Da natureza da aceitação
Vc já parou pra pensar em como os porcos-espinhos fazem para se amar....?
... isso me faz pensar em como a natureza seria hoje caso Deus houvesse dado à ela a mesma consciência e o mesmo poder de decisão que Ele concedeu a nós, seres humanos.
Já imaginou como seria?
A água logo iria cansar de ser água. O pássaro iria querer correr como a pantera. E a pantera iria querer voar como o pássaro.... A pedra com certeza iria querer poder ser capaz de movimentar-se um pouco e não ficar dependendo de outras forças para mudar de posição. E com certeza os peixes iriam querer poder viver fora da água um pouco e sentir o calor do sol.... E tudo seria diferente.
No céu haveria elefantes, zebras e ursos voando...
No mar haveria girafas, cangurus e leões nadando...
E na terra não haveria nem mesmo uma flor, pois com certeza tudo seria diferente e as árvores com certeza iriam se aglomerar nas sombras... e as estrelas iriam brigar por um espaço na luz do dia.
Assim penso em quanto importante é a habilidade de aceitar.
Quando não sabemos dançar e tentamos pela primeira vez com certeza passamos a maior parte do tempo pisando no pé da outra pessoa... Mas já imaginou como seria se a cada hora que pisássemos no pé do nosso parceiro nós parássemos a dança para implorar de joelhos pelo perdão de um eventual desconforto? E sem aceitar, e sem se desculpar, vivendo naquele erro, ... acabaríamos então por perder o momento. Da mesma forma se o nosso parceiro ficasse a lamentar ter sido pisado por alguém, o tempo todo, por mais que nos concentrássemos na dança, ela não iria acontecer....
E precisamos lembrar que esse é o grande objetivo da vida. Dançar. Com erros e tropeços, mas dançar. Pisando e sendo pisado, mas dançar. Até que a música acabe. E quando o grande maestro decidir interromper a música nós lembraremos que mesmo com todas as pisoteadas, valeu a pena.
E dessa forma penso em como fariam os porcos-espinhos para se amar se a fêmea ficasse o tempo todo reclamando das alfinetadas do seu parceiro...
E assim penso em quanto sabia é a pedra que aceita com coragem e quietamente a sua posição diante de toda a “aparente” violência do seu ambiente...
A pedra que se deixa ser levada e envolvida pela água...sem resistir.... que se deixa ser lapidada pelo vento e que aguarda calmamente que o tempo a transforme ....
...já pensou como seria se fossemos tão sábios como a pedra?