Dinheiro não aceita desaforo
Toda a vivência humana está sob a égide da medida de valores, por essa razão é que temos de nos submeter aos números, aos experimentos, ao raciocínio lógico e, principalmente, ao exercício da visão ampla, pois só assim poderemos entrar em sintonia com as ondas vibratórias das energias cósmicas, que são nada mais do que a manifestação direta do movimento criativo da Mãe-natureza, sob o comando maior do Criador do Universo. Então fica plenamente evidente que, ao desprezarmos a importância dos devidos valores das coisas, das circunstâncias, dos acontecimentos e da espiritualidade, estaremos na contramão da evolução universal, da qual fazemos parte integrante e ativa. É exatamente por aí que surgem os exemplos dos resultados negativos que estamos auferindo a todo instante, por conta da inversão de valores, que impera em todos os escaninhos deste tão maltratado planeta.
Hoje, e por que não dizer: de muito tempo até hoje, o dinheiro é o elemento mais valorizado pelos seres humanos, haja vista as atitudes tresloucadas às quais o homem é capaz de se sujeitar, muitas vezes com o risco de dispor da própria vida ou da estabilidade societária ou da boa reputação e confiabilidade pessoal perante os outros, somente para manter a posse de grandes fortunas, até fora do país, à custa de muita preocupação e estresse, na maioria dos casos para esconder atos ilícitos e indecentes – agora, pergunta-se: _Pra quê? Mesmo que sejam riquezas acumuladas por meio de toda uma existência voltada para um trabalho profissional estafante, ininterrupto e fanático, a mesma pergunta fica sem resposta: _Pra quê?
O dinheiro não é um fim em si mesmo, apenas ele é um meio de facilitação de trocas entre bens materiais, portanto ele nada mais é do que um simples bem material, que só proporcionará satisfação ao seu proprietário quando trocado por algo útil para o seu próprio uso e fruto; essa é a razão de afirmarmos que o seu entesouramento apenas, em grande proporção, não tem justificativa plausível, pois a moeda nasceu para circular, criando condições para a expansão do bem-estar coletivo e para impulsionar a civilização rumo a uma sociedade mais sábia, mais equânime, mais humana e longe da selvageria. Assim como os vegetais plantados em terreno fértil nos proporcionam alimento farto, o dinheiro utilizado para o bem coletivo sempre nos dará um retorno seguro de satisfação pessoal, dessa forma nos garantindo a posse de bens, tanto materiais quanto espirituais. Ao mesmo tempo em que a utilização monetária que venha a descambar para as futilidades, as inutilidades, o desperdício, o jogo, o crime, a ostentação grotesca etc., ela irá provocar também um retorno, incontinenti, de caráter infeliz, doloroso, humilhante e desastroso, especialmente no que tange à posição espiritual, que, dependendo do grau de desvio, poderá chegar a uma situação de penúria extrema, muitas vezes sem volta.
O dinheiro não aceita desaforo – assim como todos os bens materiais – pois todos os elementos que circulam de mão em mão carregam consigo as vibrações espirituais dos seus proprietários, juntamente com os sentimentos de apego, de avareza, de ingratidão, de egoísmo e de demais negatividades, como a água do rio poluído, que carrega a sujeira por todo o seu curso, assim disseminando a discórdia, a miséria e até as doenças psíquicas, tais como os medos e a depressão, ou seja, atraindo a infelicidade, em troca de nada. Só o uso devido e parcimonioso da moeda pode levar ao desenvolvimento, ao crescimento material e espiritual, podendo, pois, definir-se como sendo a mola propulsora da felicidade, porque assim ela estará carregando grande dose de gratidão, altruísmo, desapego e inteligência positiva dos seus usuários.
O uso correto e produtivo do dinheiro está em concordância com a missão pela qual ele foi criado, só que para isso ser possível o homem precisa fazer tudo para não contrariá-lo.