CIDADÃO COMUM

UM CIDADÃO COMUM

Eu sou, sim, um cidadão comum. E me orgulho muito disso. Sou um cidadão comum como milhões de brasileiros, trabalhadores, estudantes, donas de casa, que paga os seus impostos em dia e também os salários dos ditos cidadãos incomuns. Eu faço parte, mesmo, do povão, desse povão que sofre com os problemas do desemprego, da saúde pública, da educação, da falta de moradias, do transporte público caótico, conseqüência dos desmandos deste país, da safadeza e sem-vergonhice dos políticos corruptos, desses mesmos políticos que o presidente Lula define como pessoas incomuns, que se utilizam dos cargos eletivos apenas para obter vantagens pessoais, para formar patrimônios milionários, adquirir castelos cinematográficos; que se locupletam no poder e que fazem do poder uma extensão das suas famílias ou dos quintais das suas casas, enfim, sem o menor escrúpulo metem a mão nos cofres públicos, roubam e vilipendiam o povo brasileiro para enriquecimento pessoal ou do seu clã. São esses os cidadãos incomuns: que quando se juntam para julgar o seu colega por atos ilícitos e vergonhosos, não têm a coragem de votar pela cassação do seu mandato, porque eles próprios não têm moral alguma para fazê-lo, e se assim procederem sabem que estão sujeitos a ter o mesmo destino. Algo como uma versão atual de Ali Babá e os quarenta ladrões ... só que com muito mais ladrões.

Então, graças a Deus eu sou um cidadão comum. E entenda-se como cidadão comum a pessoa de bem, honesta, íntegra, trabalhadora, que com muito sacrifício consegue honrar as suas dívidas e enfrentar as dificuldades do dia-a-dia. Cidadão comum é o brasileiro que promove o crescimento do País. Cidadão comum é o verdadeiro herói do Brasil. E, principalmente, cidadão comum não se beneficia de passagens aéreas com o dinheiro público, nem os seus parentes, seus amigos ou suas namoradas; não recebe salários milionários, verbas indenizatórias, de gabinete, de paletó e auxílio moradia. Cidadão comum não pratica o nepotismo, seja direta ou indiretamente e nem utiliza funcionários públicos em atividades de interesse particular.

Enfim, cidadão comum não é um canalha e muito menos um ladrão. E isso, com certeza, não é nenhum mérito, mas sim, obrigação moral e cívica de todos os homens e mulheres deste nosso querido Brasil.

Washington Berto

Washington Berto
Enviado por Washington Berto em 01/07/2009
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