Televisão:parceira ou adversária?
Gostaria de abordar um problema que muito me aflige e a tantos outros pais que se preocupam em formar pessoas dignas para colaborarem,num futuro próximo, com a nossa sociedade.É preocupante observar a qualidade de certos programas exibidos na televisão, bem como a quantidade de más influências despejadas, ao longo do dia , sobre as nossas crianças e adolescentes.
Pessoas que ainda se encontram em plena formação, modelando suas personalidades, recebem uma grande carga de informações negativas, ao se colocarem constantemente em contato com cenas tão degradantes. E o mais impressionante é perceber que algumas cenas que chocam pessoas adultas são vistas com naturalidade por crianças e adolescentes, como se a violência já fizesse parte de suas vidas.
Certamente, os defensores da televisão vão rebater as minhas críticas , alegando que cabe aos pais selecionar os programas que seus filhos podem ou não assistir, bem como os horários de exibição. Eu até concordaria com tal argumento, não fosse o fato de uma mesma novela exibida às 21 horas, ser reprisada no horário de 14:30, ao qual todos têm acesso.
Não condeno totalmente a televisão. Admito que existem alguns programas que realmente vale a pena serem assistidos. O que não me conformo é que a maioria siga a linha da violência e da liberação sexual em demasia (influência negativa para os nossos adolescentes).
Muitos argumentam que a TV só mostra a “realidade da vida”. Agora pergunto: Será que a vida se resume apenas a coisas negativas: homicídios, seqüestros, traições e falcatruas? Cadê a realidade bonita da vida? Cadê as pessoas que fazem o bem apesar de tudo? Onde estão os projetos maravilhosos e os trabalhos voluntários que são realizados para melhorar a vida de tantas pessoas?
Alguns desses projetos são exibidos num programa de meia hora de duração, no sábado e em um horário no qual a maioria dos jovens está dormindo.
Fica difícil educar nossos jovens quando o tempo que passamos com eles é tão pouco em relação ao tempo que passam em frente à televisão.E... aquela que poderia ser a nossa maior colaboradora passa a ser nossa “adversária”. Será que a única solução seria deixar de tê-la em casa ou valeria melhorar a qualidade do que ela vem oferecendo a todos nós?
Artigo publicado no Jornal A Tarde em 08/06/2003 na coluna” Revista da Tv”