O OFÍCIO DE NOSSA SENHORA
 
Oficializar é tornar oficial, externar o que foi concebido interiormente, isto é, autenticar as intenções do coração. Quando falamos em ofício religioso, queremos dizer: comunicação por meio de orações e súplicas, com as devidas intenções, dirigida a Deus diretamente ou pela intercessão dos santos e santas por Ele santificados e proclamados como tais por Sua Igreja. Ao longo da história da salvação inúmeras orações foram feitas pelos fieis em busca dos favores divinos, tão necessários para o bem das almas e para se manterem livres e seguros dos perigos deste mundo e das ciladas do mal.
 
Jesus e os apóstolos praticaram (Cf. Mc 14,34-38) e nos recomendaram a vida de oração para nos mantermos unidos a Deus e aos seus propósitos sempiternos. “Propôs-lhes Jesus uma parábola para mostrar que é necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo”. (Lc 18,1). “Intensificai as vossas invocações e súplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos”. (Ef 6,18). “Orai sem cessar”. (1Tess 5,17).
 
Uma das práticas de oração mais comum ao longo da história da Igreja são os ofícios divinos, que são praticados pelos religiosos consagrados e também pelos leigos em geral; pelos religiosos nos coros; pelos leigos nas ordens terceiras e também nos movimentos piedosos ou populares. “A palavra ofício vem do latim "opus" que significa "obra". É o momento de parar em meio a toda a agitação da vida e recordar que a Obra é de Deus. Consiste basicamente na oração quotidiana em diversos momentos do dia, através de Salmos e cânticos, da leitura de passagens bíblicas e da elevação de preces a Deus. Com essa oração, a Igreja procura cumprir o mandato que recebeu de Cristo, de orar incessantemente, louvando a Deus e pedindo-Lhe por si e por todos os homens” *.
 
Dentre todos os santos e santas, a virgem Maria sempre foi e sempre será o modelo perfeito de dedicação, confiança, entrega e união com Deus, por meio da encarnação do Verbo divino, Jesus Cristo, que se fez carne em seu ventre santo e habitou no meio de nós para nos dar a salvação eterna. Por isso, os fieis sempre recorrem à sua intercessão na certeza de que, àquela por quem nos veio o Salvador, se encontra em Sua glória e pedirá a Deus, Uno e Trino, que sejamos atendidos em todas as nossas necessidades. Para isto, rezam com freqüência o Ofício que lhe é dedicado. “O Pequeno Ofício de Nossa Senhora, também conhecido por Horas Marianas, ou Ofício Parvo de Nossa Senhora (em que parvo provém do latim parvus, "pequeno"), é uma forma abreviada do Ofício Comum de Nossa Senhora na Liturgia das Horas. O Pequeno Ofício apresentou versões diversas em diferentes comunidades e regiões, mas foi unificado e padronizado pelo Papa São Pio V (1504-1572).
 
Os elementos do Pequeno Ofício de Nossa Senhora são também os mesmos que os da Liturgia das Horas: textos bíblicos com maior ou menor referência ao mistério de Maria, com salmos e antífonas apropriadas, responsórios, intercessões e oração, todas de caráter mariano. A originalidade do Pequeno Ofício está precisamente na ênfase dada à pessoa de Maria que, não obstante, nunca é apresentada isolada do mistério de Cristo e do plano de Deus para a salvação e santificação da humanidade. Ela é sempre retratada como parte da História da Salvação, como o fruto admirável do Poder Divino, como a Mãe do Redentor, ou como a Imagem da Igreja”. *
 
“Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós e por todos quantos a vós não recorrem, de modo especial pelos inimigos da Santa Igreja e por aqueles que a vós estão recomendados”. São Maximiliano Maria Kolbe.
 
Paz e Bem!
 
Frei Fernando,OFMConv.
 
*(Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Liturgia_das_Horas - 24/06/09).