A Intuição

A Intuição

Antônio Paiva Rodrigues*

“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine”. “Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, eu nada serei. A fé sem obras é morta”.

A faculdade intuitiva existe, em cada um de nós, em estado latente. A Intuição é como disse antes uma faculdade estranha que nos permite a revelação direta de fatos; não há necessidade, por esse conhecimento, de apelar para as faculdades habituais de nosso espírito; a noção salta por si mesma, sem que a pessoa intuitiva utilize a razão.

Pode-se também afirmar que: a intuição não é, pois, as mais das vezes, senão uma das formas empregadas pelos habitantes do mundo invisível para nos transmitirem seus avisos, suas instruções. Outras vezes será a revelação da consciência profunda à consciência normal. No primeiro caso pode ser considerada como inspiração.

Pela mediunidade o Espírito infunde suas idéias no entendimento do transmissor. Este fornecerá a expressão, a forma, à linguagem e, na capacidade de seu desenvolvimento cerebral, O Espírito achará meio, mais ou menos seguros, e abundantes, para comunicar seu pensamento com todo o desenvolvimento e relevo.

É mais eficiente e imprescindível qualidade instrumental do educador Espírita. Existe em cada um de nós em estado latente, mas entre alguns seres particularmente dotados, ela toma uma extensão prodigiosa. As idéias vêm diretamente ao pensamento, sem nenhuma pesquisa preliminar; elas sobrevêm de maneira imprevista, sem que o receptivo tenha a menor consciência do mecanismo do fenômeno. Mas essas intuições não são necessariamente fortuitas.

É possível, em certas condições obtê-las à vontade. Se alguém se acredita pouco favorecido a esse respeito, pode esperar, um dia ou outro, obter algumas manifestações intuitivas que se renovarão tanto melhor, quanto se colocar condições psíquicas favorecidos à sua eclosão. Antes de tudo, é preciso estabelecer a calma em si mesmo. Todos os desejos, paixões, impulsos e arrebatamentos devem ser submetidos ao domínio perfeito da razão. É no repouso do pensamento, que a calma dos sentidos deve proceder, que as grandes vozes se fazem ouvir.

Uma calma soberana deve reinar na nossa pessoa física e devemos obter também a calma absoluta do nosso campo mental e de nosso domínio emocional. Nenhuma vibração violenta e inesperada deve perturbar a nossa ligação com a Divindade; nada de nossa pessoa deve escapar a essa calma necessária. Pode ser instrumento de prospecção do fundo anímico do educando, das camadas sedimentares de perfeições e imperfeições acumuladas nas existências anteriores.

Se fossemos explorar a fundo a intuição, levariam o dia todo, e o resultado não seria uma simples matéria, mas uma importante enciclopédia. As pessoas nervosas, sensitivas e impressionáveis, têm um trabalho mental extremamente rápido e este trabalho nem sempre está colocado sob o controle do consciente. As imagens passam no seu cérebro como em um impulso cinematográfico, falam com precipitação, como se as idéias desordenassem as palavras.

É com pressa proporcional que as impressões se registram. Os sensitivos guardam no seu inconsciente, uma interminável multidão de pensamentos e imagens de que não tem nenhuma lembrança ou apenas uma lembrança de tal modo vaga que nem mais pensam nela ou supõem havê-las esquecido.

São assuntos vastos, importantes, que requerem conhecimentos mais aprofundados, não só pela ótica simples, visto que ela é à base de todas as percepções espirituais. É um disco milagroso da consciência, funcionará livremente, retransmitindo-lhes as sugestões, Sistema inicial de intercambio, facilitando a comunhão das criaturas, mesmo a distancia, para transfundi-las no trabalho sutil da telementação (uso de informações obtidas através da virtualidade, os computadores), nesse e naquele domínio de sentimento e da idéia.

A intuição pode ser natural, pode ser inato a todos os seres humanos, a que podemos chamar “a intuição natural” do futuro excelso que nos foi posto e nos chamam a todos, o famoso Platão explicou-o pela preexistência. “Antes de virmos a esta vida, já tivemos outras, e no tempo intermediário, que passamos no mundo dos Espíritos, adquirimos o conhecimento das grandezas a que somos destinados; donde essa reminiscência, a que chamamos intuição de um futuro, que mal entrevemos envoltos no véu da carne”. E ainda existem pessoas inescrupulosas, que se dizem estudiosas da história universal afirmando peremptoriamente, que Platão era simplesmente um ateu e conseqüentemente adepto do Ateísmo. “Viverá aquele que, por meio da fé, é aceito por Deus.” Paulo, (Romanos, 1:17). Esta é uma certeza de todo aquele que acredita na palavra de Deus: ele sabe tudo sobre a minha vida. Conhece os mais íntimos de meus pensamentos. Conhece-me melhor do que eu próprio me conheço. Não devemos, por isso, comportar-nos como o salmista que, ao sentir esta presença marcante e definitiva em sua vida, pensa em fugir.

Mas para onde? Indaga-se. E reconhece deus em todas as partes. Uma presença da qual ele não consegue escapar. Nenhum outro Salmo examina tão maravilhosa e extraordinariamente o homem e as raízes de criação como este. Nele você enxerga o poder Que Deus tem em sua vida. Um poder absoluto e divino, que prevê tudo o que acontecerá a cada passo a ser dado, em qualquer direção, pois tudo sabe e tudo vê. Que têm total controle por todas as atividades existentes no Universo. No entanto é um poder sábio, pois concede ao (ser humano oportunidade do livre-arbítrio) não permitindo privilégios. Concedendo, entretanto, que a sua justiça prevaleça, e que cada um de nós receba de acordo com as nossas obras.

* Coronel da PM e Estudante de Jornalismo

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 03/06/2006
Código do texto: T168874
Classificação de conteúdo: seguro