Fé X Razão
Imagino como seja difícil pensar sobre o certo e o errado...
Falar sobre o certo e o errado agita o ego, fere o orgulho. Desafia a humildade.
Falar sobre o certo e o errado é refletir sobre a moral dos atos, das palavras.
E descobrir o que é moralmente correto demanda discernimento. E discernimento de fato não há sem a presença poderosa da razão, do raciocínio lógico, ou o que mais além da razão pode mostrar o certo e o errado?
Sentimentos? Fé?
Não acredito nisso!
Estes são sempre ausentes de qualquer entendimento do ambiente. São apenas respostas impulsivas e imediatas.
Sentimentos não são nada mais do que um conjunto de reações hormonais respondendo a o que é visto, provado, tocado, cheirado, ouvido e, na maioria das vezes, imaginado.
Já a Fé é tão oposta à razão quanto é amiga do incompreensível.
Assim parece que o homem que não age em completo acordo com a sua mente não é nada mais que um animal selvagem que vive e sobrevive totalmente dependente e, às vezes, vítima dos seus impulsos.
Dessa forma, a aceitação ou definição do que é certo ou errado traz à tona outro conceito igualmente importante dentro da esfera humana e que por milhares de ano vem cultivando o desenvolvimento espiritual humano: a idéia da “verdade”.
A vida demonstra que a Verdade é apenas e tão somente o que existe a todo tempo. Não é utopia. Não é sonhos. Não é ideais. Não é busca. É Fato.
A verdade única é aquela que cria movimentos e estimula reações.
Todo ser humano na terra aceita o que é bom e recusa o que é mal, a todo o tempo, e dessa forma constrói o seu próprio conceito do que virá a ser a sua “verdade” para a vida.
É triste perceber quanto tempo é desperdiçado quando procura-se a verdade lá fora quando é um processo lógico entender que ela está no coração humano e é alimentada pelas experiências da vida.
Entendo que a “verdade” de cada individuo é cada palavra pronunciada, cada ação tomada. Essa é a única verdade da vida, aquela que move o mundo, a cada segundo. E é por isso que é tão fácil perceber que a única verdade compartilhada por toda a comunidade humana é o AMOR, pois este é o único sentimento presente em cada decisão tomada, a todo o tempo, em todo o mundo. Nas constantes buscas por proteção e sobrevivência.
Em sentido contrário encontram-se os impulsos, ou melhor dizendo, a ausência do auto controle. A característica mais expressiva de uma espécie não humana. Um ser à mercê do impulso é um ser ausente de raciocínio e de qualquer característica divina, pois dentre tantas manifestações da essência de tudo, daquilo que chamamos de Deus, estão: razão, processo, entendimento e principalmente “propósito”.
Assim, estar em controle de cada respiração na vida é estar conectado com a pureza de tudo. Uma pureza que se define na ausência de qualquer desejo e vontade humanas.
Parece fácil concluir, pra mim, que qualquer decisão “correta” na vida é aquela mais ausente de sentimentos e mais envolta em propósito.