MUDANÇAS ECONÔMICAS: JULHO E AGOSTO DE 2009

Welinton dos Santos é economista e psicopedagogo

Poupança este mês rende mais que os Fundos DI, em média a poupança está remunerando, conforme o dia de vencimento 0,54% ao mês frente a 0,52% (com taxa de administração de 1%) na média das DI’s, renda fixa, existem aplicações mais ousadas que pagam mais, mas o vilão da história é a taxa de administração dos fundos de investimentos que chegam até a 4%, com os pesos dos impostos, o retorno no momento, no curto prazo, favorece a poupança como melhor investimento.

A corrida para compra de produtos como geladeiras, fogões, máquinas de lavar, materiais para construção permanece muito aquecida.

O aumento em 3% do nível de renda da população no Brasil estabelece como consequência aumento no volume de venda de computadores domésticos e aquisição de veículos, graças aos incentivos fiscais ao setor.

Terminamos o mês de julho com a queda da taxa SELIC (taxa atual 8,75% ao ano) - Sistema Especial de Liquidação e de Custódia que é um sistema de teleprocessamento, administrado pelo Banco Central, que efetua a custódia e o registro de operações realizadas pelas instituições que dele participam com títulos públicos federais emitidos pelo Tesouro Nacional, a diminuição provoca desaceleração da taxa de juros do mercado interno, auxilia na diminuição da inadimplência e provoca a queda de parte dos gastos públicos. Mas cuidado com as despesas, controle doméstico é necessário.

A queda da taxa de juros no sistema financeiro para ao consumidor final diminui na ordem de 1,5%, enquanto que a queda em percentual da Taxa SELIC foi de 9,4%. Portanto a diminuição realizada pelo COPOM – Comitê de Política Monetária, não está sendo empregada nos mesmos níveis para quem procura um financiamento, por exemplo.

O governo brasileiro irá leiloar a folha de pagamentos dos benefícios pagos do INSS no dia 5 de agosto, para o banco que oferecer o melhor lance. A licitação não está sendo bem vista pelos Bancos Privados e o governo estabeleceu a hipótese de os bancos públicos entrarem na concorrência, caso os privados não manifestem interesse comercial dentro do valor econômico esperado. Os bancos que participarem do processo terão direito a 5 anos de prestação de serviço, dentro de uma obrigatoriedade de oferecer o serviço por 20 anos. A licitação foi dividida em 26 lotes, sendo que um lote somente para a cidade de São Paulo, como exemplo. Existe uma disputa sobre o poder de barganha dos aposentados, o mercado tenderá a favorecer a empresa que vencer a concorrência, por isso o motivo de acalorados choques de interesse comercial.

Várias empresas começam a fechar os balanços do 1º semestre e 2º trimestre de 2009, dentre eles devo ressaltar dois resultados positivos, a recuperação de alguns bancos na Europa como o Credit Suísse que apresentou lucro de US$ 1,5 bilhões no 2º trimestre e a fabricante americana Ford Motor que reverte parte do prejuízo com a reestruturação e têm lucro de US$ 2,3 bilhões no 2º trimestre e aumento de 14% das vendas de automóveis para o mercado chinês no semestre.

Será liberado o cadastramento para o REFIS – Refinanciamento de dívidas com o governo para empresas com desconto de até 70% a partir do dia 17 de agosto.

O nível de desemprego que estava em torno de 6,8% em dezembro de 2008, nas regiões metropolitanas, chegou a 9% em março, em junho chega a 8,1%, uma análise real acontecerá a partir dos dados divulgados do nível de desemprego de julho, do qual, poderá haver o pico da taxa de desemprego e nos meses seguintes uma recuperação do nível de emprego, podendo terminar o ano algo em torno de 7,6%. O nível de pessoas que pleitearam o recebimento do seguro-desemprego nos EUA supera a casa de 6,2 milhões de pessoas, mostra de forma clara que o emprego é a preocupação do momento.

Com todos estes dados o mês de agosto será o mês do crédito barato, momento oportuno da compra a prazo de bens, graças aos incentivos fiscais e queda da taxa de juros aos menores índices dos últimos anos. Ótimo momento para aquisição da casa própria, pois será a menor taxa cobrada neste ano, com elevação nos próximos meses.