Conceitos sobre vendas

Estou com mais de 45 anos de experiência em vendas, inicialmente participando diretamente, dirigindo e vendendo e há 13 anos no acompanhamento. Analisando esta vivência podemos observar que o bom vendedor deve respirar venda até pelos poros do seu corpo. Gostar do que está fazendo. Com o desenvolver do conhecimento e aprendizado que adquire vai galgando a prosperidade, inerente à sua produção. Inclinação para venda é algo mais nato da pessoa. Vender é profissionalismo é arte.

Para desempenhar a arte de vendas, em regra geral, o artista vendedor deve estar bem preparado, emocional e espiritualmente. Não estar simplesmente representando a sua arte, e sim, vivenciando, principalmente fazendo o que gosta. Deverá estar sempre de bem com a vida e harmonizado familiarmente para um bom rendimento.

O campo de vendas é infinito, não tem fronteiras. Nele podemos, como diz a gíria, deitar e rolar no aguçamento da nossa criatividade e capacidade para vender mais e cada vez mais.

Vender bem e progredir cria mitos onde podemos citar exemplo de grandes vendedores como o camelô Silvio Santos, dono do canal de televisão SBT. Ele começou sua vida vendendo canetas na praça e hoje, com mais de 70 anos, está ainda atuante demonstrando intenso vigor dentre outros ídolos nacionais ou mundiais.

Ele é como aqueles grandes empresários que começaram suas vidas na arte de vendas com o espírito de servir, acreditando no que está fazendo e dentre eles alguns foram até engraxates quando crianças.

Em Frutal/MG não é diferente, onde temos exemplos de empresários com histórico quase semelhante ao camelô, se tornaram respeitados. Dentre eles citamos José Cardoso, Álvaro Cardoso, Juquinha Ganha Pouco, Homero Alves de Souza, Gilberto Alves de Souza, dentre outros, já falecidos. O José BHC, José Bernabé, Fahd Hazime, Aldino Cagnin e Carmo Andrade. Eu me colocaria também entre eles e mais uma leva de nomes que momentaneamente não lembro que atuaram e atuam em vendas em Frutal/MG. Sem falar de inúmeros jovens empresários que despontam em nossa cidade.

Tanto na venda de bens, como de serviços, a regra é a mesma. O vendedor deverá estar se apresentando bem. Não é preciso estar vestindo linho puro, mas bem vestido. Podendo, conforme o produto de bens e serviços que estiver vendendo, usar um traje simples, mas limpo, roupa bem passada, com sapatos limpos e engraxados, cabelos penteados e barba cuidada. Confiante, não trazer problemas de casa para o trabalho e vice versa, com a mente aberta, sempre demonstrar com o sorriso descontração, confiança e franqueza. Lembrar que a empresa não é uma ONG de ajuda mútua, quando se trata de colocar as finanças da empresa em risco ao vender a um inadimplente. Deve trilhar o bom senso, não colocando o lucro da empresa em carteira de títulos não recebíveis. A arma principal também é conhecer pormenorizadamente o produto ou serviço que está vendendo ou representando.

Vibrar junto com o cliente por este ter adquirido um bem ou serviço. O primeiro porque comprou, o outro porque vendeu. Se encher de júbilo por ter servido bem o cliente. A satisfação garantida das duas partes é o sucesso e faz parte do jogo em vendas.

Algo de fantasma assusta os vendedores em geral e em Frutal/MG não é diferente e nem tudo são somente flores, pois há também os espinhos. Muitas vezes temos que administrar os inadimplentes, algumas garantias com clientes eufóricos, mas tudo faz parte do ramo. Alguns quase gritando e, para eles, estão dentro da sua naturalidade, ou seja, o seu próprio modo de ser e de contactar pessoas. Estar preparado, principalmente espiritualmente e emocionalmente. Não deve se assustar e cair em armadilhas de clientes complicados.

Ponderando, o bom vendedor, além de atuar na arte de vender, terá que atuar também como psicólogo mediando estas situações, transformando este tipo de cliente em freguês e amigo, transformando a adversidade em ponto favorável e positivos visando mais geração de lucro.

José Pedroso

Escrevi isso em 24/11/2002 e foi publicado em jornais locais...