MAL DE ALZHEIMER

MAL DE ALZHEIMER

Quantas vezes a senhora foi ao cinema?

_ Hila respondendo: eu trabalhei numa indústria que tinha elevadores, ganhei muitos prêmios, era uma ótima funcionária, a fábrica ficava longe da minha casa bem lá em cima, naquela serra.

_ Seu óculos tem o formato do óculos de John Lennon.

_ Você é muito bonito, bem clarinho, jovem, não costumo dá autografo. Olha eu gosto de ver televisão, um casal bonito aqueles ali, (ela está falando dos apresentadores do fantástico), toma aqui um pouco de lanche, biscoito, pão torrado e leite. Quando eu era mocinha gostava de ficar penteando o cabelo toda hora, hoje olha só como estão meus cabelos também pudera não é mesmo hoje estou na flor da idade dos meus 80 anos, durmo de luz acessa, quando apaga, eu vou lá e acendo, tenho muito fé em Deus, olha aqui no meu peito, um terço, um crucifixo, um anel com nossa senhora, tenho muita fé, agora vou almoçar, não gosto muito de comer mais vou almoçar, não irei tomar café, bebo água longeva – espere já vou quem me chama meu pai que está vivo (o pai dela já morreu faz tempo).

Dona Hila vai até o quintal e encara os animais primeiro ela encara o jabuti, depois o cagado e por último dois gatos siameses, ri da sua própria risada e discuti com todos, lembra de novo da fábrica aonde trabalhou, dá dois passos em direção a cadeira fica de costas pra cadeira e não senta, caminha mais um pouco, e fala dos sonhos, nunca sonhei com flores: uma pausa, fala que quer tomar banho, vai ao banheiro e é uma luta para sair ela gosta de ficar no banheiro, ali parece sua verdadeira casa, Dona Hila, reclama da roupa apertada, sai bem devagar do banheiro e pede um pouco de água e a seguir liga o radio na oração das dezoito horas.

A paciência é algo bem diferente na vida de Dona Hila, ela não sabe como passa as horas, pra ela as horas são como são, é como não existisse, mesmo assim ela conta nos dedos quantas vezes ficou sem ver a hora, jogou seu relógio fora e brincou mais uma vez com seu bisneto que passou correndo por ela sem dar a bênça, seu bisneto voltou e pediu bênça e ganhou uma benção, ela riu um pouco de tudo olhando calmamente para um retrato em preto e branco do seu saudoso pai, e disse, meu pai continua vivo.

“Ainda posso sentir o vento, sei que não vai demorar muito para que eu pague para sentir o vento” (MOISÉS CKLEIN.), o meio da gente viver bem é viver sempre bem, o meio de a gente viver mal e não viver bem, e quando vivemos mal, vamos vivendo mal e quando vivemos bem vamos viver bem, isso todo mundo sabe não é mesmo: sentei no banco da praça Nereu Ramos em Joinville eram dezasseis horas ( como diz José Saramago no livro “ A viagem do Elefante”, sigo dizendo-; sentei embaixo de uma árvore outonal, uma temperatura agradável e o vento a como dava para sentir, e neste momento posso dizer-te é gratuito. E comecei a pensar pensamento.

Numero I

Pensar – pensamos! Quem não pensa, eu penso que pensar é você pensar que sabe pensar, você pensa que pensa e pensa que sabe pensar, enfim que é que pensa.

Numero II

As mulheres gostam de homens inteligentes, mas geralmente as mulheres gostam só de homens.

Numero III

O que faz do dia uma mentira, não verá a Deus quando silenciar.

Numero IV

Meu veiculo é o popular

Numero V

Das coisas que andei por ai vendo em livraria, chamei de mini: e o meu pensar enxergava micro-dicionário.

Numero VI

Sinto azia, não sei se é falta de água, ou má digestão, sinto azia.

Ressumo: em cima da árvore tinha um ninho e o pássaro defecou duas vezes em mim, uma acima do umbigo e a outra posso dizer-te um pouco abaixo, quase no mesmo lugar. Isto que é sorte.

MOISÉS CKLEIN.

Moisés Cklein
Enviado por Moisés Cklein em 28/06/2009
Código do texto: T1671194
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