Realimentando sonhos neste século
Há nove anos passados, a perspectiva de início de um novo século e de um novo milênio, constituiu-se na grande motivação de nossos sonhos e esperanças, movendo-nos para a busca de resultados positivos para nossos projetos pessoais e sociais. Estávamos na transição do ano 2000, para o ano de 2001. Iniciávamos o século XXI.
Para a ONU o século atual é o Século da Água. Para os esotéricos, os pensadores, este é o Século do Homem. Estas diretrizes devem nortear todas as nações e povos, dos cinco continentes do mundo, na implantação de políticas públicas que sejam indutoras desses anseios, de projetos que incentivem o uso racional da água, que conduzam à reconstrução social do homem, e o projetem para os séculos futuros.
Estas perspectivas, em relação ao novo século, irão implicar numa renovação antropocêntrica, que possibilite a reabilitação individual e social do homem, resgatando-lhe valores culturais, morais e éticos, com objetivos de construção de uma cultura de paz, de solidariedade, de fraternidade, de liberdade; como condições indispensáveis para melhor qualidade de vida na Terra.
Acredito que nenhum projeto humano ou institucional, elaborado neste início de século, pode acontecer sem considerar essas perspectivas, esses paradigmas de luzes que se constituem o século XXI e o Terceiro Milênio. Há muita energia envolvida nessas mudanças, incluindo as condições cósmicas, as influências energéticas dos demais planetas, e todos os demais corpos celestes que nos influenciam e, de alguma forma, também conduzem nossos passos para a trajetória de nossos destinos.
Portanto, é preciso que olhemos para nós mesmos, pequenos seres temporais nesse universo cósmico, com uma visão mais exógena, mais extensa e ampla, de uma forma holística: relacionando todas as coisas e nos relacionando com elas também, porque nada está isolado no Universo.
Somos energia e, como energia, nos alimentamos de outras fontes de luz. Somos fontes de luz para outros seres e para outras formas de vida, no Universo. Por isso, temos uma imensa responsabilidade com os destinos de nosso Planeta; este Planeta lindo, que é feminino em seu nome, em seu gênero; que tem dois terços de sua superfície ocupado por água; que nutre nossa existência, com todos os elementos vitais para a sobrevida de nossa espécie.
A Agenda 21, documento conceitual e filosófico, ratificado por 178 países, em 1992, sintetiza as preocupações dos signatários com a sustentabilidade do planeta Terra, ao mesmo tempo em que reflete o anseio de diminuição das desigualdades sociais, e da busca de novos modelos de crescimento econômico, que possam assegurar melhor qualidade de vida para o Homem e, ambientalmente, não comprometam a existência das gerações futuras.
Todos nós temos uma parcela desse compromisso. Essa responsabilidade está escrita no artigo 222 de nossa Constituição e encontra-se imanente na Declaração Universal dos Direitos do Homem. Portanto, é preciso que nos disciplinemos para uma vida mais solidária, no tocante ao uso dos recursos naturais, à busca da geração de emprego e renda, à diminuição das desigualdades sociais.
É claro que mudanças de atitudes, especialmente em pessoas adultas, implicam em processos que, muitas vezes, são extremamente penosos, mas que podem ser altamente compensadores. Afinal, todo o Universo que integramos é movimento puro e constante. Todos os corpos celestes; todo o nosso sistema planetário; todo o nosso Planeta; tudo está em constante movimento e esse movimento deve presidir nossas vidas e nossos atos, fazendo-nos mais dinâmicos, em busca de novos rumos e diretrizes que contribuam para o nosso aperfeiçoamento pessoal e social.
A paz, com certeza, é a mais bela e mais permanente utopia do homem, na face da Terra. Ela é condição indispensável para a construção da felicidade, para o equilíbrio social, para exercício do amor e de todos os outros valores mais elevados do Homem. Uma Agenda 21 pessoal, e devemos ter a nossa própria agenda para o este século, deve contemplar atitudes nossas que favoreçam o estabelecimento de um estado de harmonia entre nós e nossos semelhantes; entre nós e os recursos naturais; entre nós e o Deus que nos criou e nos dotou de razão. Uma agenda pessoal deve ser o ponto de encontro dos diversos Eu que existem em nós, harmonizando nossa energia para apascentar os nossos semelhantes.
Agir de forma pacífica é não praticar a violência. Não praticar a violência é um ato de muita meditação e força interior; um gesto deliberado de disciplina, resultante da educação familiar e formal; um compromisso com a vida.
Alguns compromissos, por estas razões, devem-se constituir diretrizes de nossa vida cidadã, imantando-nos para a busca de melhores condições de vida para a espécie humana. Nossa vida não começa e termina em nós. Ela é decorrente de outras vidas, e tantas outras vidas dela decorrem. Uma parte de nós é unitária, as outras são coletivas. Desses dualismos resulta nossa alma, em sua síntese mais representativa. Não podemos esquecer disso e não podemos deixar de aprimorar essa nossa essência, andando na contramão dos anseios da Humanidade.
Os agentes políticos precisam discutir esses temas, precisam debatê-los e construir políticas públicas que possam viabilizar essas esperanças, moldando sonhos, de mãos dadas com os cidadãos, e edificando o futuro.