COMUNICAÇAO DOCENTE

Para se designar coisas novas são precisos termos novos. Assim o exige a clareza da linguagem, para evitar a confusão inerente à variedade de sentido das mesmas palavras. Assim são as filosofias quanto às correntes que buscam integração no processo de formação cultural de forma a conjecturar técnicas para a promoção e aquisição do conhecimento. Nesse sentido, com relação às coisas notórias, a opinião de especialistas é, com toda a razão, fidedigna, porquanto eles sabem mais e melhor do que o vulgo. Mas, no tocante a princípios novos, a coisas que verdadeiramente revolucionam essa opinião quase nunca é mais do que hipotética, por isso é que eles não se acham, menos que os outros, sujeitos a preconceitos. Pois uma propensão natural leva a subordinar tudo ao ponto de vista donde mais aprofundou os seus conhecimentos. Aquele que se fez especialista prende muitas vezes suas idéias à especialidade que adotou. Tirando-o, veremos submeter quase tudo ao mesmo senso: conseqüência da relutância quanto a fatos novos que demandam postura e atitudes revolucionarias. Assim, pois, não devemos deixar que novas idéias afetem a estima a que dá direito o saber especial. Quem julga infalível a sua razão está bem perto do erro. Para idéias que elas não percebiam; idéias que, alguns anos mais tarde, revolucionaram a ciência, os costumes e a educação, como esperar que questões, alheias às que são habituais, alcance das congêneres melhor acolhimento?

Esses erros de alguns eminentes, se bem que deploráveis, atenta a memória deles, de nenhum modo poderiam privá-los dos títulos que a outros respeitos conquistaram à estima; mas, será que precisa posse de um diploma oficial para se ter bom senso? Dar-se-á que fora das cátedras não se encontrem competências? O caráter e o saber de proposições que aqui se deseja expor, afirmam alguns; forçoso é reconhecer que alguma coisa há.

Não desejo criar ou comparar nomenclaturas, porém, de súbito, acredito numa nova ordem que nos conduza modificações do cenário existente em pró dum saber acadêmico mais completo de percentuais mais aceitáveis. Quem por objetivo deseja ser versado nalguma ciência, necessário se faz, o estudo metódico, começando pelo principio das cousas elementares e acompanhando o encadeamento e o desenvolvimento das idéias, até o complexo das mesmas.

Acredito no sistema educacional e no continuo aperfeiçoamento das leis; acredito nas diretrizes e bases, no aperfeiçoamento das relações educando educador. E que toda proposta tem por objetivo contribuir, em parte ou em sua totalidade, para a resolução de questões que atormentam e modificam o cenário educacional. Muitas vezes, a simplicidade das propostas, desprovida da autoria, possa quase sempre, ser eficaz como contribuição para a transmissão do aprendizado e aquisição do conhecimento. Acredito que, a medida em que as propostas sejam cada vez mais próximas da integralidade, desprovida do egocentrismo, formatada nos moldes da mais ampla e irrestrita contribuição coletiva, configurando-se no nó do ensinar aprendendo e aprendendo a aprender, constituam dos empreendimento, o mais concreto e racional, para nortear as relações professor aluno, na qual, a consciência da diversidade / heterogeneidade do conhecimento do aluno, tanto no que se refere à sua formação anterior, quanto aos interesses e expectativas em relação ao curso e ao futuro exercício da profissão escolhida. Minha credibilidade nas leis, é que; como cidadão constituído, humanizado e disciplinado – acredito no empenho dos honestos e puros de coração, sem que isto seja utopia, pois o homem ainda é racional, e o dialogo ainda é o maior veiculo de humanização dele. Por este motivo, a fé nas relações comunicativas entre os homens e seu continuo aperfeiçoamento. Isto me conduz ao propósito de tornar vivo e verdadeiro este desejo a tantos e quantos assim se dispuser. A possibilidade que quero desenvolver, conduzida num sentido diferente do que se supõe como critica. Mas, antes de prosseguir, um alerta: o que segue não tem caráter de denuncia nem de lamentação; isso é assim simplesmente porque não pressuponho ideais educacionais nem os meios pelos quais tenham se desenvolvidos ou ainda não. Isso não significa isenção de ideais; significa tão somente, a intenção de análise e da problematização. O que me credencia nessas observações, é tão somente o meu desejo de contribuir, de uma forma ou de outra, para despertar a atenção não só nos docentes universitários, mas, um alerta aos futuros docentes que estão em processo de formação e aos que desejam ingressar no universo acadêmico das licenciaturas. Imbuídos de idéias e ideais, não deixem que seja desfeito pelos percalços impostos por conceitos filosóficos não muito coerentes com a realidade a ser vivenciada no espaço dos Institutos de Ensino Superior. O desafio da formação do futuro docente se confronta com a necessidade de uma formação diferenciada e cresce numa razão diretamente proporcional aos grandes dilemas da sociedade contemporânea. Quanto mais os avanços tecnológicos são tomados como signos da evolução rumo a uma vida melhor, mais somos tomados da necessidade de interação com as tecnologias, que muitas das vezes, nos são impostas pelo processo coercivo da informação, dos meios midiáticos, de forma a nos seduzir na aquisição de um bem ou serviço. Até aqui, a comunicação interfere e interage com os seres no meio social, e não raro, direciona e conduz a comportamentos e posicionamentos perante as relações sociais. O que se deseja, é o entendimento de que a maneira e o uso de técnicas de comunicação é fator importante para as relações de interação aluno mestre, no intercambio cultural na construção do conhecimento. Pois bem, vivemos num mundo em que a comunicação e os meios pelos quais ela se propaga, é diversos e multiformes. A necessidade que temos de nos comunicar, por sermos seres sociais, sedentos da interação comunicativa, nos caracteriza e individualiza no reino animal como seres humanos, por deter a capacidade de articular a linguagem no processo comunicativo. Não há duvidas, a linguagem é uma das principais características que nos identifica, individualiza e nos torna humanos. É no uso da linguagem, e para defini-la; vamos recorrer ao mestre Mattoso Camara, em seu dicionário de lingüística a seguinte definição: - faculdade que tem o homem de exprimir seus estados mentais por meio de um sistema de sons vocais, chamado língua, que o organiza numa representação compreensiva em face do mundo exterior objetivo e do mundo subjetivo interior. Pela atividade da linguagem, ou fala, faz-se a comunicação entre os homens, para transmissão do conhecimento (função de informação), ou numa atuação de influenciamento psíquico de uns sobre outros (função de apelo) ; ou dá-se a exteriorização das paixões humanas sem intento direto de comunicação (função de exteriorização psíquica)(cf.Camara, 1959,13s).A função da informação cria a linguagem intelectiva pura, enquanto as do apelo e manifestação psíquica utilizam a representação lingüística para a expressão do que se chama, em sentido lato, os “afetos” em contraste com a atividade de compreensão mental ou inteligência, criando a LINGUAGEM AFETIVA(cf.Bally,1926). A linguagem se realiza, em principio, numa espécie de drama entre o FALANTE (a pessoa que a transmite) e o OUVINTE (a pessoa a quem ela se dirige) na base de um ASSUNTO (a parcela de representação mental que nela se consubstancia), mas na manifestação psíquica o ouvinte não é levado diretamente em conta. Por outro lado, falante e ouvinte coincidem na mesma pessoa na atividade de linguagem chamada solóquio. A linguagem é uma faculdade imensamente antiga da espécie humana e deve ter precedido os elementos mais rudimentares da cultura material (Sapir, 1954,23). É no uso da linguagem que estabelecemos o processo de comunicação; o conceito de comunicação, referenciado por (Camara, 2009,93) nos relata que a comunicação é o intercambio mental entre homens, feito por meio da linguagem ou da mímica. A Teoria da Comunicação a estuda em todos os seus aspectos, que são muito complexos no mundo moderno. Essa teoria que é um ramo da engenharia desenvolveu certos conceitos que são aproveitados em lingüística, como – mensagem, código, redundância, encodização, ruído. O conceito de comunicação é difícil de delimitar e, por conseqüência, de definir. “De um determinado ponto de vista, todos os comportamentos e atitudes humanas e mesmo não humanas, intencionais ou não intencionais, podem ser entendidos como comunicação”. (J.P.Souza, porto – 2006).

A comunicação é o processo pelo qual os seres humanos trocam entre si informações. Nesta breve definição temos implicitamente presente elementos nucleares do ato comunicativo: emissor e receptor (humanos) e a mensagem (informações), de forma empírica, podemos resumir o processo comunicativo com a representação destes elementos. Muitos são os pesquisadores e autores que narram pesquisas e comentam dissertações filosóficas sobre o processo de comunicação e todos os meios (códigos) e/ou canais (veiculadores) de que se utiliza, bem como as tecnologias aplicadas a este processo. A comunicação é o veiculo de expressão humana mais fascinante e maravilhosa que pode existir, e existe, por este motivo retém a atenção de estudiosos de todo o mundo. A multiplicidade de formas expressivas aplicadas no processo do ato comunicativo denota a importância desse momento na comutação de informação e congrega elemento cênico gestuais na complementação dum momento único das relações comunicativas. Desse ato puramente humano, as funções lingüísticas incorporam um verdadeiro poema de possibilidades varias na realização do ato dialógico. Da comunicação como fomento a transmissão do conhecimento e da comunicação que viabiliza as relações humanas, a tecnologia da comunicação se vincula a pedagogia, ou vice e versa, para integrados, proporcionar ao ato de comunicação, auxilio a transmissão do conhecimento. Além disso, as possibilidades tecnológicas não são os únicos meios possíveis de corroborar com o ato comunicativo. As atividades de interação comunicativa no processo de construção do conhecimento, nas relações professor aluno, podem e devem, nesta relação, manter-se intimamente ligadas, no contexto das afetividades em que seu significado se reveste de importância no relacionamento entre educador/educando. Ela expressa as vivencias e o comportamento do ser humano.

Para Almeida(2004,p52) “[...] a afetividade constitui um domínio tão importante quanto a inteligência para o desenvolvimento humano, incorporando as aquisições efetuadas pelo intelecto”. A afetividade esta relacionada aos sentimentos, às emoções e ao afeto. A afetividade pode traduzir-se por afeição em alguém, por simpatia, por amizade que fazem um relacionamento ter cumplicidade. É a sensação psíquica de bem-estar com o outro, com a propensão de ser impressionado pelo outro. É uma modificação perceptível que traz alegria e confiança no outro. Para este processo de interação à comunicação, o fator preponderante a designar, é a capacidade de subjetivação (que refere ao próprio eu, suas atitudes, desejos etc). O reconhecimento das informações que provém do interlocutor, e que são expressas pelo seu estado ou comportamento (estado cênico do ato comunicativo), nos conduz a uma comunicação possivelmente livre dos ruídos tão indesejáveis na relação interativa de comunicação. Toda essa informação, nos alerta para uma observação singular nas relações acadêmicas, em que método e metodologias que possivelmente serão manipuladas no momento do ato comunicativo, entre alunos e mestres, desempenharão importância crucial no ato de aquisição do conhecimento.

Que adiantará aquele que, ao acaso, questionar um sábio acerca de uma ciência cujas primeiras palavras ignorasse? Poderá o próprio sábio, por maior que seja sua boa-vontade, dar-lhe resposta satisfatória? A resposta isolada que der, será forçosamente incompleta e quase sempre, por isso mesmo, inteligível, ou parecerá absurda ou contraditória. O mesmo ocorre em nossas relações acadêmicas. Quem desejar instruir-se tem que forçosamente realizar um curso; mais, exatamente como se procede? Deverá trabalhar com assiduidade valendo-se das instituições publicas ou privadas, e estas, fornecendo o melhor na qualificação, e na formação do futuro docente. Cumprido o impulso inicial e superado os percalços das condições sociais, a lei manda que os Institutos de Ensino Superior criem oportunidades para o desenvolvimento de habilidades necessárias para se atingir a competência no desempenho do futuro profissional no comando dessas habilidades na disseminação do conhecimento. Em face do que vivenciamos no espaço acadêmico, questionamos a quanta andam a competência e habilidades; sem com isto, generalizar os fatos. É certo que a gleba demanda cultivo e adubo, para que a planta germine, e consequentemente dê bons frutos gerando boas sementes. É certo também que de tempos em tempos bons frutos surgem para revolucionar a colheita. O ensino é a força benigna na transformação do ser. Individualiza e o caracteriza no cenário humano.

Acreditamos num continuo aperfeiçoamento das relações educando educador, e que, toda proposta que tem por objetivo contribuir em parte ou em sua totalidade, para que a transmissão do aprendizado seja cada vez mais próxima da integralidade, desprovida do egocentrismo, e, formatada nos moldes da mais ampla e irrestrita contribuição coletiva, configurando-se no nó do ensinar aprendendo e aprendendo a aprender. O conceito exposto neste parecer nos faz compreender o pensamento Pragmático, não no sentido filosófico, mas nos reporta ao comportamento ou atitude, de pessoa ou grupo, que sempre busca resultados práticos, prático no que podemos definir como sendo o que se baseia no conhecimento do que é de fato possível ou viável; materiais, definido como conjunto de objetos necessários a um aprendizado, trabalho etc; concretos, o que é claramente e especificamente definido, determinado (objetivos concretos). Neste sentido, e somente neste, aliamos a dialética, como o processo e a arte de se buscar a verdade pelo dialogo e pela discussão. Lembramos que discussão, no sentido empregado, remete ao exame verbal de um assunto por meio de analise dos fatores positivos e negativos. O que desejamos com o exposto é relatar a importância da comunicação nas relações mestre aluno no caminho da aquisição do conhecimento no desenvolvimento de suas competências. Comunicação, competências e habilidades são o que desejamos discorrer quanto sua importância, suas possíveis definições e uso em nosso cotidiano como educadores. A comunicação como fator preponderante do ato lingüístico e suas relações na aquisição do conhecimento; Competências, não somente no sentido figurativo popular, mas, lingüístico e porque não jurídico e para finalizar no sentido lato de suas aquisições. Há habilidades que nos foge a compreensão e são inatas ao ser humano, sem com isto, necessitar seu desenvolvimento; outras há, em que o desenvolvimento extratifica (extractivus) a essência e as torna competentes em suas habilidades. Segundo Ferreira (1999) a formação de qualquer profissional de nível superior está invariavelmente fundada na implementação de um currículo, e a estruturação desse currículo está circunscrita às respostas de algumas perguntas, entre elas a seguinte se destaca: “Quais as competências e habilidades desejadas para este profissional?” (FERREIRA, 1999). O mundo acadêmico terá se subordinado ao capital e as questões do aprendizado e construção do conhecimento, reservado seus direitos ao que mais produtivo for para a instituição. Se particular, fica a sujeição ao capital unicamente, sujeito muitas vezes a prepotência da regência, e não raro, o corpo docente, enfraquecido por falta de identidade participativa, esquecidos da docência, se subordina a trivialidade, na alegação do burocratismo que engessa e condena a atividade docente pela falta de tempo na aquisição de novos conhecimentos e técnicas educacionais. Por outro lado, alunos preocupados mais com o titulo do que com o conhecimento, corroboram para a formação dum futuro docente sem a discência. Já o federal, elitizado no conhecimento do QI, ainda reserva individualidades que são exportadas por ver a incompetência dum processo de interesses subordinado ao famigerado capital institucional. A verdade é que a formação do futuro fica entregue a “lei de Gerson” na aquisição do conhecimento e a lei dos Mosqueteiros, um por todos e todos por um; somente na literatura. Ao professor, o que cabe como parcela de responsabilidade em sua atividade docente, não se sabe ainda. O aluno, por falta da devida orientação, luta individualmente na intenção de que o titulo o reservará o pódium e não o conhecimento que o liberta e humaniza.

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. “E disse Deus: Haja luz; e houve luz.” Gênesis 1:3. João 1:1, 2, 3,14

Num ato de comunicação o mundo se fez pela expressão da vontade materializada no verbo. Após a criação do cenário propicio a vida, faltava o elemento primordial; o homem, e este, a expressão maior do ato de criação, inicia sua jornada em busca da evolução; ganha individualidade ao verbalizar sua vontade, expressão verdadeira de seu sentimento. Assim, o verbo se fez carne, materializou-se na escrita, ganhou corpo e vida, e no dizer do colóquio popular, ganhou o mundo. A comunicação, se assim podemos dizer, é a expressão e exteriorização da vontade, dos desejos, das idéias, dos ideais, dos sentimentos, e tudo o mais que passível é para exteriorizar este ato. Na comunicação, tudo é possível, o ato comunicatório utiliza as mais variadas formas e meios de que dispõe o falante ou não falante para expressar a vida contida em seu ser. A mídia no uso das tecnologias várias nos brinda com a persuasão à febre do consumismo. O esforço veemente da negociação transforma a comunicação multifacetada para a incorporação do convencimento na mente humana. Nesse processo, a comunicação ganha notoriedade nos espaços científicos, transforma-se em ciência, adota novos conceitos, e se diversifica na multiplicidade de metodologias aplicáveis nos mais variados campos do conhecimento humano.

Assim, como define Thayer, a comunicação “é o processo vital através do qual, indivíduos e organizações se relacionam uns com os outros, influenciando-se mutuamente”; por sua vez e reportando outro autor, educação “ designa e engloba todos aqueles fatores humanos nos quais se dá um processo de criação ou transmissão de informação e cujo protagonista é o homem que assimila tal informação”, (Puig, 1986:14). Estas duas definições estão fortemente ligadas, pois nenhuma das duas faria sentido sem o contributo de cada uma. Isto se denota no fato da educação não fazer sentido sem haver comunicação sem a existência de atos da mesma; assim como a comunicação não pode prescindir da educação, pois o indivíduo precisa ser munido da capacidade de desenvolver símbolos, para se expor, comunicar e deste modo cooperar para a construção de fundamentos culturais da sociedade. A importância da comunicação se estende por todos os campos das relações humanas, em que comunicar, sem duvidas, é o que torna viável todo o empreendimento humano.

Não é nosso desejo tecer grandes comentários sobre tecnologias e processos ultra-revolucionários, que supostamente deveriam criar condições de melhorar e facilitar a aquisição e transmissão do conhecimento. A realidade do século nos envolve num constante apelo ao uso e desfrute das facilidades tecnológicas no ato comunicativo. O custo desse apelo é a estagnação das relações do velho e tradicional colóquio; este ato tão simples do contato verbal, do ato mais tradicional da educação. Não pensem que sou adepto do saudosismo, mas, o uso racional das tecnologias em prol do aprendizado, e a intensificação das relações professor aluno no uso do que mais precioso existe no ser humano, sua capacidade de interação comunicativa; deve voltar a ser a Tonica de estudos mais elaborados. O que observo nos meios acadêmicos é a falta de interação entre alunos e professores no desenvolvimento do discurso. A eloqüência, que caracteriza a expressão do conhecimento, se manifesta tímida e acanhada, pois, falta a internalizarão do conhecimento para que a expressão do mesmo seja na retórica a marca de sua facúndia. Sobre outro aspecto, vemos a globalização abrindo a vida das pessoas à cultura e a toda sua criatividade — e ao fluxo de idéias e conhecimento. Mas a nova cultura trazida pela expansão dos mercados mundiais é inquietante. Mahatma Gandhi exprimiu tão eloqüentemente no começo do século passado, "Não quero que a minha casa fique cercada de muros e que as minhas janelas fiquem fechadas. Quero que as culturas de todas as terras soprem sobre a minha casa tão livremente quanto possível. Mas recuso-me a ser derrubado por qualquer uma delas". Hoje, o fluxo cultural é desequilibrado, pesando fortemente numa direção, a dos países ricos para os pobres. Os produtos leves — com elevado conteúdo de conhecimento mais do que conteúdo material — transformaram-se em alguns dos setores mais dinâmicos das economias mais avançadas da atualidade. A expansão das redes globalizadas de mídia e das tecnologias de comunicação por satélite dá origem a um novo e poderoso meio de alcance mundial. Este assalto da cultura estrangeira pode colocar em risco a diversidade cultural e levar às pessoas o receio da perda da identidade cultural própria. É necessário apoiar as culturas nativas e nacionais — para que floresçam lado a lado com as culturas estrangeiras. O que nos cabe, não sendo a contemplação das evoluções alheias, é promover aos iniciados do cultivo a cultura, o grande diferencial entre as pessoas e as sociedades, ou seja, o pensar. Pensar aprendendendo a ser livre; responsável e honrado. Pensar é esforço e inconformismo, para com o mundo e também para consigo mesmo. Pensar é duvidar e criticar, não de forma altaneira ou presunçosa, senão por desejo do bem comum.

Pensar é ter o tempo de poder fazê-lo. Pensar não é repetir ou reproduzir. Pensar é ativar o que de nobre há no ser humano, porque pensar, também é sentir e intuir. A frase de Descartes não encerra o absolutismo de sua compreensão: não se trata de "penso, logo existo", mas penso, logo vivo. Viver é encontrar seu próprio caminho e evitar permanentemente a tentação do fácil. O fácil é não pensar. A s faculdades tem por privilegio e dever formar pensadores para o país e para o mundo. Sendo o pensamento a força transformadora, somente comunicando esta força é que iniciaremos as transformações necessárias no contexto educacional. A ambição do imediatismo nos conduz a revoluções que tudo deseja, e imediatamente. Violando as leis naturais. E, contudo, a História ensina-nos que não é a revolução, mas sim o trabalho humano constante e tranqüilo que nos impele no caminho da evolução. Desgraçadamente, o homem confia demasiado nas forças das revoluções e destrói prematuramente as próprias forças, escravizando-as à febre de criar. Deseja alcançar no mais curto espaço de tempo possível tudo aquilo que só pode dar fruto completo dentro dos limites estabelecidos pelas leis naturais.

Cria-se muito, mas sem valor, com a ilusão mentirosa de que a quantidade pode fazer às vezes da qualidade. A estatística mata-nos, subjuga-nos e desmoraliza-nos com a fascinação dos números.A era dos resultados pode muitas vezes esconder os fracassos, e não raro isto ocorre.O mundo viveu momentos dramáticos em seu cenário mundial. Instituiçoes orientadas para os resultados, que avaliam, nos mínimos detalhes oportunidades, tendências, mercados e clientes, cometeram erros que custaram aos investidores a bagatela de aproximadamente 50 trilhões de dólares americano até o momento. O que falhou? Muitos ainda se perguntam. Mas, se você acha que “a era dos resultados” se limitou ao mercado de bancos e empresas, saiba que ela contagiou, vários outros segmentos sociais, inclusive a educação. Até hoje, vemos a educaçao como os mercados vêem as cotações de ações: crescimento do numero de escolas, de alunos, de professores, de disciplinas oferecidas, kits escolares, e muitos outros itens. No entanto, ainda que tudo isso seja visto como importante, a atual historia econômica nos tem revelado que esse tipo de estatística e comportamento pode esconder o fracasso onde não pode existir ou é impossível aceitar fracassos. Ou seja, a Educação. Estamos sempre a perguntar: "Quantos?" e esquecemo-nos do "Como?". Esta situação é a origem da superprodução desnecessária que não satisfaz, nem de longe, e constitui a exploração irracional de uns bens que deveriam ser conservados para as gerações futuras. A cura desse mal sobrevirá justamente quando a pergunta "quanto" se veja substituída por "como", ou seja, quando nos pusermos acima do êxito momentâneo. Perguntamos quantos alunos podemos ter, mas,não nos preocupamos como e de que maneira poderemos educá-los. À ética, ou seja, à atitude que deve pautar nossas vidas, nossas disputas nessa sociedade globalizada, altamente competitiva e que induz as pessoas ao individualismo exacerbado, esquecendo-se de princípios básicos, lembramos o filósofo lituano Levinás que tomou como base de sua escola filosófica, a preocupação com o "Outro". O sistema educacional vive atualmente um conturbado momento, e isso se deve, em grande parte, a falhas na comunicação entre as partes envolvidas, a distorções das teorias, métodos e técnicas implantados durante as inúmeras mudanças empreendidas nas últimas décadas. Um grande exemplo de que a boa comunicação é uma base sólida para o sucesso de um empreendimento é a construção de uma cidade e da Torre de Babel. "Em toda a terra havia apenas uma linguagem e uma só maneira de falar" (Gênesis 11:1). Todos se entendiam e buscavam um único objetivo. Mas, por outro lado, o mesmo exemplo serve para mostrar o oposto disso, ou seja, quando se "confundiu" a linguagem desse povo, quando barreiras de comunicação predominaram e todos falavam, mas ninguém entendia ninguém, eles se dispersaram, e o projeto ficou abandonado. Foi à ruína o que deveria unificar. Temos vivido muito isso em nossa educação. A "linguagem" falada nas escolas nem sempre é a mesma. As barreiras de comunicação estão interferindo no que se refere ao bom desempenho dos projetos pedagógicos. Tudo começa com as inovações apresentadas, a cada governo, como as melhores e as mais eficazes, mas muitas vezes distorcidas e mal aplicadas nas escolas devido à escassez ou inexistência de treinamento docente adequado, ou são ditas ineficazes por motivos próprios ou por questões político partidário antes da implantação. Visto que a comunicação de como aplicar as novas mudanças e as novas linhas teórico-pedagógicas é falha ou nula, cada profissional as executa da maneira que interpretou, ou por pressões de ordem maior ou consegue executar por esforço e iniciativa própria (o que é raro em muitos casos). Segundo Zagury (2006), muitos erros ocorreram e continuam a ocorrer devido à compreensão equivocada e à informação superficial das novas metodologias, bem como técnicas novas, que rapidamente se distanciam dos propósitos dos autores. Em muitos casos egocentrismo do eu, e noutros, a prepotência do saber. Esses corroboram não para o melhor,mas, torna-se um dos grandes motivos da educação no Brasil estar em declínio a cada governo que passa.Nao só as instituições publicas mas também as privadas são vitimas de seus equívocos. É claro que outros fatores corroboram para este declínio, porém, nos atemos aqui ao processo de deficiência de comunicação entre a direção e as coordenações, de ambos para com os professores, e também entre estes e com alunos. Alguns não conseguem se fazer entender; uns interpretam de modo distorcido o que lhes foi dito; outros permeiam o entendimento com as próprias emoções, distorcendo as informações ou ouvindo somente o que lhes interessa. Há também o filtro da cultura, do meio social e familiar, das crenças. Infelizmente, temos que citar aqui também o descrédito em relação á eficiência do outro, seja colega ou superior, o próprio professor. E muitas vezes o “QI” subverte as competências em detrimento ao aluno. Como uma organização, a escola é um aglomerado de grupos. Cada pessoa que nela trabalha ou estuda faz parte de um grupo. Vimos que se não houver clareza de objetivos e coesão, a eficácia do grupo estará comprometida, uma vez que a comunicação é de fundamental importância para seu desempenho. O mesmo ocorre entre os vários grupos que a compõem. Se houver falha na comunicação entre coordenadores e professores, tendo uns, dificuldades de expressão, e outros, dificuldades de interpretação, conseqüentemente boa parte do trabalho estará comprometida. A coesão de uma equipe técnico-pedagógica, segundo Zagury (2006), é requisito importante para a obtenção de resultados efetivos em Educação. E essa coesão se consegue quando as decisões pedagógicas finais são fruto de reflexão, análise crítica e decisões conjuntas, nas quais o professor é parte ativa. Mas, como ser coerente e coeso tendo cada um seu ponto de vista? Como refletir e tomar decisões conjuntas se esses mesmos pontos de vista forem impostos, muitas vezes, tidos como os únicos corretos, e não se compreende ou não se faz nenhuma questão de compreender o pensamento do outro? Infelizmente, isso tem ocorrido freqüentemente na maioria das instituições educacionais. A escola, como organismo vivo, seu sucesso dependerá do diálogo estabelecido entre os vários grupos e pessoas que a compõem. Se a comunicação não se processar corretamente, o resultado será a má qualidade do ensino-aprendizagem. Tiba (2006) afirma que um dos grandes motivos do aluno ser reprovado nas provas é não conseguir entender a matéria a qual um professor apenas expressou. Expressar, segundo ele, é simplesmente exteriorizar o conteúdo de quem fala, enquanto que transmitir significa conseguir comunicar para fazer-se entender pelo outro. Quem transmite no processo da construção do conhecimento, deve levar ao aluno informação clara, objetiva, livre das interferências comunicativas para que a aquisição do conhecimento seja plena. Julgar incompetente o aluno não é atribuição do mestre, porém, conhecê-lo em seus atributos, ou, aspectos gerais e comuns a turma para tornar compreensível e eficiente sua transmissão de conhecimento por intermédio de uma retórica sempre precisa e eficaz. Muitos professores que estão na sala de aula não sabem se expressar bem e muito menos se comunicar e transmitir informações. A má qualidade de comunicação tornou-se um dos principais problemas que atingem as salas de aula. Por muitas vezes falta-lhe a formação adequada para expressão verbal, pois que, verbalizar é desenvolver a técnica da expressão oral para que se tenha a proficiência no ato de transmissão do conhecimento. Dessa técnica, ha que não se ater no uso da retórica, passando uma grande quantidade de conteúdo em curto espaço de tempo, em detrimento da dialética, que pressupõe a existência do diálogo, do debate, uma vez que, conforme atesta Zagury (2006), a responsabilidade da aprendizagem também é uma função do aluno. Entretanto, não se pode culpar o aluno quando não se tem ou não se especializou. O ato comunicativo carece da técnica adequada para se transmitir ao aluno a informação que o conduzirá ao conhecimento. Não raro, há professores que além de não dominarem o conteúdo de sua disciplina (já fruto da defasagem educacional ao longo dos anos, incluindo os cursos de graduação), não conseguem transmiti-lo, nem se fazer entender pelos alunos; e às vezes, nem mesmo conseguem se expressar muito bem. Outros, abusando da retórica, esbanjam o seu saber, falando e falando, mas nem sempre com simplicidade de palavras e clareza. A informação não se torna conhecimento e muito menos experiência para o aluno. O professor, ao invés de perguntar aos alunos "Vocês entenderam?", deveria perguntar "Eu me fiz entender?". Sendo assim, um grande educador é aquele em que se fazendo entendido por seus alunos, não só mostra sua eficiência como cria a empatia necessária nas relações aluno mestre e turma.

“Segundo Maximiano (2004), existe um princípio de comunicação retratado na idéia de que "para ensinar matemática a alguém, é preciso conhecer muito bem tanto a matemática quanto esse alguém". O professor, portanto, não somente deve ter domínio da disciplina e transmitir bem o seu conteúdo, mas também, no ponto de vista de Tiba (2006), ter a capacidade de se adaptar às características do aluno, visando, como único objetivo, o aprendizado. Mas como conhecer bem o aluno com salas de aula tão cheias e com uma carga horária estressante? O que podemos dizer é que traçando a media racional da turma teremos um perfil para estabelecermos nossa linha de conduta pedagógica.”

“Tiba (2006) afirma que qualquer aluno que deseja aprender de verdade aprende com professores, sem professores ou apesar dos professores”. Concordo em parte, pois nem todos os indivíduos são autodidatas. O aprender depende muito da vontade do aluno, entretanto, mesmo muitas disciplinas disputando atenção do aluno, há algumas que para ele se tornam mais chamativas que outras; o que pode ser?

A comunicação inicialmente é o agente de propulsão. O ato de comunicação somente se efetiva quando emissor (quem emite a mensagem/informação) e o receptor (quem recebe ou intercepta a mensagem/informação) realiza de forma efetiva e eficaz, devendo ambos vivenciar o mesmo contexto, verbalizar o mesmo idioma, criar uma conexão psicológica entre ambos. As relações de comunicação com a lingüística foram indicadas por JOKOBSON de maneira mais clara e acessível, podendo ser consultada em literatura própria. Por outro lado, a transferência de informação, obedece a um ritual de passagem, como uma reconstrução de significados, mediante reação de reconstrução das informações primitivas no objetivo de torná-las acessível: transferindo-se do privado para o domínio publico. No ato de transferência observamos a intenção, o momento de intencionalidade é um atributo da vontade que propositalmente direciona a mensagem para uma interação de competências distintas existentes nos diferentes mundos: o emissor e o mundo de referencias do receptor, em sua realidade de convivência e para onde o conhecimento se destina. O fenômeno da informação apresenta um momento mágico, sua característica mais bela, um momento único em que a condição de ser humano o diferencia de outras espécies, se reveste do ato mais próprio e íntimo do ser: o pensamento se faz informação e a informação se faz conhecimento. As informações que ora irão cambiar, se qualificam como Instrumento modificador da consciência e do grupo social em que se insere esta nova realidade, sintonizando com a memória do passado e conduzindo-o às perspectivas do futuro. A relação estabelecida entre informação e conhecimento, só se realiza quando percebida e aceita como tal. A aceitação é pressuposto que conduz o individuo em um estagio melhor de desenvolvimento, tornando-o consciente consigo mesmo, ampliando e vivendo este estágio dentro do mundo em que suas experiências individuais são realizadas. O conceito de assimilação da informação é considerado como processo de interação entre individuo e a estrutura da informação. A mesma vem gerar modificações no estado cognitivo produzindo conhecimento que se relaciona corretamente com a informação recebida. Concordo com KENSKI (1996:135) que "para ser eficaz como ato comunicativo é preciso que ocorra na atividade didática uma relação interativa, uma união entre as partes, no nosso caso, professores e alunos", decorrendo daí a necessidade de discussão, reflexão, aprofundamento sobre um conteúdo significativo.

A comunicação como fator integrador no processo de aquisição de conhecimento, assume na ótica deste estudo, caráter particular, baseado principalmente em levantamentos de dados empíricos entre alunos e professores. As referencias – tanto a comunicação quanto a educação – se circunscreve a aspectos bem específicos, voltado ao uso e praticas na escola.

O ato de comunicação expressado não se restringe aos suportes e processos intencionais de uso das mídias. A comunicação em educação é um movimento entre pessoas que possuem em comum a vontade de ensinar e aprender.

De fato, há proximidade entre educação e comunicação. Essa proximidade ganha novas proporções na medida em que ambas são requisitadas no cenário atual da sociedade. No censo comum, educação e comunicação é parte integrante da solução de muitos problemas contemporâneos. A felicidade, a igualdade, o desabrochar dos indivíduos e dos grupos, figuram como exemplos.

A comunicação com finalidades educacionais transcende o uso de equipamentos e se consolida na interlocução expressa em sua necessidade.

Voz, movimentos e sinais são expressões ancestrais de comunicação no processo de aprendizagem. Sobrevivem e continuam predominantes em nosso repertorio intuitivo de expressão comunicativa. Sua importância nas relações de ensino merece maior atenção; num mundo em que comunicação e informação ganham proporções globais, seu uso na educação necessita de direcionamento próprio preparando o docente para prática da oratória. Em Passo Fundo PR, foi apresentado em fevereiro de 2009 proposta do projeto “oratória nas escolas”. A iniciativa vem ao encontro da necessidade e importância do processo comunicativo no desenvolvimento das competências. A aprendizagem passa a ser uma atividade real de caráter permanente, na qual o trajeto de mudanças tecnológicas força uma avaliação constante no processo de aprendizagem. Atualmente, assistimos uma revolução tecnológica na qual se produzem mudanças rápidas e bruscas na forma como as pessoas vivem, trabalham e se divertem. Como o ritmo do avanço tecnológico não parece que irá frear, o desafio está em aprender a adaptar-se às mudanças. Para consegui-lo, os sistemas de aprendizagem e aqueles que os manejam devem preparar as pessoas para trabalharem com as novas tecnologias, e a superar as mudanças constantes nas novas formas de trabalho, fazendo do aprendizado um processo natural e permanente. Incorporar de forma inteligente a tecnologia significa adotar uma postura positiva, proativa e interdisciplinar em relação à tecnologia e trabalhar com elas como elementos emancipatórios na nossa prática pedagógica. Podemos aprender com essas tecnologias que a aprendizagem se dá no envolvimento integral do indivíduo, isto é, "o emocional e o racional; a análise lógica e o lado do imaginário e do intuitivo; a imagem e o som; a ação, a presença, a conversa, a interação, o desafio, a exploração de possibilidades, o assumir de responsabilidades, o criar e o refletir juntos sobram a criação" (KENSKI,1996:146).

Quando idealizamos o professor no mundo globalizado, desejamos não o cibernético de ações controladas e previsíveis, mas a interação dum mestre que nos faça discípulos e não meros espectadores de programas televisivos. Professores continuam a ser preparados utilizando os recursos tecnológicos que privilegiam a escrita. Mesmo os que participam de oficinas ou cursos de atualização sobre as tecnologias eletrônicas recebem formação teórica e não são expostos a experimentar, manusear e manipular as tecnologias. A utilização do áudio visual a cada momento se torna importante como acessório contributivo nas praticas pedagógicas. Os canais educativos de TV a cabo se preparam para permitir acesso à Internet através do mesmo canal televisivo. Assim as crianças, jovens e adultos, e hoje até mesmo os idosos, estão acessando um mundo ainda maior de imagens, sons e informações que cada vez mais precisarão ser trabalhadas e sistematizadas em uma aprendizagem continua quer presencialmente, na sala de aula, quer através de orientações a distância que poderão ser emitidas por essas mesmas mídias. Os cursos a distancia já são uma realidade. Como a tecnologia eletrônica permitindo inventar realidades, é importante que professores, utilizando-se de artifícios comunicativos torne o ambiente acadêmico mais dinâmico e integrado a realidade global. Não vamos abandonar a leitura e a escrita verbal, ao contrário, vamos integrá-la à leitura e a escrita audiovisual e digital. Enquanto esta permite um ir e vir que responde aos impulsos imediatos do leitor e tem um significado instantâneo e volátil que atende à aprendizagem sensório-motora ou "perceptivo-motora", não descartamos aquela, que exige concentração, seqüência, lógica, concatenação de idéias expressas em frase, períodos e parágrafos necessárias à aprendizagem simbólica-reconstrutiva. Ambas as abordagens possibilitam a conjunção de diversos tipos de inteligência e as diferentes competências individuais de forma colaborativa e integradora. O espaço acadêmico deve contribuir para a formação do homem do futuro, pois a necessidade de ser mais rápido nas decisões; critico nos seus julgamentos, e, competência para aumentar a capacidade de adaptação às continua mudanças. A escola não deve deixar de ter como objetivo o saber, atendendo às necessidades culturais e de construção do conhecimento, mas precisa desenvolver também o saber fazer, o fazer e o refletir sobre o fazer. O conhecimento deixa de ser um corpus fixo e sedimentado para ser um corpus de novos conhecimentos, em constante transformação e móvel, presente em um ciberespaço que permite a interconectividade, a multimediação e a virtualidade para as quais a escola deve habilitar e capacitar o indivíduo (CONTU, 1998, 12:2 rt). Nesta Sociedade de Comunicação, em que somos ofuscados pela multimídia, pelos computadores e pela Internet, a aprendizagem informal, não sistematizada acontece em casa (televisão interativa, videogames, computadores), nos locais de trabalho (geralmente informatizado), nos centros comerciais e nas ruas (outdoors eletrônicos, digitalizados, quiosques interativos, sistemas automáticos). Privilegia essa forma perceptivo-motora, mas não ignora a simbólico-reconstrutiva (jornais, revistas, livros especializados ou literatura). Desta forma, tem que se ter clara a noção do que é educar para uma sociedade em transformação. MORAES (1998:6) enfatiza a necessidade de se ter espaços educacionais que permitam uma valorização do indivíduo, em consonância com uma atuação colaborativa na coletividade em que vive e, "incentivo à autonomia, à criatividade, à solidariedade, ao respeito, à iniciativa, à participação e à cooperação, condições fundamentais para que os indivíduos possam sobreviver no século XXI ". Daí, essencial se faz que uma nova postura se adote em relação à formação de professores, não só em relação à sua formação técnica, mas, sobretudo, uma formação que o capacite como agente social. Não só o professor, mas, toda a equipe pedagógica responsável pelo bom andamento e organização da instituição deve estar atenta ao desencadeamento de informações de forma a se tornarem cada vez mais objetivos, precisos, competentes e eficientes no que se propõe. Professor e aluno são protagonistas desta historia. Aquele, para conhecer seu objeto de estudo, é necessário agir sobre ele. A aprendizagem para ser efetiva deve ser provocada por alguém; é um processo como os seres adquirem novos conhecimentos, desenvolvem competências e mudam o comportamento. Enfim, aprendizagem parte do que é conhecido e da sua interação com o objeto, para a ação mental de processar informações, questionar, problematizar, solucionar adquirindo novos conhecimentos. O uso das novas tecnologias de informação e comunicação contribui na promoção da aprendizagem, mas, estes não possuem característica interativa e transformadora por si só. O professor através de sua utilização é que determinará qual função desempenhará: estimulo a criatividade, incentivador de nova forma de sociabilidade, desenvolvimento das habilidades cognitivas, estimulador da ociosidade do pensamento e intervenção no mundo. Com isso, há um novo papel e função a ser desenvolvido pela escola e por professor. A aprendizagem com uso dessas tecnologias cria uma parceria entre alunos e mestres, esta, se destacam na importância dum trabalho cooperativo, colaborativo, coletivo e lúdico. Para seu sucesso através desta pratica, algumas características se faz necessário ao professor, quais sejam:

- Ser reflexivo, isto é, não se contentar com um só caminho, usar de sinergia pensando em varias hipóteses e planejamentos que mais se identifique com a necessidade do educando.

- Mediador (orientador e provocador dos projetos), pois, ao intervir proporciona condições para que o aluno questione, construa e tire conclusões próprias.

- Um organizador, estimulador, desafiador, problematizador e monitor das construções cognitivas e afetivo entre outras habilidades e competências que as circunstancias exigir.

O aluno, em uníssono, deve reagir, agir e realizar as oportunidades para no desenvolver das habilidades cognitivas, encontrar respostas em outros contextos e testar estratégias, e, portanto, crescer num todo. Entretanto, a responsabilidade do aprender não deve se incutida como única e exclusiva do aluno, o professor deve se cercar de técnicas e metodologias que garanta a ele, a relação de comunicação ideal para a transmissão do conhecimento. O objetivo que buscamos não se encerra no contexto acima, há muitas formas de se comunicar e informar, a diferença está na utilização e manipulação de cada elemento na busca dos objetivos que se deseja alcançar. Quando falamos em informação, descrevemos as idéias deste texto, ou seja, informamos o que estamos pensando sobre o assunto titulo que ora dissertamos, e esta informação poderá ou não ser útil a quem se propuser estudá-la. Informar é um ato unilateral, que apenas envolve a pessoa que tem uma informação a dar. Comunicação é tornar algo comum. Fazer-se entender, provocar no outro reações. Quando me comunico, utilizo das informações de que sou detentor; comunicar, repassar, divulgar, constitui o entendimento do que foi informado.A verbalizar este texto, utilizarei de técnicas e todos os mecanismos possíveis para torná-lo claro e objetivo em meu ato de comunicação.por este motivo, afirmo que comunicar é um ato voluntario em que se estabelece uma conexão, um contagio, por proximidade ou influencia, um contato amistoso em ligação estreita; de forma a transmitir, difundir o conhecimento que lhe fora informado e/ou o que apreendera num dado momento de comunicação. Diferentemente do que norte americanos e europeus, de origem anglo saxônica e eslava, os povos latinos dão pouca importância na qualidade da comunicação interpessoal e profissional. Preocupados muito mais com a qualidade do que se fala e demonstra, do que com o entendimento que o outro, o ouvinte, ou o destinatário da mensagem terá. Na maioria das vezes ficam concentrados naquilo que a outra pessoa está dizendo, pensando no que irá responder. Um dos ditados mais populares demonstra isso com clareza: Para um bom entendedor, meia palavra basta. Essas distorções nesse processo de comunicação levam muitas vezes a uma concentração de energia, para justificar, ou explicar, mais uma vez, o que queríamos realmente transmitir. A preocupação em minimizar conflitos, esclarecer dúvidas, que muitas vezes não existiriam se toda essa energia estivesse direcionada no processo eficiente da comunicação. Muitas das dificuldades nos relacionamentos pessoais, problemas nas organizações, originam-se nos processos de comunicação deficientes e viciados.

Um dos maiores vícios para expressão, verbal, escrita ou outra, está em acharmos que somos bons comunicadores. Entretanto, existe uma diferença fundamental entre informação e comunicação. Outro vício, não menos importante, é nossa incapacidade de ouvir. Precisamos saber falar, escrever, demonstrar sentimentos e emoções, mas igualmente importante no processo é estarmos preparados para ouvir. Observe que muitas vezes numa conversa é fácil identificar que as pessoas estão muito mais preocupadas com a maneira que irão responder. Numa análise mais fria não estão ouvindo. Se podemos facilitar porque complicar? O custo de uma comunicação deficiente, não se revela apenas nas relações organizacionais, causam profundo mal estar e sérios conflitos pessoais. Uma das alternativas para tornar a comunicação com qualidade é entendermos como o processo de comunicação se realiza, não se trata de analisarmos cada diferente tipo de comunicação, mas, identificar e utilizar cada um deles de forma coerente, responsável, que nos integre num contexto, em especial a educação, certos de que se pode produzir conhecimento, tendo como foco a comunicação ideal ao reconhecer a forma como se relacionam e atuam nos diferentes e mais variados ambientes e situações. O significado, a compreensão e a realimentação são componentes importantes da comunicação. Cabe ao emissor verificar se o significado de sua idéia foi compreendido pelo receptor. Este por sua vez realimenta o sistema e temos a partir daí grandes possibilidades de um processo de comunicação saudável. Em outras palavras o receptor quando retorna ao emissor o que entendeu da sua mensagem está dando qualidade ao processo e iniciando o dialogo. Quando alguma coisa ocorre nesse processo, de forma que o significado do emissor é diferente da compreensão do receptor, temos o que foi denominado ruídos de comunicação. Os ruídos podem ser originados em qualquer um dos elementos do processo, emissor, canal ou receptor. Existe uma extensa literatura que apresenta exemplos de tipos de ruídos mais comuns. Dentre eles, destacam-se: a ausência do feedback (a realimentação positiva) e o medo de se comunicar. Precisamos, compreendendo melhor como funciona o processo, praticar e reconhecer como estamos nos comunicando. Livres do preconceito e prepotências culturais, reduzindo e eliminando os ruídos conhecidos pelos quais somos responsáveis. Se for para aprender um pouco mais, ao comunicar-se com alguém, preste atenção na comunicação não verbal. A comunicação não verbal assume importância relevante nas relações que mantemos com as pessoas e, em nosso caso com alunos. Observando alguns elementos de fácil percepção, poderemos identificar possíveis ruídos e eliminá-los para que o ato de comunicação se faça claro e atinja nossos objetivos. - ao observarmos os olhos do interlocutor, vamos nos ater a sua expressividade, pois, os olhos dizem se alguém está feliz, triste, interessado, exaltado, surpreso, mentindo, doente ou em uma dezena de outros estados. No ditado popular, “os olhos são o espelho da alma”, e no processo comunicativo, nada melhor do que conhecer e reconhecer com quem estamos nos comunicando. É claro que vão existir outros fatores que poderão contribuir neste momento de comunicação, a saber, descrevemos alguns com o intuito de informação.

- Rosto – A boca pode parecer mal humorada, fazer careta, beicinho, sorrir ou expressar imponência. Rosto vermelho, corado, pode revelar desconforto, embaraço ou falta de energia física. Uma sobrancelha levantada é capaz de calar uma criança que grita.

- Corpo – Nossa sociedade tira conclusões (e nem sempre bem fundamentadas) sobre as pessoas, segundo sejam altas, baixas, gordas ou magras. Isto sem falar do posicionamento racial e social.

- Postura – Inclinada, ajoelhada, com os ombros caídos numa postura curvada ou de pé e ereto – todas essas posturas criam imagens diferentes na mente dos outros. Experimente contar algo muito alegre, uma piada, por exemplo, curvado para frente, como se estivesse olhando para os pés.A postura pode identificar o conhecimento de fato ou o fato do conhecimento não ser.

- Cabelos – Algumas pessoas fazem julgamento de outras com base na cor dos cabelos (toda loira é burra , por exemplo) ou no fato de ele ser natural ou não. A quantidade de cabelos que restam na cabeça de um homem pode ser significativa para certas pessoas, assim como a existência de bigode ou barba – e como ele cuida de um ou de outro. O corte de cabelos é, muitas vezes, um indicador de valores, crenças religiosas, ou status sócio-econômico da pessoa.

- Gestos – Os movimentos de mão reforçam ou contradizem o que é dito, e até podem servir como substitutos das palavras. Todo cuidado é pouco.

- Roupas – Livros inteiros têm sido escritos sobre como as roupas “falam”, em especial nos ambientes profissionais.

- Voz - As mensagens vocais incluem tom, altura, ênfase, inflexão, ritmo, volume, vocabulário, pronúncia, dialeto e fluência. Estudos demonstraram que esses fatores são cinco vezes mais potentes do que as próprias palavras externadas.

- Toque – Apesar dos tabus que se desenvolveram nos últimos tempos em relação ao toque nos locais de trabalho. Algumas organizações estão ensinando seus profissionais a usar o toque para melhorar a comunicação com os clientes. A mensagem de toque mais importante é o aperto de mão - por acaso não lhe diz um bocado sobre a outra pessoa?

- Comportamento – “As palavras mostram a inteligência de um homem, mas as ações seu pensamento”- Eclesiastes. As pessoas observam constantemente seu comportamento para descobrir o que há de verdade por trás de suas palavras.

- Espaço Pessoal – Corresponde à distância que mantém entre você e os outros, quando fala com eles. Às vezes, uma pessoa invade o que a outra estabeleceu como seu espaço pessoal. Essa distância varia de cultura para cultura, de região para região. Dois árabes ficam mais próximos um do outro em uma conversa do que dois alemães. O espaço revela seus conceitos e aceitações sociais.

- Tempo – O que seu uso do tempo diz aos outros? Você faz as pessoas esperarem e chega atrasado a reuniões? Seu atraso é pressuposto de condição social? Você deixa de cumprir os prazos finais combinados? De que forma seu tempo é partilhado com os outros?

As questões ora apresentadas podem parecer empírica, porém, constitui motivo de comprovados estudos por pesquisadores de todo o mundo. A aprendizagem demanda por parte do professor o uso de técnicas que a faz perene para o educando;

“Existem, portanto, dois estádios completamente distintos da aprendizagem: o primeiro é a aprendizagem do investigador, do descobridor, o outro, é o saber de cor, -fora com ele, expulsêmolo para o subconsciente! (…/…) Existe uma enorme diferença entre a aprendizagem através do ensaio e do erro, que é sempre uma aventura, e a aprendizagem através da repetição, que nunca conduz a nada de novo, mas que apenas faz “esquecer” o aprendido, ou seja, que o impele para o subconsciente.”

Karl Popper

in O Futuro está em Aberto

O que desejamos construir/transmitir como conhecimento as futuras gerações de docentes estará com certeza diretamente ligada à capacidade de comunicação que estabelecermos na transmissão do aprendizado. O uso das técnicas de comunicação de forma sistêmica fará com que o desenvolvimento das habilidades e competências do futuro docente transforme as próximas gerações, e, com certeza, estaremos construindo o educador do futuro.

Competência e habilidade, o que é, e como desenvolver. Compete a nós; educadores de hoje, formar o futuro com competência e habilidade na construção e condução do conhecimento. Para que isto seja uma realidade devemos nos letrar no mundo virtual, nos interar e interagir com as tecnologias da comunicação no ambiente escolar. Segundo o MEC, mais de 50% dos professores não tem acesso a computadores. É como se professores e alunos falassem línguas diferentes. A formação do docente deve-se prever no currículo a informática, habilitando o docente no uso pedagógico dos recursos tecnológicos da informação. Informação leva à educação. Cidadania pressupõe educação, e esta, se constrói com comunicação, tecnologia, compromisso e qualidade. Não há nada de novo nisso. Assim, o que desejamos, é ressaltar aspectos relevantes da interação comunicativa entre mestres e alunos, bem como o uso das tecnologias da informação nas praticas pedagógica. Problematizar estas questões é alertar a classe docente e discente quanto ao comportamento que se deve adotar perante nosso próprio objetivo independente desta ou daquela corrente filosófica, educar ainda é o que norteia nossos passos em direção as realizações pessoais que nutrimos. O respeito que tanto esperamos das instituições, pais e alunos, é e será sempre o fruto do trabalho sério e honrado que ao longo das décadas vem sendo desenvolvido por individualidades e/ou coletividades com o intuito de tornar a educação o mais valioso patrimônio de um povo. A opção por uma ou outra tecnologia é sempre pessoal, porém, deve ser direcionada para o melhor efeito que se deseja ter na educação. O uso das tecnologias por parte dos jovens tem uma finalidade própria ao termo deles. A comunicação que travam nesses meios caracteriza o imediatismo que nutrem nas relações que detêm e das informações que buscam. Fazer tudo ao mesmo tempo e desejar respostas imediatas é característica intrínseca desse imediatismo. O que deve nos alertar é que o mundo real não responderá a eles com a agilidade que desejam. A nós, compete mostrar que tudo é semente até se tornar flor e fruto, e que não se pode esperar que o fruto amadureça sem antes, ao menos, tenha germinado a flor. É um grande desafio para todos,e um imenso jardim a ser cultivado.

Roberto Ramón
Enviado por Roberto Ramón em 19/07/2009
Reeditado em 21/07/2009
Código do texto: T1708147
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