O número 142.857
O número 142.857 pode ser considerado por alguns como sendo cabalístico (relativo à cabala, pertencente às ciências ocultas, ligado a bruxarias), devido a particularidades misteriosas que ele apresenta, quando multiplicado por números inteiros consecutivos.
Vamos exemplificar: se multiplicarmos esse número por 2, por 3, 4, 5 ou 6 iremos constatar que os números resultantes serão obviamente diferentes, porém formados sempre pelos mesmos algarismos, apenas que em ordens diferentes! Agora, se multiplicarmos por 7 teremos o número 999.999, que não tem nada a haver com os outros, além de ser estranho, porque é formado somente pela repetição do mesmo algarismo nove. _Por que será? Tudo isso é muito misterioso. Podemos imaginar que isso faça parte do ocultismo ou é coisa de bruxas. Podemos até admitir que esse número místico carregue consigo influências negativas, ou mesmo positivas, que possam alterar de alguma forma as nossas vidas.
Pois bem, para aqueles que me acompanham nesta jornada, penso que fica muito claro que as afirmações feitas são totalmente impróprias, porque tenho procurado sempre mostrar-lhes o quanto de falso existe na crença de que algo fora da nossa individualidade possa alterar o andamento do próprio destino, porque este estará sempre na dependência da nossa própria maneira de pensar e de agir e do nosso nível de espiritualidade. Nós é que traçamos o nosso destino, portanto ele será sempre o resultado das nossas escolhas, cuja dependência está embasada no conhecimento, na compreensão, no espírito de busca, nos sentimentos positivos ou negativos, portanto não podemos nos deixar levar por afirmações supersticiosas e “misteriosas”, que não estejam perfeitamente explicitadas pela lógica das coisas. O número que estivemos estudando não tem nada a haver com a cabala, com bruxaria e que tais; apenas ele nasceu da divisão de 1 por 7, cujo resultado é uma “dízima periódica” (0,142857142857142857.......) e tudo o que acontece daí para a frente faz parte das interessantes “mágicas” matemáticas.
Quando presencio alguém colocando pedras brutas coloridas, preciosas ou não, em cima de determinados móveis, ou então pendurando pela casa papeizinhos com números escritos ou com palavras ininteligíveis, ou ainda se dando ao trabalho de enfiar na forração do sapato o nome de determinada pessoa, tudo isso para obter algum tipo de benesse ou para satisfação de um desejo, realmente fico preocupado, porque essas são demonstrações de grande ignorância supersticiosa, egoísta e até perigosa, pois a crendice em tais baboseiras só faz por criar um clima de falsa segurança e de esperança, que está muito longe da Verdade das Coisas; passa a ser uma perda de tempo irrecuperável e que não acrescenta nada, absolutamente nada, de positivo à vivência de cada um de nós. Se os problemas do mundo pudessem ser resolvidos através dessas tolas atitudes, não teríamos chegado onde chegamos hoje, com a pura demonstração de caos e horror que visualizamos cotidianamente.
Uma coisa é certa, vamos abolir do nosso dicionário as palavras: sorte, azar, coincidência e acaso, pois elas representam a manifestação viva da nossa descrença no Criador, porque estamos acreditando que os acontecimentos são aleatórios, fora do controle d’Aquele que tem o comando de tudo - isto eu reputo como absolutamente imperdoável. Os moradores deste planeta precisam se convencer de que as graças nunca irão cair em suas mãos, de forma concreta, enquanto acharem que os problemas estão “fora” deles, e que basta recorrerem a certos rituais ou então a cumprirem promessas incongruentes e inúteis, ou ainda pedirem graças com fervor aos seus padroeiros, que tudo se tornará um “mar-de-rosas”, ou pior ainda, virem a se submeter a processos ascéticos ou autoflageladores, dando mostras de profundo desrespeito para com o Pai, que, neste caso, passa a ser equiparado a qualquer herói justiceiro, mitológico, que se contenta com o ato de autopunição do pecador, o que não deixa de ser uma heresia sem conta. Basta olharmos em derredor e auferirmos os resultados.