Apatia Generalizada, Corrupção Desenfreada
Infelizmente, o povo brasileiro não só se encontra em um estado intenso de apatia, como também tem conhecimento desse estado deplorável e ignora saber da sua existência, o que é ainda pior, pois é o mesmo que admitir uma impossibilidade quanto a reverter esse caráter que aos poucos está passando a ser mais uma das principais marcas desse povo, que é conhecido pelo resto do mundo como sendo um povo alegre, feliz, ainda que não seja tão rico, ou na maioria das vezes nada rico, um povo que é conhecido pelo seu “jeitinho”, denominado “jeitinho brasileiro”, que possui duas conotações, uma positiva, referente aquelas pessoas que mesmo em condições totalmente desfavoráveis a uma vivência digna, conseguem vencer todos os obstáculos que lhes são impostos e inventam meios que as - propiciam viver melhor, meios estes que são dignos, ao contrário daqueles que continuam a fortalecer o outro sentido da expressão “jeitinho brasileiro”, associada a trapaças, a corrupção, como formas de obter dinheiro.
A apatia, infelizmente, em breve, se não houver mudanças contrárias a este estado de inércia de nosso povo, que parece ser eterno, será a nova marca mundialmente conhecida, de todos os brasileiros e brasileiras.
Faz parte da natureza humana, a vaidade, essa que não nos permite muitas vezes admitir as nossas falhas, os nossos erros, os nossos defeitos, e ao invés disso, nos incita a apenas nos vangloriar, evidenciando apenas o que há de bom e positivo em nós, a final de contas, estamos sempre nos obrigando, desde a nossa gênese, a sermos os melhores, mesmo porque, é de conhecimento de todos nós da espécie humana, que somos a espécie mais evoluída, a espécie detentora da razão, essa que nos permite atingir cada vez mais um gral mais elevado.
Santa razão! Santa vaidade! Santa ignorância! Pobre de nós, que ao pensarmos estar nos elevando, estamos a decair, e cada vez mais rápido. Fizemos de uma qualidade, um defeito, fizemos da evolução uma regressão constante, isso de um modo geral.
Porém, voltando à política e ao nosso estado de apatia, que não podiam ser tratados sem levarmos em consideração a natureza humana - o que se assim não o - fosse trataria de uma abordagem superficial -, devo mencionar a vocês leitores, que somos um povo apático, e quando eu digo “somos”, eu me incluo no grupo, porque já nos habituamos, incentivados pela nossa vaidade, a colocar a culpa toda no outro, e é até de certa forma insensatez da minha parte dizer isso, mas contribuímos com essa apatia, quando ao invés de agirmos e chamarmos os outros a agir junto conosco, fazemos como estou fazendo, que é dizer que somos um povo apático, sem ação, sob efeito do comodismo, o que na conjuntura atual meus, não vai adiantar nada, pois reclamar já se tornou um hábito, e agir, está ficando cada vez mais raro.
Precisamos de ações meu povo, caso contrário, esse país, que desde muito tempo ganhou um slogan de “o país do futuro”, vai continuar só no slogan e nunca chegará a vislumbrar esse futuro tão promissor que tanto almeja.
Certamente é complicado mudar todo um país, todo um povo, mas aqueles que dizem que pequenas ações contam, estão certíssimos, ainda mais quando se tratam de ações benéficas tomadas por todos, porém, sempre poderemos fazer mais, o que nos falta é apenas coragem, é parar algumas vezes de pensar no outro como um empecilho para agirmos, o que é bem comum, quando se diz, “se o outro no faz porque vou fazer”, entre outras, que põem no outro a desculpa para a sua apatia, prejudicial a todos, sem exceção.
Itaci Silva Camelo