50 anos em 5

Lembro-me deste fato nos noticiários da mídia. O ex-presidente Juscelino Kubitschek, no tempo do AI 5 da ditadura militar, teve cassado seus direitos políticos. Ao viajar a Brasília, o piloto pediu socorro para uma aterrisagem forçada. Motivo: o avião em que servia estava em pane, correndo enorme risco para os ocupantes, dentre eles, uma personalidade brasileira, o ex-presidente Juscelino. O pouso foi negado e tiveram que procurar um campo de aviação de emergência fora do eixo da capital. Motivo: ainda era considerado exilado político, mesmo já vencido o prazo regulamentar de exílio, já com ordens para voltar, rever sua terra, seus concidadãos, seus amigos e a sua Brasília do coração da qual morria de saudades.

Brasília, a cidade que ele mandou projetar e construiu. O seu grande sonho, a nova capital brasileira, situado no Planalto Central do Brasil.

Kubitschek foi o presidente dos 50 anos em 5, conforme foi anunciado em sua campanha de governo. Pelo andar da carruagem parece que conseguiu tal façanha, começando por descentralizar a capital brasileira das margens do oceano para o centro do País, o Planalto Central, convergindo para maior segurança, dentre outros fatores de desenvolvimento. Embora tenha endividado muito o País, mas com certeza cumpriu os seus 50 anos em 5 conforme prometera, deixando um Brasil com outra cara. Todos os nossos carros eram importados e ele trouxe as montadoras alemãs e americanas para o Brasil.

Falamos então do grande estadista brasileiro, um simples médico de Diamantina/MG que, amante da política, propiciou dias melhores para o nosso povo, dentro dos ditames de fé, esperança, ação e coragem, com de uma carreira política evolutiva, começando nas bases sendo prefeito, governador e presidente.

Sou apaixonado pela história de Kubitschek e, falando em ações políticas, eu, provavelmente, tenha na ascendência alguém que tenha gostado de política, pois sempre estou me envolvendo no meio quando se fala em poder fazer algo em benefício do próximo.

Outrossim, desde meados dos anos 80, já como membro fundador da Loja Maçônica Comendador Gomes da Silva, inventei de trabalhar pelo projeto de uma faculdade para nossa cidade. Eu via a dificuldade dos alunos tendo que viajar à noite em ônibus para as cidades vizinhas a distâncias entre 110 a 180 km e voltarem altas horas da noite. Outros indo morar fora para estudar, sacrificando as famílias. Eu mesmo já havia enfrentado esta dificuldade, porque em 1973 fazia o curso de Direito em Uberaba/MG, viajando à noite e tive que parar porque as estradas eram de terra, numa distância de 135 km, ou dar a volta pela cidade de Guaíra/SP, transformando o percurso em mais de 300 kilômetros.

Fui insistente por onze anos e viajei várias vezes por este projeto da faculdade. Várias reuniões com professores, prefeitos, vereadores, párocos, cartas enviadas, espera no período que era proibido abrir faculdades num raio de 150 km. Este movimento era através da instituição maçônica na qual eu era o presidente da Comissão Pró-Faculdade. Havia também a participação de outras pessoas ligadas (Irmãos) integradas ao movimento fazendo parte da comissão.

Afinal, “o peixe caiu na rede” e conseguimos o nosso grande sonho e intento. Neste ínterim, houve a soma de mais pessoas da Maçonaria no projeto, gente de grande influência financeira e já participante da Maçonaria, sendo o Irmão Adalberto José Queiroz que, com sua força, já ficou mais leve o barco e já começamos colher os frutos do trabalho, o qual seria somente servir à comunidade num auspicioso projeto educacional.

De 1991 para frente, outros maçons tocaram o projeto e ele está muito maior do que dantes. Há sempre diplomados com destaque por trabalhos prestados referente à Faculdade na Câmara Municipal, em instituições ou na sociedade como um todo.

A presidência da Comissão Pró-Faculdade, sob a nossa égide maçônica, coube então ao Irmão Alcy Queiroz, por minha sugestão, me substituir, porque naquele ano eu estava envolvido com a presidência da ACIF. Numa pequena analogia com a grande obra de JK, num pequeno ciúme por não ser lembrado socialmente, neste projeto. Porém, o melhor reconhecimento é o de Deus.

Frutal/MG, aos 23 de junho de 2009.

Josepedroso
Enviado por Josepedroso em 24/06/2009
Reeditado em 19/06/2010
Código do texto: T1664286
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