Cabo Verde também é uma nação signatária da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) e pela ordem alfabética, depois de Angola, excetuando-se o Brasil, é a segunda nação que abordo nesta série “Aqui se fala português”.
 
Nunca é demais frisar que o objetivo desta série não é a discussão da unificação da língua portuguesa; o objetivo é mostrar aos brasileiros que no além mar também há nações incríveis em que podemos encontrar pessoas falando o mesmo idioma que nós, portanto, nas relações internacionais é muito mais fácil a comunicação.
 
Cabo Verde é uma ilha africana, uma nação soberana que se originou depois da formação de um arquipélago de dez ilhas vulcânicas. Está no Oceano Atlântico a 635 km de Dakar no Senegal e também se consideram vizinhos a Gâmbia, Mauritânia e Guiné-Bissau, esta última nação também fala língua portuguesa. Ainda há uma curiosidade; o nome Cabo Verde vem de outra faixa de terra que não está ligada diretamente ao país, a faixa de Cabo Verde está mais próxima do Senegal!
 
Descoberta por Diogo Gomes a serviço da Coroa Portuguesa, foi colônia lusitana desde o século XV e teve sua independência reconhecida somente em 1975. Cabo Verde teve muita importância no tráfico de escravos africanos quando sediava um forte entreposto ultramarino que servia de base para as partidas para o restante do mundo; no conceito da exploração humana através dos escravos a cidade de Ribeira Grande, na Ilha de Santiago, foi um dos grandes destaques da época.
 
Diretamente ligado ao Brasil, Cabo Verde fica na rota marítima entre a Europa e a América do Sul e foi largamente usada nas transações da exploração lusitana até o século IX, quando o Brasil rompeu laços diretos por meio de sua independência, mas esta nação jamais deixou de ser importante para o Brasil.
 
Cabo Verde é uma república democrática parlamentarista, com regime de vários partidos. O governo é baseado na constituição de 1980, que institui o regime de partido único, revista em 1990 para introduzir o multipartidarismo e em 1992 para ajustá-la na totalidade com os valores da democracia multipartidária. As eleições são presidenciais (para eleger o Presidente da República) e legislativas (para eleger os deputados nacionais), que são eleitos para mandatos de cinco anos. O presidente do partido com maioria na Assembléia Nacional (Parlamento) é empossado como Primeiro-Ministro. Apesar de ainda não haver ocorrido, há a possibilidade de o Presidente da República ser de um partido e o Primeiro-Ministro de outro.
 
O Presidente da República, a Assembléia Nacional e o Conselho Superior da Magistratura Judiciária (esses também eleitos pela Assembléia Nacional) participam na eleição dos membros do Supremo Tribunal da Justiça, formando desta maneira a Corte Suprema cabo-verdiana.
 
Quem já não ouviu falar na Ilha do Sal? Ou ainda na Ilha de São Nicolau? Ilha do Fogo? Ou ainda na Ilha de São Vicente? Quem culturalmente atualizado não já se deliciou com as músicas de Cesária Évora? Todos estes nomes próprios pertencem ao arquipélago de Cabo Verde de clima semi-árido de temperatura moderada, que jamais passam dos 30 graus e nunca menos de 20, que recebe influência direta do Deserto do Saara. Por falar em deserto, em Cabo Verde também tem um, o de Viana, na Ilha da Boa Vista.
 
Os cabo-verdianos vivem basicamente da fraca agricultura e das riquezas marinhas, mas um dos setores que mais despontaram para a angariação econômica de lá tem sido o turismo. As belezas naturais de Cabo Verde têm atraído cada vez mais pessoas a visitar o arquipélago e isso tem influenciado diretamente na diversificação cultural e na expansão econômica interna.
 
Da mesma forma que no Líbano e em tantos outros países onde o êxodo quase encerrou a história local, existem mais cabo-verdianos fora de lá do que propriamente nas ilhas; a população atual está em torno de 500 mil habitantes, com taxa de crescimento na casa de 1,9% ao ano, considerada muito baixa para a média mundial.
 
Há uma manifestação cultural, o Carnaval de Mindelo, conhecido mundialmente por sua musicalidade, que trás uma lembrança eterna do Brasil; dentro da festa há um ato que eles chamam de BRAZILIM, ou pequeno Brasil. Como se era de esperar, 90% da população é católica apostólica romana e os outros 10% são cristãos oriundos de outras denominações protestantes.
 
Muito embora se fale crioulo e até francês, por influência do Senegal, a língua portuguesa é oficial e a falada nas escolas e organismos públicos; o sotaque aplicado é ainda mais forte do quem em Portugal, mas com um pouco de paciência e boa dose de criatividade, nós brasileiros conseguimos falar e entender perfeitamente.
 
Poucas pessoas sabem, ou lembram, mas a capital de Cabo Verde é Praia, que fica na Ilha de Santiago; Praia tem menos de 150 mil habitantes e é seguida por Mindelo com cerca de 70 mil habitantes. As duas juntas concentram boa parte da importância de Cabo Verde, alem de serem as mais visitadas.
 
Pensando no futuro o Governo reformou o aeroporto internacional da Cidade da Praia e investiu pesado em boas estradas asfaltadas, melhorando o conforto interno e a rápida locomoção dos turistas para as outras ilhas. Um vídeo institucional do Governo, que foi postado no You Tube intitulado “Cabo Verde – Uma aposta no futuro” revela Cabo Verde como sempre todos os apaixonados, como eu sonharam; linda, bela e carinhosa.
 
Quem quiser saber mais sobre Cabo Verde pode acessar a página oficial do Governo:
http://www.governo.cv que não dispõe de informações sobre o turismo, mas o Irregular.com.br adianta que nossa única opção para visitar Cabo Verde com certa facilidade é através da TAP (Transporte Aéreo Português) e uma passagem partindo de Belo Horizonte, ida e volta, fica em torno de R$ 2.700,00 com conexão em Lisboa, na baixa estação.
 
Para visitar Cabo Verde é exigido visto de turismo e é cobrado o valor de U$ 59,16 (
www.embcv.org.br); caso haja interesse em visitá-los, pesquise antes com seu agente de viagem para ter mais informações de onde ficar, onde comer e onde visitar. Apesar de ricas em várias informações, as páginas virtuais do Governo e da Embaixada limitam-se a dados burocráticos e não dão estas dicas.
 
Até nosso próximo encontroem Agosto na Guiné-Bissau, que também fala português!
 
 
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
www.irregular.com.br
 

CHaMP Brasil
Enviado por CHaMP Brasil em 19/07/2009
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