A crescente consciência ambiental
Esta semana, no dia cinco, transcorreu o Dia Mundial do Meio Ambiente. Nos cinco continentes do Mundo, aconteceram eventos alusivos a essa data, pela inestimável importância de que se revestem as questões ambientais para a humanidade. Tão importantes que estão ocupando os primeiros lugares na pauta de discussões estratégicas dos países mais ricos e influentes do Mundo, e dali não sairão nas próximas décadas.
Momentos como esses, cheios de significado simbólicos, representam conquistas importantes para o crescimento da consciência ambiental no Mundo contemporâneo. Um Mundo que se vê premido pelas ameaças dos efeitos do aquecimento global, com todas as suas sombrias perspectivas e conseqüências, e a necessidade de acelerar o processo de mitigação desses efeitos, já sensíveis, ostensivamente, em alguns continentes.
Tenho absoluta convicção que estamos vencendo essa luta, em que pesem os revezes que algumas vezes temos sofrido, no curso de nossa caminhada. Quando uso o nós, aqui, estou me referindo à humanidade, pois essa é uma luta da espécie humana, em nome de todas as espécies de vida que Deus criou para habitar a Terra.
As esperanças de todos aqueles que sonhamos com a reconstrução social do homem, e com um Mundo melhor, é que os fachos de luz que estamos acendendo iluminem, definitivamente, a consciência dos povos, no Mundo inteiro.
A cada dia cresce o volume de apelos educativos, a consciência da necessidade de estabelecermos novas práticas de convívio com os recursos naturais, protegendo e respeitando a natureza, para alcançarmos uma melhor qualidade de vida. Numa hipótese menos luminosa, para não permitirmos que nossa qualidade de vida assuma proporções insustentáveis de degradação.
Em nosso país, sinto isso no conteúdo das matérias que têm sido veiculadas pela imprensa, de um modo geral; pela forma como tem atuado o Ministério Público, como guardião das leis; pelo modo como estão proliferando as organizações não governamentais de proteção à natureza; pelo jeito com que as escolas do curso fundamental e médio estão encaminhando a discussão desse tema, muitas vezes, já estabelecendo uma prática saudável de respeito ao meio ambiente.
Por que isso, nestes primeiros anos deste século? Parece uma demonstração de culpa e uma urgente necessidade de recompor o tempo perdido, os passos perdidos, para não sermos condenados pela história da civilização humana, para não sermos julgados impiedosamente pelas futuras gerações, como o século da degradação do planeta Terra. Julgados como o século da civilização que conquistou o espaço, mas que foi incapaz de viver em harmonia com a natureza, destruindo ecossistemas, a biodiversidade, as reservas florestais, poluindo os rios ou devastando suas matas ciliares, realizando uma gestão ambiental nociva à qualidade de vida do homem, e ao Planeta que habitamos.
Muitos fatores estão concorrendo para isso, mas a destruição da camada de ozônio, o aquecimento global, a ameaça aos recursos hídricos não salinizados, o desequilíbrio na relação entre metro quadrado de área verde por habitantes, a desertificação de muitas áreas, no Planeta; todos esses fatores, por representarem ameaças de caráter geral, num Mundo cada vez mais globalizado, estão acentuando o processo de reflexão e as ações reparadoras, visando reverter esses conflitos, ao longo dos próximos anos, como projetos de interesse da civilização humana.
Como é bom estar participando desse momento, da reversão das expectativas sombrias que ainda ameaçam a sobrevivência de nosso Planeta e de nossa espécie humana! Como é bom sentir que somos agentes de transformação de um Mundo que é movimento permanente, e que tem dado duras respostas às agressões que nele perpetramos, com ações que desequilibram seus sistemas de forças sinérgicas! Como é duro, também, saber que somos vítimas de nossa própria ansiedade de progresso, de nossas afirmações de soberania, de poder político e econômico, que não atentam para a diminuição das desigualdades sociais entre países, entre povos, entre regiões, entre cidade e vilas, e não respeitam a vida humana!
Os cidadãos precisamos estar atentos para assumir as responsabilidades que são nossas e as que podem ser compartilhadas com o poder público, com as organizações privadas, de modo a que estejamos materializando ações sustentáveis, que possam resultar em melhor qualidade de vida, do ponto de vista econômico, social e ambiental.
A implantação de políticas públicas, consistentes, que resultem de nossa participação, com o respaldo dos agentes políticos, será sempre uma conquista de realce, gerando frutos coletivos e motivando a conduta de pessoas que neles se espelharão.
Como exemplo, devemos postular que se materializem políticas públicas permanentes, como a necessidade de ações transversas envolvendo a educação ambiental nas escolas, o planejamento, as decisões dos diversos órgãos da administração pública, de modo a assegurar uma convergência de objetivos que apontem para o desenvolvimento sustentável. Ações como essas, com certeza, estão contribuindo e contribuirão para o crescimento de uma consciência ambiental compatível com a necessidade de preservação do nosso Planeta.