Fotografia
Fotografia
Ontem eu ví a tua foto pendurada na parede, já desgastada pelo tempo, a moldura, outrora de bordas douradas, pendia um lado, como se também cansada pedisse descanso... momentaneamente, voltei ao passado, te ouvi, mais sei que não fostes ouvido por mim, lancei-me no espaço infinito de muitas paixões e mergulhei num tempo distante, que viví e era feliz, foi assim como, se o jardim de nossa velha casa revivesse, ainda não era a primavera, mais o coloridos de mil flores a emanar o seu aroma primaveril pairasse no ar e o vento suave da tarde balançava as folhas e emitia um som que mais parecia uma velha canção de ninar, volvi as vistas ao longo de um caminho nunca percorrido, entao ví a exuberância dos arvoredos, tão altos a desafiar o firmamento e senti em meus ouvidos a suavidade do canto de mil pássaros, a cantarolar e a voar em círculos, tomados que estavam de inusitada alegria.
A morada, uma edificação tosca, que mais lembrava uma construção estóica , sentei na cadeira de embalo e, logo rompestes a porta de entrada e viestes sentar-te a meu lado, tu caminhava com passos lentos de uma elegância senhorial, usava um longo vestido azul e um xale multicolorida te envolvia o pescoço alvo quanto algodão refinado, o perfume de sempre com aroma de baunilha tomou o ambiente, tornado-o mais belo e apaixonante... conversamos horas a fio, trocamos caricias, beijos ardentes e, fomos para a alcova da grande morada, onde uma cama grande e confortável abrigou os nossos corpos febris de desejo e sedentos de amor e ... fizemos amor pela milésima vez, como se fosse a primeira, a paixão, o amor, a própria aderência nata de corpos, almas e espíritos envolvidos numa forca forte e indestrutível, capaz de mudar rumos, parar o tempo, romper tempestades, sobreviver as intempéries mais forte, porque é a própria essência da natureza, da vida dessa grande e maravilhosa aventura que precisa de muito mais que cem existências para contar a nossa história, ou nossas...
Amada, infelizmente era um sonho, o cenário foi removido de minha mente e também os figurantes, senti a boca seca, um aperto grande no peito, entao, meu espirito doente, meu coração dói, minha alma vaga e uma tristeza repentina tomou conta de meu ser, não pelo sonho que acabou, mais pelo medo, o temor de perder novamente, porque te reencontrei nessa vida e quero te fazer feliz mais uma vez, como sempre o fomos em outras vidas...
Com amor, Airton