A vida, a sombra...A escuridão

A VIDA, A SOMBRA... A ESCURIDÃO

A vida - Ouvi, quando ainda universitário em um debate de matéria que não mais lembro de que: “O mundo é um grande palco, a vida um imenso teatro, nossas vidas são meras peças e nós tentamos ser grandes atores”, no entanto, não creio ser esta definição clássica ou meramente altruística ante a composição de vidas das mais diferentes formas e valores, da beleza relevante dos grandes amores que nos levam a ter ataques histéricos de alegria que ao mesmo tempo se contrapõe ante a perda que gera o sofrimento e derramamento de lágrimas.

Como sou um apaixonado não gostaria de falar sobre esse grande mistério que é a vida e a morte, mas do amor, esse dom de magnânima realeza que só aos puros de coração dota de tão nobre sentimento, hoje, porém, penso diferente e até creio existir em mim certa dualidade, ou seja o homem triste, vazio, descrédito e o homem forte, compassivo depois de te conhecer, que até chego à dramaturgia do incrível e inusitado espírito jovem e, até arrisco em dizer que a juventude não é uma época da vida e sim um estado de espírito, corroborando nesse sentido com a jovialidade que sinto no momento e, até coisas tão pequeninas que não imaginava existir, eu vi, então compreendi que o vento é o mesmo: mas a sua resposta é diferente em cada folha que toca, e diante de tudo isso resolvi fazer conjecturas sobre a nossa vida, nossos poucos momentos, mais muito felizes e jamais antes experimentados, arrisquei:

A Sombra É a tua imagem refletida em meu pensamento, em ti presente e de meu corpo distante;

É a imensidão do mar a bater com força nas rochas, como se fosse o meu coração batendo apressado em meu peito, sentindo a falta que você me faz;

Essa tua sombra é tão forte que ofusca os raios do amanhecer, fazendo que eu sinta a tua presença milhares de vezes, mesmo sem te ver...

É como se o meu pensamento parasse não no tempo, mais em tua imaginação, no vazio imenso que a tua ausência me faz;

A tristeza no meu semblante é inconfundível e traduz dor, solidão, mais que acima de tudo induz ao viajante do tempo as saudades e os momentos mais felizes de minha vida que, outrora povoada de outras sombras, levava o meu ego a transpor as barreiras do som e da luz em velocidade constante e enveredar na inconstância do inconsciente de um ser desconhecido, cujo nome era eu... mas que a tua inesperada presença, teu imenso amor, transformou no homem que sou, ou acima de tudo, eu sou o amor, claro, o teu verdadeiro amor, que tu pensastes não existir e vive, porque você existe. Tu és a causa, eu o efeito, formamos o mesmo corpo e somos uma só alma que flutua sobre as águas e voa nas asas do vento e, mesmo que seja inverno, espalha pelo mundo o aroma primaveril de mil flores de olor mavioso do perfume de cujo nome és tu.

Procurei nos dicionários, explorei a minha mente fértil e em todos os lugares não encontrei definição para dar a esse sentimento, foi então que um anjo soprou aos meus ouvidos e baixinho, compassivamente disse... isso é o amor, o amor da tua vida, foi então que volvi as vistas ao firmamento e agradeci, obrigada Senhor!

A escuridão – como eu gostaria que ela fosse um abstrato, ou simplesmente um acontecimento idêntico a um eclipse solar, ou talvez o nascimento de uma orquídea no agreste nordestino, no entanto, não é assim, ela vem com o anoitecer, e se vai com o por do sol e para os amantes que se encontram em pontos opostos, significa o sofrimento de noites insones, vazias e de almas separadas que conversam no negrume da noite e de corpos distantes que não se tocam porque não estão juntos, convivem com a dor da injusta separação momentânea.

E nós querida, que levamos uma vida inteira para nos conhecer e, em pouco tempo nos tornamos tão unidos e até na abantesma somos um só, que faremos? Vivemos ou morremos, o que posso dizer de um sentimento que só em nós existe, que a tudo sobrevive, até mesmo a nossa própria imaginação. Que é puro, mais que a mais pura água, que é sincero como a própria essência da palavra diz e, que é digno de nós, assim como o merecimento que temos um pelo outro e que posso eu dizer-te amada , é que a escuridão é suplantada por um mero amanhecer que virá trazendo para nós uma vida só, a nossa, matando a escuridão.

Viveremos felizes o nosso imenso amor e, na morte ainda seremos vistos como as sombras das arvores que amenizam os sofrimentos dos viajantes e dão animo para continuar a grande aventura que é a vida e, aquilo que todos buscam, a felicidade que eu encontrei, meu amor, minha mulher, amada .

Meu encanto, minha paixão, mulher da minha vida.