OS MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS – NONO MANDAMENTO.
“Não desejarás a mulher do próximo.” (Ex 20,17)
A vida humana está envolta no mistério criador de Deus, de forma que debaixo e acima do céu tudo é dom de Deus, exceto o mal que é uma escolha pessoal das criaturas. Também o desejo é um dom de Deus à humana criatura, criada com o intuito da eternidade. Ora, Deus nunca dá um dom para a condenação de suas criaturas, mas o dá para a sua salvação, para que utilizando-o por amor a Ele, vivam a felicidade para a qual foram criadas, cumprindo assim o propósito divino da vida em plenitude.
O nono mandamento proíbe a “concupiscência” carnal, isto é, o desejo desordenado do instinto sexual do homem e da mulher. Jesus, referindo-se a este mandamento, disse: “Ouviste o que foi dito aos antigos: ‘Não cometerás adultério.’ Eu, porém vos digo: todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração. Se teu olho direito é para ti causa de queda, arranca-o e lança-o longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu corpo todo seja lançado na geena (inferno)” (Mt 5,27-29).
Quando o Senhor se refere “adulterar com ela no seu coração”, Ele sabia muito bem do que estava falando. Vejamos o que diz o Livro dos Provérbios a esse respeito: “Guarda teu coração acima de todas as outras coisas, porque dele brotam todas as fontes da vida” (Pr 4,23). O comentário bíblico desse versículo reza o seguinte: “O coração é, na Bíblia, considerado como sede da inteligência, dos desejos, dos pensamentos, da vontade, da consciência”.
Na verdade, o coração é a sede da nossa personalidade moral, pois, também o Senhor, em Mateus, se refere a ele: “É do coração que procedem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as impurezas, os furtos, os falsos testemunhos, as calúnias. Eis o que mancha o homem” (Mt 15,19-20ª). Logo, a “luta contra a concupiscência (desejo desordenado) da carne passa pela purificação do coração e a prática da temperança”, que é o equilíbrio dos desejos: “Conserva-te na simplicidade, na inocência, e serás como as criaturinhas que ignoram o mal destruidor da vida dos homens” (Catecismo da Igreja Católica 2,1).
Caríssimos irmão e irmãs, na sexta bem-aventurança do Evangelho segundo Mateus, Jesus diz: “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus”. Ser “puro de coração” aqui significa o desejo de santidade cultivado em nossa alma para que nossa “semelhança” com Deus se faça plena por sua graça em nós. Aliás, falando a esse respeito São Paulo escreve: “Para os puros todas as coisas são puras (isto é, sem malícia). Para os corruptos e descrentes nada é puro: até a sua mente e consciência são corrompidos. Proclamam que conhecem a Deus, mas na prática o renegam, detestáveis que são, rebeldes e incapazes de qualquer boa obra” (Tt 1,15-16).
Queridos irmãos e irmãs, Deus nos fez templos do Espírito Santo mediante o batismo, para que honrando nossos corpos os tenhamos ressurretos e glorificados no seu reino de amor. Não viver essa dimensão da fé é perder-se confusos no labirinto da concupiscência carnal, com os desejos impuros levando à destruição daquilo que há de mais sagrado em nós, a dignidade de filhos e filhas de Deus.
Portanto, que saibamos, pelo Espírito Santo, amar-nos uns aos outros e não desejarmos possuir uns aos outros por mera insensatez dos instintos carnais; pois se quisermos ver a Deus, precisamos da graça de seu amor e da perseverança na pureza do coração para vermos o que realmente Deus quer que sejamos: lugares sagrados de sua santa habitação: “Sereis o meu povo e eu serei o vosso Deus” (Ez 37,27).
Paz e Bem!
“Não desejarás a mulher do próximo.” (Ex 20,17)
A vida humana está envolta no mistério criador de Deus, de forma que debaixo e acima do céu tudo é dom de Deus, exceto o mal que é uma escolha pessoal das criaturas. Também o desejo é um dom de Deus à humana criatura, criada com o intuito da eternidade. Ora, Deus nunca dá um dom para a condenação de suas criaturas, mas o dá para a sua salvação, para que utilizando-o por amor a Ele, vivam a felicidade para a qual foram criadas, cumprindo assim o propósito divino da vida em plenitude.
O nono mandamento proíbe a “concupiscência” carnal, isto é, o desejo desordenado do instinto sexual do homem e da mulher. Jesus, referindo-se a este mandamento, disse: “Ouviste o que foi dito aos antigos: ‘Não cometerás adultério.’ Eu, porém vos digo: todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração. Se teu olho direito é para ti causa de queda, arranca-o e lança-o longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu corpo todo seja lançado na geena (inferno)” (Mt 5,27-29).
Quando o Senhor se refere “adulterar com ela no seu coração”, Ele sabia muito bem do que estava falando. Vejamos o que diz o Livro dos Provérbios a esse respeito: “Guarda teu coração acima de todas as outras coisas, porque dele brotam todas as fontes da vida” (Pr 4,23). O comentário bíblico desse versículo reza o seguinte: “O coração é, na Bíblia, considerado como sede da inteligência, dos desejos, dos pensamentos, da vontade, da consciência”.
Na verdade, o coração é a sede da nossa personalidade moral, pois, também o Senhor, em Mateus, se refere a ele: “É do coração que procedem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as impurezas, os furtos, os falsos testemunhos, as calúnias. Eis o que mancha o homem” (Mt 15,19-20ª). Logo, a “luta contra a concupiscência (desejo desordenado) da carne passa pela purificação do coração e a prática da temperança”, que é o equilíbrio dos desejos: “Conserva-te na simplicidade, na inocência, e serás como as criaturinhas que ignoram o mal destruidor da vida dos homens” (Catecismo da Igreja Católica 2,1).
Caríssimos irmão e irmãs, na sexta bem-aventurança do Evangelho segundo Mateus, Jesus diz: “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus”. Ser “puro de coração” aqui significa o desejo de santidade cultivado em nossa alma para que nossa “semelhança” com Deus se faça plena por sua graça em nós. Aliás, falando a esse respeito São Paulo escreve: “Para os puros todas as coisas são puras (isto é, sem malícia). Para os corruptos e descrentes nada é puro: até a sua mente e consciência são corrompidos. Proclamam que conhecem a Deus, mas na prática o renegam, detestáveis que são, rebeldes e incapazes de qualquer boa obra” (Tt 1,15-16).
Queridos irmãos e irmãs, Deus nos fez templos do Espírito Santo mediante o batismo, para que honrando nossos corpos os tenhamos ressurretos e glorificados no seu reino de amor. Não viver essa dimensão da fé é perder-se confusos no labirinto da concupiscência carnal, com os desejos impuros levando à destruição daquilo que há de mais sagrado em nós, a dignidade de filhos e filhas de Deus.
Portanto, que saibamos, pelo Espírito Santo, amar-nos uns aos outros e não desejarmos possuir uns aos outros por mera insensatez dos instintos carnais; pois se quisermos ver a Deus, precisamos da graça de seu amor e da perseverança na pureza do coração para vermos o que realmente Deus quer que sejamos: lugares sagrados de sua santa habitação: “Sereis o meu povo e eu serei o vosso Deus” (Ez 37,27).
Paz e Bem!