NOSSA LÍNGUA PORTUGUESA

NOSSA LÍNGUA PORTUGUESA

Sei que tenho lá minhas falhas e meus vícios no trato com a língua portuguesa. Aprendi o suficiente para ganhar a vida. Certo que há sempre novidades e alguns neologismos que podem enriquecer o idioma pátrio, mas também pode empobrecê-lo.

Nesses tempos de internet, corre-se um risco grande de deixar nossa tão bela língua mais pobre ainda. Há termos completamente malucos, com grafia totalmente doida, trocando-se letras ou suprimindo-se outras, de forma que me deixa preocupado.

Verdade que as pessoas se comunicam dessa forma, no entanto o risco de se aprender cada vez menos fica maior. A Língua Portuguesa já é muito difícil em termos gramaticais (e não a nível, como diriam outras pessoas), porém o esforço de estudá-la e aprendê-la é compensado por sua musicalidade. É uma língua muito melodiosa e bonita, ao contrário de muitas que se escrevem as palavras de uma forma, combinando-se as letras e pronunciando-se de forma totalmente diferente.

Sem contar as expressões, a gíria e a semântica. Mas como o brasileiro sempre dá um “jeitinho” em tudo, dribla algumas dificuldades e todo mundo se entende, de Norte a Sul do país, respeitando-se a beleza de cada sotaque, o que faz maior a beleza do idioma, a identidade de cada região e a unidade nacional.

Nos anos sessenta, apareceu a expressão “INSERIDO NO CONTEXTO”, que tirou o sono de muita gente, mas acabou ficando. Assim, ocorre como outras expressões que aparecem, viram modismo e desaparecem, sem maiores prejuízos à Língua Portuguesa.

Infelizmente, há outras que surgem e provocam um profundo estrago no idioma, porque em nada contribuem para seu engrandecimento e logo passa a fazer parte do vocabulário de pessoas que deveriam ter zelo pelo bom falar.

É o caso da expressão A NÍVEL DE. Muito comum e com muita frequência pessoas dizem: A NÍVEL DE BRASIL..., EM NÍVEL VIRTUAL..., A NÍVEL DISSO..., A NÍVEL DAQUILO e por aí vai.

Nível, para mim, dá idéia de horizontalidade. Mesma altura. De plano alto ou baixo. Por exemplo: AO NÍVEL DO MAR, AO NÍVEL DOS DIRETORES, AO NÍVEL DE SUA SAPIÊNCIA. Sempre no sentido de mesma altura.

Segundo o professor Dílson Catarino, NUNCA se deve usar a expressão

“A NÍVEL DE” por ser totalmente inadequada, até porque a palavra nível significa a mesma altura.

Quando tiver o infortúnio de dizer “A NÍVEL DE” recorra a seu vasto vocabulário e diga “EM TERMOS DE”, “EM RELAÇÃO A”, “EM SE TRATANDO DE”, “QUANTO A”.

Mas nunca diga A NÍVEL DE, porque além de ser uma expressão asquerosa, feia, sem cabimento e horrorosa, ainda demonstra o desconhecimento e zelo para com a Língua Portuguesa.

Paulo Gondim

29/07/2009

Paulo Gondim
Enviado por Paulo Gondim em 30/07/2009
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