Novos horizontes...

Dias destes tentava fazer uma regressão de possíveis lembranças do passado pelas fazes de idade, nesta regressão lembrei de uma historia inusitada, qual seja: aos seis anos morávamos em Cosmorama SP, a família, meu pai e mãe e mais dois irmãos, Sebastião com quatro anos, Claudomiro com um ano e meio. Cosmorama e toda aquela região, naquela época 1947/1948 eram chamadas “Sertão de S.Jose do Rio Preto” era comum ouvir as frazes de onde você veio ou para onde você vai e a resposta como lógica sempre era “venho do Sertão, ou vou para o Sertão”. O meu pai e minha mãe haviam casado em Cosmorama em 23 de Setembro de 1942, sendo que meu pai foi para lá para esta finalidade acompanhando os familiares de minha mãe que para ali também mudara, proveniente da região de Olímpia SP. O meu pai sempre foi uma fera para o trabalho, trabalhava sol a sol na lavoura de algodão, arroz e milho de maneira artesanal da época, tudo manual e estas eram feitas em roçados, e após colocar fogo plantava as sementes manualmente nas queimadas, sem adubo, após um trabalho de rescaldo, de algumas raízes, algumas madeiras e tocos das mesmas. Plantava-se e podia compras as embalagens que a colheita era certa. Já tínhamos numerário para comprar um sitio, na região para trabalhar em terras próprias, porem porque os familiares do meu pai, irmãos, sobrinhos ficaram em Barretos SP, e como este não estava se sentindo bem com as interferências de minha avó na vida familiar do casal, provavelmente ela não aprovava que minha mãe ajudasse nos trabalhos da lavoura, em que ela insistia em fazer constantemente. Ele apreçou o interesse em voltar para Barretos, e já programou ao termino daquela safra, sendo a contra gosto dos proprietários do Imóvel onde morávamos que recebia renda por produção dos produtos colhidos e também muito contra gosto dos familiares de minha mãe. Caminhão arrumado, um Caminhão Ford a gasolina ano 1946, as minhas tias, Teresa, Antonia, Joana, Maria e uma menor Cleyta e minha avo Anna, vieram ajudar a arrumar a mudança, contrariadas, fizeram gradeados para as aves, compartimento no caminhão para os porcos, os animais de serviços vieram com um tropeiro. Na hora da despedida e saída da mudança, a minha tia Teresa, ficou chorando de fronte ao caminhão de braços abertos para impedir o prosseguimento. Lembro o meu pai desceu do caminhão, colocou as mãos no seu ombro e conversando com a mesma dizendo que aquela mudança “entre aspas” era para procurar melhora para a família, e que logo voltaríamos e esta chorando desistiu de seu intento em impedir a viagem, e chorando acenando para nós... A estrada de mais ou menos 130 kilometros toda de terra e chegando a Barretos, nem casa tinha para morar até, então, a mudança descarregada na casa de seu irmão mais velho ate conseguir um lugar para morar, o que foi conseguido na semana seguinte, os anos passaram, muito trabalho de sol a sol, lavouras arroz, milho, algodão e finalmente especializando em cafezais, quando em 1964 surgiu a aportunidade de agora comprar a terra prometida e a escolha se deu em Tanabi SP, de volta as origens, e só após estes anos todos a minha mãe sem ver ou ter noticias da sua família, surgindo agora à oportunidade porque Tanabi estava próximo dos mesmos, porem a minha avó Anna já muito doente, mas se encontraram e mataram as saudades de décadas...

Jose Pedroso

Ano de 1981

Josepedroso
Enviado por Josepedroso em 20/07/2009
Código do texto: T1710243
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