OS MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS – O SÉTIMO MANDAMENTO.
 
“Não roubarás.” (Ex 20,15 / Dt 5,19)
 
“O sétimo mandamento prescreve a prática da justiça e da caridade na administração dos bens terrenos e dos frutos do trabalho dos homens” (Código do Direito Canônico).
 
 Vivemos num mundo cercado de desmandos nesta área, uma vez que os seres humanos não levam em conta os valores eternos, que são as virtudes que o Espírito Santo nos concede, mas, sim, os valores materiais, fazendo destes trampolim para subirem na vida presente em detrimento da miséria de milhões; assim alguns poucos acumulam demais e a grande maioria vive uma vida subumana.
 
Os poderosos deste mundo acumulam riquezas, perseguem,oprimem e matam os mais fracos a fim de se manterem no poder temporal e acumularem ainda mais os bens deste mundo, de forma que os pobres são cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos.
 
O Senhor, porém, nos diz: “De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier perder a sua vida?” (Mc 8,36). E ainda: “Sabeis que os que são considerados chefes das nações dominam sobre elas e os seus intendentes exercem poder sobre elas. Entre vós, porém, não será assim; mas todo o que quiser tornar-se grande entre vós, seja o vosso servo; e todo que entre vós quiser ser o primeiro, seja escravo de todos. Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em redenção de muitos.” (M 10,40-42).
 
Escrevendo também a este respeito, São Paulo diz o seguinte: “Acaso não sabeis que os injustos não hão de possuir o reino de Deus? Não vos enganeis: ... nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes hão de possuir o reino de Deus. Aqueles que ambicionam tornar-se ricos caem nas armadilhas do demônio e em muitos desejos insensatos e nocivos, que precipitam os homens no abismo da ruína e da perdição. Porque a raiz de todos s males é o amor ao dinheiro. Acossados pela cobiça alguns se desviam d fé e se enredam em muitas aflições.” (Cf. 1 Cor 6,9a-10; 1 Tm 6,9-10).
 
“O sétimo mandamento proíbe ainda os atos ou empreendimentos que, por qualquer razão quer seja egoísta ou ideológica, mercantil ou totalitária, levam a escravizar os serem humanos, a desconhecer sua dignidade pessoal, a comprá-los e vende-los e a trocá-los como mercadorias. É um pecado grave contra a dignidade das pessoas e contra os seus direitos fundamentais reduzi-las a um valor de uso ou a uma fonte de lucro” (Código de Direito Canônico).
 
Por isso, é preciso afirmar que o amor ao ser humano é incompatível com o amor imoderado das riquezas ou o uso egoísta delas. Escrevendo sobre isto São Tiago diz o seguinte: “Vós, ricos, chorai e gemei por causa das desgraças que sobre vós virão. Vossas riquezas apodreceram e vossas roupas foram comidas pelas traças. Vosso ouro e vossa prata enferrujaram-se e a sua ferrugem dará testemunho contra vós e devorará as vossas carnes como fogo. Entesourastes nos últimos dias! Eis que o salário, que defraudastes aos trabalhadores que ceifavam os vossos campos, clama, e seus gritos de ceifadores chegaram aos ouvidos do Senhor dos exércitos. Tendes vivido em delícias e dissolução sobre a terra, e saciastes os vossos corações para o dia da matança! Condenastes e matastes o justo e ele não vos resistiu.” (Tg 5,1-5).
 
Portanto, “Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o reino de Deus!” (Mt 5,3). “Mas ai de vós, ricos porque tendes a vossa consolação!” (Lc 6,24). “Pois não permanecerá o homem que vive em opulência, ele é semelhante ao gado gordo que se abate.” (Sl 48, 13).
 
Que aprendam isto os “políticos”, os que acumulam às custas da miséria alheia, os difamadores e avarentos e todos os que amam este mundo e os seus desejos desordenados. “Não roubarás”, diz o Senhor! Amém.
 
Paz e Bem!