa outra modalidade no Paraguai.
 
Aqui pertinho, no Paraguai, terra do Bispo Lugo; se você o visita com um carro diferente (já aconteceu comigo quando fui a Assunção), um policial qualquer, interessado em ficar com seu carro te manda parar; ele sai de sua moto ou viatura e diz que você estava falando ao celular; após provar que não estava falando, ele afirma que então você estava sem o cinto de segurança e daí até a formalização de que ele vai levar seu carro é só uma questão de tempo.
 
Só não aconteceu comigo o final da história graças ao Deputado Eugênio Rojas, amigo do Presidente Lugo, mas segundo eu soube, eles levam seu carro até o pátio do “DETRAN PARAGUAI” e te aplica uma multa de 10 mil dólares; você não consegue pagar e por conseqüência não retorna para buscar o carro, deixando seu patrimônio para eles utilizarem logo em seguida com placa paraguaia legalizada.
 
Chávez não fugiu a esta regra ilegítima e abjeta; os veículos de comunicação que precisam renovar suas licenças de funcionamento (alvará) vão buscar junto ao Governo os papéis para a execução de mais um período; quando caem no Miraflores ficam sabendo que as regras mudaram; para os amigos as regras mudaram para melhor e para os oposicionistas pode-se pedir algo absurdo do tipo: só renovamos sua licença se seu tataravô vier pedir em seu nome e fizer 1500 flexões, e ponto!
 
A eletricidade venezuelana é toda estatal após assalto, o mesmo fizeram com todas as companhias que trabalham com o petróleo e seus derivados, os transportes entraram na mesma linha e segundo informações de jornalistas de lá, até redes de abastecimento de alimentos já são controladas por Chávez; só faltava a “informação” e esta agora sucumbiu de vez.
 
O povo da Venezuela é paupérrimo; em Caracas há mais favelas e casas que malmente abrigariam ratos em outros países do que condomínios simples; os serviços públicos de modo geral são arcaicos e a corrupção é um dos meios de se ganhar a vida em muitos departamentos daquele país. A única coisa que é barata na Venezuela é a gasolina que movimenta uma frota de automóveis antiga, sucateada e beberrona.
 
Todo o dinheiro arrecadado com o petróleo venezuelano, Chávez aplica em doações internacionais para seus amigos mais miseráveis que ele ou na aquisição de aparato bélico para ameaçar o restante do mundo com suas loucuras. O Palácio Miraflores está abarrotado de dinheiro, mas o povo nas ruas passa fome e ainda acredita que Hugo Chávez irá salvá-los do caos.
 
Não há como negar a alta popularidade do militar ditador, mas tudo começou a mudar após inúmeras aprovações de leis que somente lhe favorecia; o povo começou a acordar do pesadelo disfarçado de sonho e quando foi as ruas protestar, Chávez mandou coibir também as manifestações populares; até a imprensa internacional só pisa em solo venezuelano se for para falar bem do ditador, caso contrário, pode ter o visto negado ou ainda ser preso por exercício ilegal da profissão, mas isso nem a própria imprensa divulga.
 
Um dos maiores críticos mundiais dos Estados Unidos, Chávez só não deixa é de vender seu petróleo para os americanos, pois é isso que lhe dá sustentáculo financeiro. A Venezuela é auto-suficiente na produção de combustíveis e derivados e tudo que sobra, e é muito, eles vendem ao maior consumidor do planeta, os Estados Unidos da América. Indiferente nestas horas, um quer o que o outro tem e a preços mórbidos; ainda assim é lucrativo para Chávez vender seu óleo para os americanos e ainda de quebra, falar mal deles em todos os sentidos.
 
Com esta hiper grana no bolso, conseguindo ainda mais uns trocadinhos roubando outras nações como o Brasil e a Espanha, Chávez dá esmolas a Bolívia, Equador, Paraguai, Argentina e ainda a outras nações pequenas e insignificantes como Guatemala, Líbia, Irã e outras da América Central e África.
 
Plantando a sua semente maldita em nações analfabetas e rebeldes por natureza, Hugo Chávez consegue mostrar uma face de durão, de homem público temido, mas no fundo é um “cãozinho” medroso que teme o dia que tiver que sair do Miraflores, seja por golpe, eleição ou por óbito, que é o mais provável.
 
Há quem afirme que nem seus próprios filhos apóiem esta linha maligna de governar; nem suas esposas, nem seus parentes, muito menos os seus ministros; todos temem pelas suas próprias vidas, mas há ainda o deslumbre do Poder e do dinheiro; muitas vezes, muito Poder e muito dinheiro, na cabeça de algumas pessoas, lhes valem mais do que o sossego e a biografia.
 
Eu não sei se tenho pena dos 28 milhões de venezuelanos ou se motejo lamentando a máxima de que cada povo tem o governo que merece...
 
A frase da foto é de um jornalista venezuelano que publicou um artigo cujo título foi: De qual inferno ele veio?
 
 
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
www.irregular.com.br
 
Arte: Manuel Velasquez (Venezuela) – Foto flash: O Globo

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Enviado por CHaMP Brasil em 03/08/2009
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