"Menino de 11 anos morre com tiro na cabeça em Barros Filho Segundo moradores, policiais militares chegaram atirando sem perguntar nada".
Menino de 11 anos morre com tiro na cabeça em Barros Filho
Segundo moradores, policiais militares chegaram atirando sem perguntar nada
POR CHRISTINA NASCIMENTO, RIO DE JANEIRO
Rio - O estudante William Moreira da Silva, de 11 anos, foi baleado na cabeça enquanto soltava pipa no terreno baldio de uma fábrica abandonada, em Barros Filho, Zona Norte do Rio. Ele estava na companhia de dois primos e um amigo quando, segundo testemunhas, policiais chegaram atirando. As testemunhas contaram ainda que um dos PMs teria perguntado, depois de atirar: "Tá correndo porquê? Deve?".
Moradores da comunidade chegaram a fechar uma das pistas da Av.Brasil. William era o menor entre os meninos que brincavam. Ao ouvir os disparos, todos correram e conseguiram pular um muro que havia ali, menos ele. O cunhado de William, apavorado, chegou a socorrer o garoto, o levou para o Corpo de Bombeiros de Guadalupe, a 600 metros de onde o jovem foi atingido, mas já teria chegado sem vida. Um dos colegas de William recolheu uma cápsula de fuzil, deflagrada pelos policiais contra os meninos. O corpo dele ficou estendido na calçada da Unidade Militar até às 22h40, quando foi recolhido pelo rabecão.
O garoto estava na 4ª série do Ensino Fundamental e havia completado 11 anos de idade na última quinta-feira.
Os moradores tentaram fazer uma manifestação mas foram contidos. O Oficial do 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM), de Rocha Miranda, negou que o garoto tivesse morrido na comunidade."
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Nota minha: Será que existe uma maneira de comentar a contento uma notícia como essa? Será que existe uma maneira eficiente de demonstrar com palavras o asco que causa tal atitude por parte de quem deveria proteger a população? Não dá nem para chamar de "bandidos fardados" a tais crápulas. Seria uma grave ofensa a muitos bandidos menos perigosos que os tais policias ordinários que praticaram tiro ao alvo contra crianças. Há momentos em que dá nojo viver. E esse é um deles. Mas o assunto será logo esquecido já que o garoto morava em Barros Filho, zona norte do Rio de Janeiro. Fosse ele um morador de Ipanema, Leblon, ou mesmo dos Jardins, em São Paulo, toda a imprensa estaria alvoroçada, cobrindo segundo a segundo o desenrolar do caso. Caso que se tornaria até internacional. Mas "Barros Filho"....Você já ouviu falar em "Barros Filho"? Eu li esse nome agora, pela primeira vez. Não vai dar em nada. O menino, certamente, não era filho de advogado abonado, não pertencia à classe média alta, não vai ajudar a vender mais jornais e revistas, não vai provocar longas entrevistas com os assassinos. Mexer nisso pra que? Era só uma criança qualquer..."Acidente de trabalho". Do trabalho dos abnegados "policiais"...